Festa Diferente
"Boa noite, meu nome é Juliana. Sou uma recém-chegada no plano espiritual. Há poucos meses desencarnei no mundo, vítima da violência provocada pelos vícios. Tinha apenas treze anos quando perdi a vida executada por minha própria insensatez.
Vim de uma família de classe média, era a princesa do lar. Tudo que queria, conseguia. Pedindo, chantageando sentimentos, emoções, corações amados... Desde cedo aprendi que com a beleza do corpo e a 'fragilidade' aparente de uma alma experiente, podia fazer estragos e manipular pessoas, vidas. Desde meus familiares, aos professores, colegas, 'gatinhos', amigas... Tudo! Tinha tudo em minhas mãos! Tinha tanto que não sabia mais o que queria... Só que tinha tudo, mas ao mesmo tempo não tinha nada...
O que realmente queria era chamar a atenção dos meus ocupados pais... Quando estavam em casa, não me davam atenção. Estavam de corpo presente, mas de coração e pensamento distantes, grudados numa tela de tv, ou na do computador e a tão “inteligente internet”. Aliás, foi por ela que comecei a minha estrada infeliz... Os meus vícios morais foram despertados, pois comecei a utilizá-la de forma desvirtuada. O sexo porta de entrada para os demais vícios, quando não educado, trás enormes estragos na vida... A vontade da primeira relação... Daí para a realidade foi um pulo...
Pedofilia... Regada as drogas... Primeiro a bebida... Depois êxtase... Por fim o crack... Comportamento estranho a uma adolescente, e que demorou a ser percebido pelos pais... Quando o fizeram, já era tarde... Engravidei, mas perdi meu filhinho pela alta dose de drogas... Isso porque há um ano tinha feito um trabalho na escola sobre os perigos das drogas... Critiquei aqueles jovens que entravam nos entorpecentes e nunca mais saíam... Que morriam por causa do vício... Quanta ingenuidade... Não sabia e nem compreendia que era tão difícil... Ainda tentei... Mas não consegui...
Meus pais não me queriam longe em clínicas de desintoxicação... Eu não suportava e sempre dava um jeito de fugir e entregar-me a tudo isso novamente. Até deixei algumas drogas... Consegui não querer mais o crack, algo difícil de acontecer, pois é uma droga muito forte... Não sei como, mas não fumei mais aquilo... Só que a bebida... Ela eu não consegui... Bebi, bebi e bebi...
Até que um dia, numa destas fugidas para as baladas tão normais para a juventude de hoje, misturei tudo o que vi pela frente. Caipirinha, vodca, cerveja, whisky, vinho entre outros... Resultado... Coma alcoólico! Desencarnei...
Mas isso não foi o pior... Foi terrível ver tudo depois... Meu corpo inerte... Meus pais chorando... As poucas amigas de verdade que nunca me esqueceram... Meu velório... O enterro! Fiquei presa ao corpo morto... Que horror!
Mas alguém me retirou desse instrumento abençoado, e que foi mal utilizado por mim... Acho que foi minha avó... Ela que já tinha morrido, e vivia me dizendo que existia vida depois da morte... Comecei a acreditar naquilo... Só que... E os vícios? O sexo! A bebida principalmente...
Não aguentei... Voltei a fazer tudo de novo por vários meses... Até que no último sábado, 02 de fevereiro de 2013, estava vagando meio perdida depois de um dia só... Estranhamente só, diga-se de passagem... Os parceiros das orgias e bagunças haviam sumido... Parecia que minha vó estava por perto, mas não a via... Depois fiquei sabendo que realmente era ela, e que em breve virá conversar comigo... Que alegria!
De repente, escutei um som... Jovens rindo, divertindo-se e logo pensei: 'Oba! Uma festinha! Acho que seria uma boa, depois de um dia solitário...' Mas não sabia exatamente de onde vinha... Vi um rapaz pensando exatamente como eu. Só que este estava vivo no corpo... 'Grudei' nele e em poucos minutos ele achou o local de onde vinha aquele som.
Era um local que eu nunca teria entrado na minha vida... Parecia um prédio de orações... Mas era de lá que vinha o som. Era lá que tinha muitos jovens se divertindo. Parecia que haviam montado uma boate improvisada... O jovem se interessou, mas ficou sabendo que era uma festa de espíritas! Pensei, que 'doido', nunca achei que esse povo careta fazia isso... Ele voltou pra trás com medo de ver algum fantasma, mas como eu já era uma entrei. Fui recebida por outros como eu, só que 'limpos'.
Eles me sorriram e falaram que ali eu poderia me divertir o quanto quisesse! Perguntei, onde estão as bebidas? Estava com sede de álcool!
- Aqui não temos álcool, mas temos água, sucos.
- Não acredito! Como essa galera está assim? Estão se divertindo tanto! Eu só me divertia quando usava alguma coisa pra combinar.
- Na verdade, eles estão se divertindo de verdade! Você apenas se enganava –disse uma jovem sorridente.
Não me ofendi com aquilo, pois ela me falou com um sorriso grande e me dando um abraço, depois me puxando para a roda de outros jovens. Foi mágico! Vi aqueles jovens dançando, cantando, divertindo-se. Tinha até bandas e músicas bem legais! Nada caretas... Gostei mesmo! Inclusive das letras!
Comi, bebi água como a muito não bebia! Bebi suco... Uma delícia! Muito melhor que qualquer bebida com álcool! Onde estava com a cabeça que não queria mais beber suco quando vivia!?
Que festa! Foi a melhor que já tive em toda a minha vida, ou melhor, depois da minha vida... risos... Fui encaminhada para esse Instituto Flor de Luz. A “tia” Abigail é um amor! Ela me pediu para falar tudo o que passei e perguntou se podia gravar e repassar através de um dos jovens que ali estavam naquela festa, naquele último sábado.
Eu fiquei tão feliz! E aqui estou. Aliás, deixo o meu carinho para todos estes “Jovens do Bem”, como eles mesmos se intitulam! Tenham certeza que vocês são do bem! Ainda pude acompanhar com meus companheiros as atividades de domingo... Vi os ensaios dos grupos de artes, que se preparam para o Congresso Espírita no Carnaval.
Observei o esforço de cada um. Deixaram de dormir até tarde para estar ali, fazendo algo que eu, quando viva no corpo achava ridículo, perda de tempo! Mas do lado de cá é tão lindo! Eu e outras dezenas de jovens ficamos só a observar as atividades que estavam sendo realizadas e as atitudes desses jovens do bem.
Amei a alegria de vocês! A amizade! O carinho! O respeito! A dedicação! As peças de teatro, as músicas e as danças... Nossa! Eu gostava tanto de dançar! E eles permitiram que eu dançasse com vocês! Aliás, deixaram todos nós dançarmos juntos! Aprender as coreografias! Foi lindo!
Para finalizar, pois eu sei que já passei do tempo, digo que todos nós e outras centenas, talvez milhares de jovens como eu estarão presentes no próximo final de semana! Será meu primeiro carnaval sem bagunça... Mesmo longe da minha família, tenho certeza que será meu carnaval mais feliz de todos os tempos! Viva ou 'morta', desculpe a 'gafe', ou melhor, desencarnada como os espíritas dizem...risos...
Quero agradecer a vocês e dizer que nunca desistam desta caminhada! Pois vocês são nossos professores e a partir da agora 'somos todos irmãos unidos num mesmo ideal'!
Brigadinha, Juliana."
04.02.13, psicografado por Jerônimo Marques.
Hmmmm sei nao hein, esse tal "relato" dessa menina esta muito forçado vocês inventaram essa história !
ResponderExcluirNão sei se acredito. Mas também não crítico.
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