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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

VENÇA A SI MESMO



Não consideremos o labor do aprimoramento moral como 
 algo extraordinário, porquanto para isso é que 
 nos encontramos reencarnados

 “(...) Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se...  Não têm testemunhas suas vitórias.” - Lázaro[1]

 
O grande desafio dos tempos hodiernos é o homem vencer-se a si mesmo, pois, encurralado por soez hedonismo e sufocante materialismo, distancia-se, dia a dia de sua identidade cósmica. 
Assim, sequestrado pelo imediatismo, não consegue vislumbrar os painéis do infinito espiritual que o aguarda.

Torna-se quase incompreensível – para muitos – a conclamação de Jesus[2]: “Sede perfeitos como perfeito é o Pai Celestial”. 

Segundo Lázaro1, “temos que refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da Sua Obra resplandeça aos olhos de cada criatura” emancipada.

A arena das lutas humanas está doravante localizada nas mais íntimas anfractuosidades da alma. A conquista das virtudes (tesouros do Céu), eis a meta assinalada para todos nós! 
Mas como lograr tal desiderato ante tantas circunstâncias adversas, em especial perante nossas próprias limitações?!

“Eu venci o mundo”, proclamou Jesus[3].  E sendo Ele o nosso Modelo e Guia mais perfeito[4], urge também que obtenhamos a vitória do Espírito sobre as iniquidades mundanas em que pesem as sabotagens da matéria.

Em página enriquecedora e de peregrina beleza, Joanna de Ângelis[5], através da psicografia de Divaldo Franco, vem nos auxiliar no âmbito da auto superação abordando a magna questão das lutas íntimas: “(...) 
Ninguém tomará conhecimento desse esforço hercúleo que desenvolves em favor da felicidade real, pois as pessoas estão acostumadas às exte­riorizações, às fugas psicológicas, às conquistas de ocasião, que as projetam no mundo econômi­co, social, político, artístico, responsáveis pela exaltação do ego.

Há uma corrida desenfreada na busca do sucesso externo, sem que se dê importância à autorrealização, aos componentes da harmonia pessoal, à vitória sobre as paixões desenfreadas e perturbadoras... 
Todo o interesse social está cen­trado na imagem, na aparência que chama a aten­ção, que desperta inveja e comentários, mesmo quando se está jugulado aos conflitos íntimos di­fíceis e à tremenda solidão no meio da balbúrdia e do aplauso vazio.
 Para anular essa situação, foge-se para a embriaguez dos sentidos, para o álcool, o fumo desordenado, as drogas aditivas, o sexo desenfreado...

As convenções sociais deficientes estabeleceram que todas as realizações que dão respostas imediatas e produzem prazer devem ser as metas a serem conquistadas.  
Essa proposta falsa nas suas bases transforma o ser humano em um feixe exclusivo de sensações, que devem ser supridas ininterruptamente, embora a fragilidade do vaso orgânico e as suas complicadas tecelagens emocionais, susceptíveis de conflitos e desarranjos frequentes...

As tuas são lutas íntimas que deves travar em si­lêncio, sem qualquer alarde, porque te concederão a medi­da exata de quem és e do que podes fazer em benefício próprio. 
Trata-se de um grande esforço, para o qual não conseguirás aplauso nem contribuição exterior. É uma batalha sem quartel que todos são convocados a atender, queiram ou não.

Sempre chega o dia, no qual, mesmo os mais resis­tentes são conduzidos às reflexões, ao amadurecimento mental, à meditação.

Realiza a tua luta íntima constantemente, analisan­do as tuas dificuldades, deficiências e limites após relacio­ná-los por escrito ou na memória, de forma que possas diluí-los suavemente, com tranquilidade, superando cada um, à medida que te libertes do anterior.  
Isso demandará um esforço gigante, porém, rico de gra­tificação. 
Toda ascensão cobra o tributo do sacrifício, para brindar com as paisagens emolduradas de beleza, inabitu­ais e fascinantes.

O país íntimo em que tu, como Espírito, te domici­lias - esse corpo transitório - alberga as marcas das exis­tências passadas, nem sempre saudáveis, que hoje ressur­gem desafiadoras na condição de problemas graves que podem conduzir a abismos inesperados. Somente adentrando-te nele, passo a passo, como o conquistador que penetrando uma região desconhecida e se deslumbra à medida em que a vence, é que poderás libertar-te das aflições, superando as paixões dissolventes e anestesiantes. 

Não te detenhas em postergações, acreditando, por mecanismo de fuga, que realizarás amanhã ou depois, o que poderias iniciar agora. 
Esse amanhã é um engodo psi­cológico para impedir-te a libertação... 
Começa, portanto, das perturbações mais simples e cresce em coragem para prosseguir sem desfalecimento. 
Cada vitória sobre ti mesmo, por menor que se apresente, representa uma conquista, que abrirá lugar para novas e oportunas vitórias.   
Desse modo, luta e luta, discretamente, aprimoran­do-te, superando-te, com a alegria de quem está conquis­tando o Universo, cosmo grandioso que és. 
 Nesse tentame não te faltarão apoio nem ajuda dos teus Amigos Espirituais interessados na tua evolução. Lembra-te que os legítimos conquistadores da Humanidade ven­ceram-se primeiro a si mesmos, discernindo a respeito da­quilo que desejavam e de como fazê-lo, a fim de adquirir resistência para as façanhas a que se entregariam. 
Ter­minado esse difícil estágio, partiram para etapas mais can­sativas, mas, no entanto, fadadas à vitória.

As grandes lutas sempre são travadas no campo da consciência, onde se homiziam os maus pensamentos e pendores, mas também no qual se hospedam os sentimentos de nobreza e de enriquecimento da Humanidade.

Nunca te canses de aprimorar-te, nem consideres esse labor como sendo extraordinário, porquanto para isso é que te encontras reencarnado”.



[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 121. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. cap. XVII, item 7.


[2] - Mateus, 5:48.


[3] - João, 16:33.


[4] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002, q. 625.


[5] - FRANCO, Divaldo. Sendas Luminosas. Votuporanga: DIDIER, 1998, p.p. 83-85.

                                                             



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

MAL E BEM



Acautela-te em pedir o favor do bem, porque muitas vezes a concessão que se nos afigura bem nosso pode ser efetivamente o mal que arruína os outros.

Muitos solicitam excessiva fartura em casa, esquecendo que o bem aparente da mesa lauta é o mal da penúria entre os próprios vizinhos.

Criaturas numerosas reclamam a bolsa farta, com absoluta despreocupação das necessidades alheias, olvidando que os bens acumulados em seu nome produzem males sem conta na economia daqueles que lhes respiram a experiência.

Lembra-te de que há bens fugazes que geram males de longo curso, tanto quanto existem males passageiros que asseguram bens sagrados e duradouros.

A alegria ruidosa e insensata é um bem que, não raro, determina desastres de conseqüências imprevisíveis, enquanto a dor paciente e humilde gera bênçãos de sublimada expressão.

Muitos ferem os outros, com a desculpa de preservar o bem próprio, criando largo cortejo de males em derredor de si mesmos, quando apenas os que sabem receber no âmago do peito os golpes do mal é que penetram, tranqüilos, na seara dos bens que a vida entesoura a benefício dos que sabem vencer, vencendo, antes de tudo, a si próprios.

Não te enganes, desta forma, no câmbio ilusório da fortuna e da carência, do prazer e da lágrima, da consideração e do menosprezo, ao jogo das aparências terrestres.

Recorda que a abastança de hoje pode ser a penúria de amanhã e que o domínio de agora pode ser derrocada depois.

Sobretudo, não troques o mal da provação transitória pelo bem da fuga desassisada, com plena deserção do campo de luta, em que a Lei te situa os passos, porque somente ao preço de tolerância e abnegação, nos males da sombra presente, é que conseguirás, com justiça, entrar na posse dos bens que te esperam ao sol do grande futuro.


Emmanuel / Francisco C. Xavier - Livro: Semeador em Tempos Novos.


                                                









sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

JOÃO AMANHÃ




Ele mesmo declarou que sua maior imperfeição moral era a preguiça. 
Ao final da existência, lamentou-se do péssimo hábito de tudo deixar para amanhã. 
Não levava adiante as providências em andamento, preferia adiar compromissos, sempre se atrasava em tudo e não percebia que seus atrasos prejudicavam terceiros, traziam aflições a quem dele dependia e que o maior lesionado de suas atitudes negligentes era ele mesmo.

Chamava-se João, e o “amanhã” foi acrescentado como apelido. 
Todos conheciam aquele homem que sempre apresentava desculpas, muitas delas bem esfarrapadas, para justificar atrasos ou não cumprimento dos mais elementares deveres, o que trouxe muito sofrimento para seus pais, durante toda a vida.
 Na verdade, porém, os pais foram os maiores responsáveis pelo adulto negligente, pois não o corrigiram na infância, concordando com sua costumeira indolência.

A mãe tentou corrigi-lo na adolescência, entregando-o aos cuidados de um tio muito trabalhador e disciplinado que viajava muito. 
O rapaz o acompanhou, mas alguns meses depois recebeu comunicado da mãe para que voltasse, face à enfermidade que acometera o pai. 
O rapaz deixou para viajar no dia seguinte, como de hábito em tudo que fazia. 
Por força do adiamento, no dia seguinte, o veículo coletivo sofreu avaria causando considerável atraso na viagem. Indiferente com o reparo, resolveu adiar novamente a viagem, para o próximo dia. 
Quando conseguiu chegar, o pai já havia morrido.

Mas não foi só. Um outro tio, solteiro, solicitou sua presença para cuidar de seus negócios – face a impedimento inesperado – e ele novamente viajou. 
Deixou a namorada e prometeu voltar assim que possível. Seis meses depois, em virtude de adiamentos sucessivos, quando tentou voltar, novamente perdeu o veículo coletivo que o traria de volta. 
No dia seguinte, quando viajaria, amanheceu enfermo e impossibilitado de viajar.
 Com isso, até se recuperar foram mais de três meses. 
Numa época em que ainda não havia telefones, ficou de escrever para a mãe e para a namorada, mas sempre deixava para o dia seguinte. 
A mãe e a namorada acharam que ele tinha morrido, em face da ausência de notícias. 
A mãe enfermou e a namorada decidiu ir para o convento.

Quando chegou, um ano depois, a mãe havia morrido. 
A noiva, surpreendida pela volta do namorado, e agora já com votos religiosos, suicidou-se.  
Ele, por sua vez, por negligência contumaz, após a morte da mãe, foi sucessivamente perdendo os próprios bens e os recursos básicos de sobrevivência. 
Transformou-se num mendigo, passou fome e vivia da caridade alheia, sem movimentar-se para nada. Quando solicitava esmolas para comer, diziam-lhe: você não comeu hoje, comerá amanhã. 
Morreu de fome, abandonado. E até seu corpo ficou insepulto naquela noite, pois os coveiros – numa tarde de chuva torrencial – disseram uns para os outros: deixemos para amanhã, como ele sempre fazia...

A vida é dinâmica e pede iniciativa, providências contínuas que nos preservem de enfermidades e nos garantam o sustento e o equilíbrio da própria existência. 
Entregar-se a atitudes irresponsáveis como a preguiça é um grande mal.

Observemos se nossos comportamentos não geram aflição para os outros, se nossos adiamentos e atrasos não prejudicam outras iniciativas e decisões. 
Nossas costumeiras pendências, alimentadas e mantidas, não se enquadram no triste exemplo acima, guardadas as devidas proporções?

Quando nos atrasamos nos compromissos, quando não respondemos a alguém que nos aguarda, quando não damos notícia ou quando mesmo não cumprimos nossos compromissos e deveres, estamos lesando alguém. 
Quando não respeitamos horários e permanecemos indiferentes com a série de obrigações diárias da simples convivência, não estaremos nós lesando a tranquilidade alheia e trazendo prejuízos ao bem geral?

Afinal, quem somos para exigir benefícios pessoais em detrimento da harmonia do conjunto?
 Que privilégio achamos que detemos acima de outras pessoas?

É algo para pensar, não é? Um bom convite a uma autoanálise sobre nós mesmos. 
Uma ótima oportunidade para pensar se não somos os velhos egoístas de sempre. 
Achar-se alguém superior a outrem é bem uma tola pretensão descabida. 
Ninguém é maior ou menor do que ninguém. Somos todos iguais, apesar das diferenças que possamos ter...

* Orson Peter Carrara.

                                                             



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A MONTANHA DA VIDA




A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha. 
Como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.

Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. 

Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.

No momento da escalada, o início parece ser fácil. 

Quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho.

Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir.

 O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo.

À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. 

As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas...

É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas.

Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo. 

Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra.

É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. 

Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. 
O amigo vem e nos cura os ferimentos.

Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada.

 Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida.

Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.

Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. 

O que nos salva é o equipamento certo para este momento.

Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos.

Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo. 

Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.

Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem.

Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha.



Para os alpinistas, os mais altos picos são os que mais os atraem. Eles desejam alcançar o topo e se esmeram.

Preparam-se durante meses. Selecionam equipe, material e depois se dispõem para a grande conquista.

Um desses arrojados alpinistas, Waldemar Nicliewicz, o brasileiro que conquistou o Everest, disse: Quem de nós não quer chegar ao alto de sua própria montanha?

Todos nós temos um desejo, um sonho, um objetivo, um verdadeiro Everest. E este Everest não tem 8.848 metros de altitude, nem está entre a China e o Nepal. 

Este Everest está dentro de nós.

É preciso ir em busca deste Everest, de nossa mais profunda realização.


* Baseado em texto de Valdemar Nicliewicz.

                                                    



domingo, 11 de janeiro de 2015

SER E PARECER




A essência, o ser em si mesmo, constitui a individualidade, que avança mediante o processo reencarnatório, adquirindo experiências e desenvolvendo as aptidões que lhe jazem inatas, heranças que são da sua origem divina.

A expressão temporária em cada existência corporal, com as suas imposições e necessidades, torna-se a personalidade de que se reveste o Espírito, a fim de atingir a destinação que o aguarda.

A primeira tem o sabor de eternidade, enquanto a outra é transitória.

No âmago do ser encontra-se a vida pulsante, imorredoura, embora, na superfície, a aparência, o revestimento quase sempre difere da estrutura que envolve.

A individualidade resulta da soma das conquistas, através do êxito como do insucesso,
logrados ao longo das lutas que lhe são impostas.

A personalidade varia conforme a ocasião e as circunstâncias, os interesses e as ambições.

Esta passa, enquanto aquela permanece.

Máscara, forma de aparecer, a personalidade se adquire sem transformação substancial, profunda, ocultando, na maioria das vezes, o que se é, o que se pensa, ao que se aspira.

Legítima, a individualidade se aprimora, qual diamante que fulge ao atrito abençoado do cinzel.

A personalidade extravasa, formaliza, apresenta.
A individualidade aprimora, realiza, afirma.

À medida que o ser evolui, mergulha no mundo íntimo, introspectivamente, desenvolvendo valores que dormem em embrião e se agigantam.

O exterior desgasta-se e desaparece.
O interior esplende e agiganta-se.

A semente que morre somente não viveu, não realizou a missão que lhe estava reservada: multiplicar e produzir vida.

A gema, sem lapidação, jamais fulgura.

Faze a tua indagação à vida, em torno da tua destinação.
Quem és hoje e o que pretendes alcançar?

Cansado da aparência, realiza-te intimamente e desata as aptidões superiores que aguardam oportunidade e cresce para as finalidades elevadas da vida.

Tenta ser, por fora, conforme evoluis por dentro, sendo a pessoa gentil, mas nobre, fulgurante e abnegada, afável, todavia leal.

Tua aparência seja, também, tua realidade, esforçando-te, cada vez mais, para conseguir
a harmonia entre a individualidade e a personalidade, refletindo os ideais de beleza e amor que te vitalizam.



Joanna de Ângelis (Espírito) - Divaldo Pereira Franco.

                                                    


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A FÉ E A PRECE



Há duas forças poderosas com as quais facilmente movimentamos as reservas fluídicas que o Senhor pôs à nossa disposição. 
Estas duas forças, tanto mais potentes quanto mais manejadas, são a FÉ e a PRECE.

A fé deve ser uma fé racional, isto é, devemos saber porque é que temos fé. 
A fé racional se adquire pelo estudo das leis divinas, consubstanciadas no EVANGELHO e nos ENSINAMENTOS DO ESPIRITISMO. 
Ter fé é ter confiança em Deus; é saber que velando por nós, amparando-nos e protegendo-nos está a PROVIDÊNCIA DIVINA. 
Ter fé é entregar o nosso destino ao Pai que está nos céus, certos de que tudo que ele nos der, dores e alegrias, pobreza e riqueza, saúde e doença, tudo é para nosso bem; porque tudo servirá para o aperfeiçoamento de nossa alma. 
Ter fé em Deus é ser resignado na adversidade e humilde na prosperidade. 
Ter fé é ter a certeza absoluta de que nada de mal sucederá, se Deus não o permitir; e se ele permitir que nos sobrevenha algum mal é porque o merecemos; se não o merecêssemos o mal não nos atingiria. 
A fé é uma força de atração: Atrai sobre nós o socorro divino e ajuda-nos a socorrer aqueles que solicitarem o nosso auxílio.

A PRECE é um ato de fé. Pela prece adoramos a Deus, agradecemos-lhe os favores que nos faz continuamente e pedimos-lhe o de que necessitamos. 
A prece nos liga a Deus. Quando oramos, nosso pensamento, como um raio luminoso, projeta-se pelo infinito e vai tocar as regiões de luz de onde nos chegam as bençãos do Senhor. 
A prece desenvolve, aumenta e fortifica a nossa fé.
 A fé depende da prece e a prece depende da fé, é impossível separar uma da outra. 
A verdadeira prece se caracteriza pelos seguintes pontos: Deve ser feita com carinho e amor; deve ser um impulso espontâneo de nosso coração. 
Orar apenas com os lábios nada significa; devemos sentir a nossa prece; é preciso que vivamos de acordo com ela; orar de um modo e viver de outro é próprio dos hipócritas. 
Se pedimos ao Senhor que perdoe os nossos erros, devemos nós também perdoar os erros dos outros. (...)

*FONTE: ELISEU RIGONATTI - A MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS, LIVRARIA ALLAN KARDEC - EDITORA SEGUNDA EDIÇÃO, 1978.

                                                          

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

SEJA O CISNE

                                           
                     



"Talvez o maior desafio da vida moderna seja sermos nós mesmos em um mundo que insiste em modelar nosso jeito de ser.

Querem que deixemos de ser como somos e passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.

Aliás, a própria palavra “pessoa” já é um convite para que você deixe de ser você.

“Pessoa” vem de “Persona”, que significa “máscara”.

É isso mesmo: coloque a máscara e vá para o trabalho.

Ou vá para a vida com a sua máscara.

Talvez o sentido do elogio: “Fulano é uma boa pessoa”, signifique na verdade: “Ele sabe usar muito bem a sua máscara social”.

Mas qual o preço de ser bem adaptado?

O número de depressivos, alcoólatras e suicidas aumenta assustadoramente.

Doenças de fundo psicológico como síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de surgir.

Dizer-se estressado virou lugar-comum nas conversas entre amigos e familiares.

Esse é o preço.

Mas pior que isso é a terrível sensação de inadequação que parece perseguir a maioria das pessoas.

Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo de acordo com a nossa vocação.

E qual o grande modelo da sociedade moderna?

Querer ser o que a maioria finge que é.

Querer viver fazendo o que a maioria faz.

É essa a cruel angústia do nosso tempo: o medo de ser ultrapassado em uma corrida que define quem é melhor, baseada em parâmetros que, no final da pista, não levam as pessoas a serem felizes.

Quanta gente nós não conhecemos, que vive correndo atrás de metas sem conseguir olhar para dentro da sua alma e se perguntar onde exatamente deseja chegar ao final da corrida?

Basta voltar os olhos para o passado para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e, mais que isso, despertou nas pessoas o desejo de serem elas mesmas.

Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Isaac Rabin…

É muito perigoso não ser adaptado.

Essa mesma sociedade que nos engessa com suas regras de conduta, luta intensamente para fazer da educação um processo de produção em massa.

A maioria das nossas escolas trabalha para formar estudantes capazes de passar no vestibular.

São poucos os educadores que se perguntam se estão formando pessoas para assumirem a sua vocação e a sua forma de ser.

Quantos casos de genialidade que foram excluídos das escolas porque estavam além do que o sistema de educação poderia suportar.

Conta-se que um professor de Albert Einstein chamou seu pai para dizer que o filho nunca daria para nada, porque não conseguia se adaptar.

Os Beatles foram recusados pela gravadora Deca.

O livro “Fernão Capelo Gaivota” foi recusado por 13 editoras.

O projeto da Disney World foi recusado por 67 bancos.

Os gerentes diziam que a idéia de cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.

A lista de pessoas que precisaram passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é infinita.

A sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço que lhe cabe será impiedosamente criticado.

Os próprios departamentos de treinamento da maioria das empresas fazem isso.

Não percebem que treinamento é coisa para cachorros, macacos, elefantes.

Seres humanos não deveriam ser treinados, e sim estimulados a dar o melhor de si em tudo o que fazem.

Resultado: a maioria das pessoas se sente o patinho feio e imagina que todo o mundo se sente o cisne.

Triste ilusão: quase todo mundo se sente um patinho feio também.

Ainda há tempo.

Nunca é tarde para se descobrir único.

Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá ninguém igual a você.

E ao invés de se tornar mais um patinho, escolha assumir sua condição inalienável de cisne!"

Pense nisso!


* Roberto Shinyashiki.