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domingo, 30 de janeiro de 2011

LEITURA PARA REFLEXÃO SOBRE O TEMA PSICOGRAFIA

CONVITES DA VIDA



Para onde te voltes, onde quer que te encontres, defrontarás os


incessantes convites da vida. Uns se dirigem aos fulcros do espírito idealista


estimulando à ascensão; outros gritam nos recônditos do ser atormentado,


convocando ao abissal mergulho no sofrimento evitável.


Os arrojos tecnológicos facultam celeremente altas cargas de informações


que te pesam constritoramente, debilitando as forças do teu ideal. Simultaneamente


alargam horizontes para excelsas cogitações cuja magnitude


transcende a tua capacidade de apreender.


A litania do desespero chama-te a atenção.


A balbúrdia sexólatra desperta-te a observação.


O brado de revolta convoca-te ao exame das situações.


As mercadorias do prazer espicaçam-te os sentidos.


A loucura generalizada convida-te à alucinação marginalizante.


O medo envolve-te em angústia injustificável.


Ocorre que a Terra transita de “mundo de expiação” para “mundo de


regeneração”, consoante as felizes informações, recolhidas por Allan Kardec,


da Espiritualidade Superior.


Concomitantemente a paz necessita da tua cooperação.


A cruzada do amor e da caridade inspira-te passos gigantescos na direção


da liberdade plena.


O bem de qualquer denominação abrasa-te, guiando tuas aspirações nos


rumos infinitos.


A esperança, embriagando tua alma, conduz as claridades divinas aos


teus painéis íntimos.


Convidam-te: a reflexão a sublimes colóquios, a humildade a total


desprendimento, a fé a mudança de paisagens, o dever à luta incessante pela


sublimação, a paciência a cuidadosas realizações em profundidade, em suma,


o Cristo, ao inexcedível serviço da luz.


Ainda ontem homens e mulheres célebres fizeram-se notáveis porque


aceitaram os convites da vida, como desafios que aceitaram e dos quais se liberaram


com resultados felizes, mediante os quais se engrandeceram,


renovaram outros homens, outras mulheres e o mundo.


Milton, cego e pobre, após a morte de Cromwell, de quem era secretário,


esqueceu-se da limitação e ditou à esposa e filhas, em poesia de lirismo ímpar,


o seu “Paraíso Perdido”.


Steinmetz, não obstante a deformidade física, revelou-se a penosos


esforços cientista insuperável.


Roberto Luiz Stevenson, tuberculoso, olvidou as penas e tornou-se esteta


da literatura.


Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, apesar das dores cruéis que


experimentava em face da terrível enfermidade que sofria, esculpiu a pedra


com arte primorosa.


Eunice Weaver aceitou o desafio da lepra e, após admiráveis contribuições


sociais de outra natureza, levantou os Preventórios para os descendentes


sadios dos hansenianos, fazendo baixar a incidência do terrível mal, no Brasil.


Martin Luther King não temeu a discriminação racial e “colored” encabeçou


as “marchas da paz”, inspirado na resistência pacífica, logrando inestimáveis


conquistas para os irmãos perseguidos pelo vil preconceito.


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Estigmatizados por estranhas enfermidades ou livres delas, tocados pelo


ideal do amor e da beleza, incontáveis servidores da Humanidade atenderam


os convites da vida.


Olha em derredor, aprofunda observações, ausculta as vozes inarticuladas


em melodias sublimes em a Natureza e faze algo que te assinale positivamente


a passagem pela Terra.


Qualquer contribuição de amor ao próximo e aprimoramento próprio, vale


mais do que coisa nenhuma.


Não te escuses.


A vida é um sublime convite. Este livro apresenta-te alguns. (*) Medita neles. É


modesta contribuição que te trazemos quando a nacionalidade brasileira evoca


o sesquicentenário da sua emancipação política.


Lembra-te de emancipar-te, também, das algemas escravocratas de


qualquer natureza.


Liberta-te da opressão do mal, ainda hoje, agora.


Viver na Terra é honra que ninguém pode subestimar.


Um dia, o Rei Estelar, compreendendo a necessidade de elevar o homem


às culminâncias da felicidade no Seu Reino, aceitou o convite-desafio do mundo


em crescimento e desceu à Terra, erguendo-a, de tal modo que em breve a


dor e a miséria baterão em retirada, definitivamente, a fim de que se instalem


nela os chegados dias da “Jerusalém libertada” em plenitude de paz.


Joanna de Ãngelis


Curitiba, 5 de maio de 1972.

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