A lisonja é campo aberto para o orgulho e a vaidade.
Temos outros recursos para incentivar os companheiros de trabalho, livrando-os dos perigos ocasionados pela bajulação.
Até o tom de voz deve ser educado, sem carregar profunda admiração no que tange ao cumprimento do dever.
Quem cumpre o dever não faz mais do que sua obrigação diante da lei.
O adulador é ignorante no que se refere às coisas espirituais.
Se queres ajudar a quem trabalha no Bem, faze o mesmo.
Se tens intenção de incentivar a quem anda direito, sê reto.
Se procuras estimular a verdade, não mintas.
A subserviência desconhece a educação e nunca ouviu falar na disciplina.
É a vaidade dominando os sentimentos, em porfia com o interesse próprio.
Todo bajulador deseja alguma coisa do bajulado e ambos, quando se sintonizam em seus ideais, integram-se perfeitamente com as sombras das ilusões.
Não deves participar deste quadro, nem criticá-los, porque o adulador se revolta e o adulado odeia. Todas as idéias contra a sua coroação com as flores da hipocrisia, mesmo que esteja vestindo as falsas roupas ponteadas de espinhos, vão contra as dos que os advertem.
E ainda têm o gabo em boca própria, como o símbolo da coruja, que fica somente no símbolo.
Não precisas badalar muito a tua própria vida.
Qual é o interesse? Nós somos somente o que somos.
Tudo o que buscamos a mais, fora de nós, sujeita-nos a duras corrigendas e a interpretações reais, que achamos falsas e injustas.
Não queiras ser mais do que verdadeiramente és.
Vê o que Cristo ensinou a Seus discípulos, quando foram tomados pela lisonja.
Disse o Mestre: Aquele que quiser ser o maior, que se faça o menor de todos.
E é sempre assim nas linhas da evolução espiritual: o verdadeiramente grande nunca se apresenta como tal, esconde sua grandeza na capa da humildade e a própria vida se encarrega de premiá-lo com maior fulgor e proeminente sabedoria.
Tudo vem de Deus, somos iguais. Para que mostrar grandeza, se a irmandade nos nivela a todos?
Não adules tanto aquele que sabe um pouco mais que você.
Depois passarás pela mesma escola.
Trabalha e esforça-te, pois somos herdeiros da sabedoria universal e do amor de Deus.
As forças que esperdiças nos elogios aos outros, usa-as na tua auto-educação.
Vigia teus próprios impulsos e, se eles não expressam a verdadeira conduta - aquela ensinada pelos ideais de Jesus Cristo - muda-os, corrige-os, dando direções sublimadas aos teus sentimentos, porque fomos feitos para a luz e não para as trevas.
Devemos fazer a nossa parte no que se refere à nossa iluminação espiritual e interior.
Temos capacidade de nos modificarmos perante as leis que nos assistem.
Elas nos ajudarão em todos os nossos esforços.
Tens dois pés para caminhar e o mundo está cheio de escolas de todas as ordens.
Não podes dizer que não aprendeste por não encontrares quem te ensinasse.
O Evangelho está sendo pregado a todos os povos, por inúmeros meios, fazendo convites para que a ignorância desapareça. Não adules tanto!
Olha mais para dentro de ti mesmo, que os Céus te confortarão.
*Do livro "Cirurgia Moral" De João Nunes Maia, pelo Espírito Lancellin.
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