Pátria bem amada ouvi o meu canto de gratidão! Teus ubérrimos campos sustentam a vida. Tuas planícies ubertosas festejam a natureza em corolas perfumadas e multicoloridas. Teus flúmens da cor da prata, da ocra, do âmbar e do cristal, serpenteiam caudalosos e fartos. Teus mares de safira e esmeralda escondem ricos tesouros. Tuas verdosas florestas acolhem a flora e a fauna exuberantes que, em tudo, revelam o Criador. Em teus céus, coalhados de rútilas estrelas, lucila o cruzeiro como sinal astronômico para a redenção. Mas se os teus recursos naturais enchem-nos de admiração, é o povo, especialmente, que desejamos exaltar. Brasileiros, filhos desta nobre nação, ante as lutas da vida apresentai-vos intrépidos. Desde que Cabral, capitaneando as naus do descobrimento, ostentando a cruz e o ideal dos templários, rompeu o Atlântico, a terra de Pindorama fez raiar o sol do Novo Mundo. A parte as críticas pertinentes à História, o Brasil tem por função a espiritualização dos homens. Então, brasileiros, ouvi, levantai-vos, pois vossa missão é a fraternidade universal. Entre os astros de primeira grandeza, incrustados no panteão de nossas conquistas, há um povo cuja tarefa não pode mais tardar! Um país continental, de programação, de espírito e verdade, carece de braços e heróis. Não nas ideologias dominantes, em que a propagação do “heroísmo” interesseiro entorpece as massas, refiro-me ao heroísmo pessoal em benefício da construção de uma nação verdadeira. Mas, no panorama político, alguém recorda: - A corrupção nos açoita como látego cruel a fazer correr o sangue das multidões! - A tortura dos tiranos modernos, nas manobras da economia, parece-nos esfacelar o corpo e traspassar a alma com a lâmina da beligerância. Tratai de acalmar-vos! Uma pátria verdadeira não se constrói sem suor e lágrimas. Um Brasil, legitimamente nacional, é construção de todos nós! Um estado que sirva à humanidade, e dela recolha representantes da honestidade e do patriotismo real, é sonho que se sonha na coletividade. Por isso, longe de atacarmos, ferirmos, revolucionarmos com armas, convém contribuir, democraticamente, usando a educação intelecto moral por instrumento de renovação social. Espíritas brasileiros, oferecei vossa contribuição ao Brasil: - Trabalho honesto; - Vivência dos valores cristãos no lar; - Respeito às diferenças; - Misericórdia para os falidos; - Educação, cortesia, gentileza; - Amizade, fé racional; - Entendimento correto do Espiritismo; - Pureza doutrinária. Isso, está ao nosso alcance! Um Brasil melhor começa com nosso compromisso de bem viver. A violência assusta e enche-nos de indignação! Os hospitais públicos fazem pensar, aos desavisados, que Deus esqueceu-se dos pobres e desesperançados! As escolas, em território nacional, abandonadas muitas, miseráveis outras, fazem crer, aos olhos meramente materialistas, que o povo está desamparado. Se a caixa de Pandora está aberta, convidando os homens à auto-superação, lembrai-vos da esperança! Dia virá em que a nossa terra despertará! Ainda vivemos o pesadelo dos exploradores, mas a nação, composta por almas devotadas, sonhará com a liberdade das amarras do poder e a responsabilidade fará surgir um novo Grito, em cada um de nós, e o clamor dessa nova Independência, num Ipiranga de confiança, nos conduzirá na construção de um Brasil mais justo e nobre! O brado novel, porém, diferente do de outrora, retumbará mais forte: Brasil Pátria do Evangelho! Brasileiros, irmãos, bendizei esta terra, amai-a! Entidades maiores clamam a Deus pelo renascimento e rogam o Brasil por honra de trabalho. Muitos colonizadores retornarão das campas, para devolver ao povo o que ao povo pertence por direito. Mas trabalhai, colaborai, vossa bandeira tem de ser o labor! Vossos filhos ganharão letras, honrarão a ciência, permanecerão em solo nacional e a nossa gente contribuirá para uma grande renovação social. Vede, espíritas, quanto bem feito no mundo! Se as trevas nos espreitam, nos estertores de um tempo que se esgota, a luz surge triunfante! Em toda parte há obras de benemerência, muitas outras virão! A aristocracia intelecto-moral, promulgada por Kardec, haverá de ser uma realidade. A ética será uma necessidade entre as nações e a economia, necessariamente, trará a fraternidade. Por uma questão de sobrevivência, os povos aprenderão a respeitar-se, reciprocamente! Brasileiros, nada de abandonar a nossa terra, nada de desertar da batalha! Sois soldados do Cristo, apresentai-vos: - Vossa arma? A inteligência; - Vosso escudo? A fé; - Vosso elmo? A oração; - Vossa lança? O trabalho; - Vossa luta? A renovação moral; - Vosso comandante? Jesus; - Vossa musa? A Verdade! Avante, irmãos! Nenhum brasileiro renasceu por acidente! Todos temos uma programação! Ouvi o Hino Nacional, irmãos, e vede que Manuel da Silva e Duque Estrada foram guiados por seres invisíveis a grafar, em acordes de luz com letra de estupenda beleza, o destino da nação. Fazei deste poema cantante, clarim da verdade, vossa prece diária. E quando orardes assim, cheios de certeza, sabei que os ministros do Senhor conhecem o Brasil! Estudantes, acadêmicos, professores, médicos, cientistas, advogados, políticos, legisladores, religiosos, trabalhadores, gente do povo, irmãos, levantai! Carregai n´alma o nosso pendão! A flâmula verde-louro, representa o ideal que todos devemos perseguir: Ordem e Progresso! Que as vinte e seis unidades federativas e o Distrito Federal, estrelas fulgentes de um céu anilado, representem e exaltem, com honestidade soberana, a nação! E nós, o povo, encarnado e desencarnado, laboremos com afinco, mantendo-nos honestos e fraternos onde a vida nos colocou. Irmãos, há uma infinidade de espíritos que se sentem brasileiros (pelo amor que devotam a esta mátria) envolvendo-vos! Aos espíritas deste solo, e aos que aqui vieram ter, coragem, avante! A doutrina nos ilumina, façamos, portanto, luz! O Espiritismo nos esclarece, comportemo-nos, então, com equilíbrio! O Consolador nos estimula, marchemos, assim, impávidos! Mas, o Mestre vos conclama e a todos auxilia, convicto da transformação! Enchamo-nos de ânimo, pois que o Brasil necessita de sua brava gente, plena de fé, esperança e caridade. Quando em vossas reflexões mais profundas sobre a pátria que vos acolhe, olhai para o alto e sabei: de páramos de glória, o Cristo, contando convosco, guia o Brasil! *Médium Emanuel Cristiano em reunião da noite de 21/4/2013, no Centro Espírita “Allan Kardec”, de Campinas/SP. |
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segunda-feira, 29 de agosto de 2016
MENSAGEM AO BRASIL
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
ESPÍRITO DA TREVA
Está em toda parte.
Surge inesperadamente e assume faces de surpresa que produz estados d'alma afligentes, configurando pungentes conflitos que conduzem, não raro, a nefandas consequências.
As vezes, no lar, os problemas se avultam, na ordem moral, desconcertando a paissagem doméstica; no trabalho, discussões inesperadas, por nonadas, tomam aspectos de gravidade, que conduz os contendores a ódios virulentos e perniciosos; nas relações, irrompem incompreensões urdidas nas teias da maledicência, fragmentando velhas amizades que antes se firmavam em compromissos de lealdade fraterna inamovível; na rua e nas conduções gera inquietações que consomem e lança pessoas infelizes no caminho, provocantes, capazes de atirar por coisas de pequena monta, nos rebordos de abismos profundos, aqueles que defrontam...
É o espírito da treva. Está, sim, em toda parte.
Membro atuante do que constitui as "forças do mau", que por enquanto ainda assolam a Terra, na atual conjuntura do planeta, irrompe inspirando e agindo, nos múltiplos departamentos humanos, objetivando desagregar e infelicitar as criaturas, no que se compraz.
Espírito estimagtizado pela agonia íntima que sofre, envenenado pelo ódio em que se consome ou revoltado pelo tempo perdido, na vida passada, sintoniza com as imperfeições morais e espirituais do homem, mantendo comércio pernicioso de longo curso.
Está, também, às vezes, encarnado no círculo das afeições. Aqui é o esposo rebelde, a genitora alucinada, a nubente corroída por ciúme injustificável, o filho ingrato, o irmão venal, a filha viciada e ultrajante, a irmã desassisada; ali é o vizinho irritante, o colega pusilânime, o chefe mesquinho, o amigo negligente, o servidor cansativo, o companheiro hipócrita exigindo atitude de sumo equilíbrio, em convite contínuo à serenidade e à perseverança nos bons propósitos.
Transmite a impressão de que não há lugar para o amor nem o bem, como se a vida planetária fosse uma arbitrária punição e não sublime concessão do Amor Divino, a benefício da nossa redenção.
Como quer que apareça o espírito das trevas, no teu caminho, enfrenta-o simples de coração e limpo de consciência. Não debatas nem te irrites com ele.
Ante os doentes, o medicamento primeiro e mais eficaz é a compaixão que se lhes dá, não levando em conta o que dizem ou fazem por considerar que estão fora da razão e do discernimento, pela ausência da saúde.
Arma-te a todo instante com a prece e põe o capacete da piedade, conduzindo a luz da misericórdia para clarificar o caminho e vencerás em qualquer luta, permanecendo livre face a qualquer das suas ciladas.
E quando, enfraquecido, na luta, o espírito da treva estiver a vencer-te após exasperar-te danosamente, quase colimando por empurrar-te ao fôsso da insensatez, lembra-te de Jesus e dize:
- Afasta-te de mim, espírito mal -, e avança sem parar na direção do dever sem olhar para trás.
"Depois vai e leva consigo mais sete espíritos piores do que ele, ali entram e habitam". (Mateus: capítulo 12, versículo 45)
"O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições". (Capítulo 10 - item 6).
*Florações Evangélicas - Divaldo Pereira Franco - Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
AS FRONTEIRAS MORAIS DO FUTURO
Alegoricamente, pode estar ocorrendo na Europa atual uma alteração na composição dos elementos que delimitam as fronteiras étnicas do continente. Centenas de milhares de pessoas em regime afoito e ininterrupto, do Oriente Médio e Norte da África principalmente, abandonam seu solo natal encharcado de sangue e violência, e invadem terras estranhas para se livrarem do medo e da perseguição e continuarem vivas. São refugiados que trazem consigo além da roupa do corpo e alguns pertences, a esperança por dias melhores, se espalhando por terras europeias.
Num paradoxo, o estado de guerra e ódio, que jamais abandonou o coração do homem, está fazendo misturar à vida e à cultura consolidadas de muitos países europeus, um contingente humano com características gerais bem diferentes. Estarão esses refugiados com suas línguas nativas, cultura, religião, hábitos e costumes contribuindo para o aparecimento dos germes de uma nova ordem social futura? Esse movimento de massas humanas pelo planeta estaria obrigando nações desenvolvidas e ricas, historicamente dominadoras, a exercitarem a humana solidariedade para com os desgraçados? São meras reflexões.
Nós espíritas sabemos que encarnados e desencarnados formam uma única humanidade.
E que, embora os encarnados sejam os protagonistas das ações que fazem avançar ou estagnar o mundo, o plano espiritual superior, amparado pela alta justiça, no que tange ao progresso humano, elabora medidas para efetivar os avanços necessários no tempo certo, e homens, comunidades e povos, sob inspiração, concretizam essas medidas.
Ainda no campo das reflexões alegóricas, as linhas que demarcam os territórios dos países europeus estariam começando a ser sutilmente “apagadas” pelos dedos de Jesus, o coordenador do nosso planeta? Creio que Jesus não desistirá, apesar da rebeldia humana, da sua decisão de tocar a alma dos homens, fazendo-os olhar com brandura uns para os outros, enquanto Deus aplica as suas Leis.
Assim que as fronteiras terrestres, num futuro auspicioso, deixarem de ser impeditivas para os homens, os espaços aéreos e marítimos hoje controlados pela mira dos mísseis serão também livres e responsavelmente frequentados pela humanidade unida e pacífica, e a Terra será outra e de todos.
O homem, com o seu livre-arbítrio, julga poder tudo. Tem agido com sanha incontrolável ao longo dos séculos, utilizando o orgulho, o egoísmo e a ambição para conseguir o que quer. Nessa cegueira não consegue ver, objetivamente, a relação entre as suas ações e as consequências desastrosas que afetam a sua existência. É indiferente aos manuais de orientação espiritual que a humanidade tem registrado através dos milênios, mostrando que a fraternidade é um bem essencial para a união e a paz na Terra.
A lei universal de causa e efeito que permeia a vida dos homens se manifesta agora e sempre, em resposta às suas ações. Mas, para muitos, parece não haver uma força descomunal e branda que dirige o mundo. Por habitá-lo e serem livres, os homens pensam que tudo é deles e que por isso não precisam prestar contas. Então dominam, oprimem, dilapidam, perseguem, torturam, matam, provocando desequilíbrio geral.
Contudo, nestes tempos chegados, a Divina Vontade do Deus único começa a se impor sobre os destinos da rebelde e ingrata população da Terra para que as novas fronteiras que distinguirão os povos do futuro sejam apenas alinhavadas pelo traço moral. O amor ligará os seres, que respeitarão as nuances próprias de indivíduos e coletividades. O preconceito, o culto à pátria, o orgulho de raça, o exclusivismo de crença terão desaparecido. E o derramamento de sangue será o horror que os homens farão questão de esquecer para sempre.
Para tanto, as ordens divinas já foram expedidas e o tempo é de mudanças inapeláveis, pois o arbítrio desnaturado do homem tem limites controlados pela justiça de Deus.
O que ocorre hoje na velha Europa, diferente do que já ocorreu em outras épocas e em outros lugares, terá algo a ver com essas reflexões? Ou estas não passam de mera fantasia?
* Claudio Bueno da Silva.
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