O coração não perde os grandes sentimentos que nos animam em toda a vida, tão somente porque a morte nos altera o caminho.
As mães continuam, cada vez mais vivas, amando sempre mais os filhinhos de sua alma.
Nosso primeiro pensamento, depois da separação do corpo, é volver ao mundo e ensinar o caminho da verdade aos nossos amados que ficaram à distância.
Os obstáculos, porém, são muito grandes e, por mais que façamos, é muito difícil desfazer as dúvidas que aparecem...
De qualquer modo, no entanto, não renunciamos à tarefa de auxiliar, embora saibamos que muitos dos nossos não nos possam aceitar as ideias renovadoras.
Não exigimos, contudo, a crença no que afirmamos.
Basta compreendermos a necessidade de servir a Deus, em favor de nós mesmos.
O imenso carinho das mães não termina no túmulo.
O coração materno encontra sempre o seu melhor sustentáculo no amor de que se alimenta.
Enquanto a Providência Divina permite, peregrinamos em torno daqueles que são as flores da nossa vida.
E penso que as lágrimas de nossa devoção caem sobre os nossos filhos, como o orvalho do Céu sobre as plantas, porque tudo fazemos por auxiliá-los e sustentá-los na missão de que se incubem na Terra.
Num mundo qual o nosso, a harmonia não é uma luz que possa estar acesa todos os dias, mas os espinhos da esfera carnal nos ajudam a descobrir as flores que o Céu nos destina.
Guardamos conosco, entretanto, a certeza de que Deus nos concederá sempre a paz de que necessitamos, na jornada para o Alto, e o consolo de saber que a mão do Senhor tudo converte para o bem, com o auxílio do tempo.
Esperemos, pois, o futuro.
*Livro: Cartas do Coração
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
LAKE – Livraria Allan Kardec Editora.
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