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sexta-feira, 25 de maio de 2012





 



A DEPRESSÃO


Desde o passado longínquo autoridades médicas e psicológicas têm buscado explicações para os estados depressivos, considerando apenas como estado mórbido.
Será apenas distúrbio somático, decorrente de síndromes nervosas?
Recentemente, já se começou a pensar que a depressão, causas e conseqüências poderiam ter outras configurações, a partir de estudos até mesmo do comportamento humano.
    Não haveria também causas espirituais?
Dizemos espirituais e não religiosas, pois qualquer nome que se dê, sabemos que o corpo humano é constituído do corpo e alma (espírito), sem contar que a Doutrina Espírita encontra um outro componente: o perispírito.

Depressão se apresenta sob formas diferentes, com intensidade e/ou duração variável.
 E também que todo depressivo, em regra geral é triste, mas a recíproca não é verdadeira.
Por que estamos defendendo a posição, com certeza com boas companhias, de que a depressão em muitos e muitos casos pode ser consequência de uma causa espiritual?
Não nos disse Jesus "no mundo tereis aflições..."?
Um trecho de Kardec:
"O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo".
Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que Ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O ESPIRITISMO É A CHAVE COM O AUXÍLIO DA QUAL TUDO SE EXPLICA DE MODO FÁCIL (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo I).
Por que não buscarmos na luz da Doutrina, o que o Espiritismo e os espíritos evoluídos e benfeitores dos encarnados sob a proteção de Jesus, pode dar a propósito do tema?

Sabemos que a reencarnação é a chave que recebemos da Misericórdia Divina, para o aperfeiçoamento do nosso Espírito, e nesse caminho encontramos sempre os Espíritos que nos amam e se preocupam com o nosso estado corpóreo e espiritual. São Bons Espíritos que nos acompanham, nos dão assistência sempre e, principalmente, nos fortalecem intuindo para o caminho do êxito na missão.
Assim, todo encarnado deprimido vai encontrar na Doutrina excelente aliada para a recuperação da sua saúde. Basta querer encontrar o remédio certo, na medida certa, e na hora exata.
 



     A depressão pode ser conceituada como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.
      Poderíamos considerá-la como uma emoção estragada. As emoções naturais devem ser passageiras, e circularem, normalmente, sem desequilibrar o ser. A tristeza, por exemplo, é uma emoção natural, que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada, prolongada, acompanhada de sentimento de culpa, nos leva a depressão.
      Podemos dividir a “depressão”, em três formas, de acordo com o fator causal:
      Depressão Reativa ou Neurose Depressiva: - esta depende de um fator externo desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como: separação, perda de um ente querido, etc.
      Depressão Secundária a Doenças Orgânicas: - acidente vascular cerebral (“Derrame”), tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.
      Depressão Endógena: - por deficiência de neurotransmissores. Exemplos: depressão do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva.
      Estima-se que somente no Brasil incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos cerca 21 milhões de deprimidos. Se partirmos para a população mundial encarnada e desencarnada que povoa o planeta Terra, e segundo as informações dos Espíritos, esta está em torno de 21 bilhões de Espíritos. Assim, teremos, então, um número bem maior, aproximadamente, em 2.940.000.000 de seres humano-espirituais sofrendo desta enfermidade nos dois planos da vida. Considerando, assim, a estatística do Brasil.
      Ela afeta todo o ser, acarretando uma série de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida, tornando a criatura infeliz e com queda do seu rendimento pessoal.
      André Luiz, Espírito que foi médico, atualmente, desencarnado, citado nas suas obras psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier, do Brasil, nos diz que os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomáticas, que se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através dos bióforos. Ela funciona ora como sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo, e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras que desequilibram o ser.
      Segundo Emmanuel, Espírito, desencarnado e mentor do mencionado médium Francisco Cândido Xavier, a depressão interfere na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas, sobretudo, a deficiência imunitária facilitando às infecções.
      Na depressão existe uma perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização.
      O indivíduo perde energia por dois mecanismos principais:
1°)  Perde a sintonia com a Fonte Divina da Energia Vital: o indivíduo não se armando como deve, com o sentimento de autoestima em baixa, afasta de si mesmo, da sua natureza divina, o elo de ligação com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente vibracional negativo, que dificultada o acesso da Espiritualidade Maior em seu benefício.
2°)  A criatura humana fica  envolvida em torno de si mesma, não procurando desenvolver potencialidades evolutivas, vivendo intensamente as experiências e os desafios que a vida lhe apresenta, desperdiça energia nos sentimentos de autocompaixão, tristeza e lamentações. Sofre e não evolui.
     
CAUSAS PRINCIPAIS
     
      A depressão está frequentemente associada a dois sentimentos básicos: a tristeza e a culpa degenerada em remorso.
      Quando por algum motivo infringimos a lei natural, ao tomarmos consciência do erro cometido, temos dois caminhos a seguir:
1 - Erro > Consciência> Arrependimento> Tristeza>Reparação.
2 - Erro> Consciência> Culpa-remorso (idéia fixa) > Depressão.
      O primeiro caminho é o meio natural de nosso aperfeiçoamento. Uma vez tomando consciência de nossas imperfeições e erros cometidos, empreendemos o processo de regeneração através de lições reparadoras.
      De outra maneira, ao invés de nos motivarmos a nos recuperarmos, nós nos abatemos, com sentimento de desvalia, de autopunição, e se permanecermos atrelados ao passado de erros, com idéias fixas e auto-obsessivas, nós estaremos caminhando para o estado de depressão, que é improdutivo no sentido de nossa evolução.
      Outra condição que nos leva à depressão é citada pelo “Espírito François de Geneve, no Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V item 25 (A Melancolia), onde relata que uma das causas da tristeza que se apodera de nossos corações fazendo com que achemos a vida amarga é quando o Espírito aspira a liberdade e a felicidade da vida espiritual, mas,  vendo-se preso ao  corpo, se frustra, cai  no desencorajamento  e transmite para o corpo apatia e abatimento, se sentindo infeliz.  Para François de Geneve, então, a causa inicial é esta ânsia frustrada de felicidade, liberdade almejada pelo espírito encarnado, acrescido das atribulações da vida com suas dificuldades de relacionamento interpessoal, intensificada pelas influências negativas de espíritos encarnados e desencarnados.”
      Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é o isolamento a insegurança e o medo que são acometidas as pessoas na sociedade contemporânea.
      Absorvido pelos valores imperantes como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não perder, de ser melhor, de não falhar, o homem está se afastando de si e sua natureza. Adota então uma máscara (persona), que utiliza para representar “um papel” na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver suas potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções, pois estas demonstram que de fato ele é. Enclausurado, fechado nesta carapaça de orgulho e egoísmo, ele se isola e se sente sozinho. Solidão, não no sentido de estar só, mas de se sentir só. Mais do que se sentir só é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma.
      O indivíduo nessa situação precisa se cercar de pessoas e de coisas para ficar bem, pois, desconhece que ele se basta pelo potencial divino que tem.
      A solidão é conseqüência de sua insegurança, de sua imaturidade psicológica. Nos primeiros anos de vida, as crianças enquanto frágeis e inseguras é natural que tenham necessidades de que as pessoas vivam em função delas, dando-lhes atenção e proteção. É a fase do egocentrismo, predominantemente receptiva. Com o seu amadurecimento, começa a criar uma boa imagem de si, tornando-se mais segura, e a partir de então, passa a se doar, a se envolver e a participar mais do mundo. O que acontece é que certas pessoas, por algum motivo, têm dificuldades neste processo de amadurecimento afetivo, mantendo-se essencialmente receptivas e não participativas, exigindo carinho, respeito e atenção, sem se preocuparem, da mesma forma com os outros. Fazendo-se de vítimas e de pobre coitadas, sem se responsabilizarem por si.
      Conseguem o seu equilíbrio às custas das conquistas exteriores. As primeiras frustrações que se depara, não toleram, pois expõem suas fraquezas e isto motiva um quadro de depressão.
       Em alguns idiomas, doença e vazio tem a mesma tradução. A doença seria decorrente de um vazio de sentimentos que gera depressão e o adoece o ser. Dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior que nós temos dentro de nós. A pessoa que tem dificuldade nesta composição de amar a si e, por conseqüência, amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro, e não consegue entrar em sintonia com a fonte sublime e inesgotável do amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe. Que pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e, por conseguinte de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a doença.

O TRATAMENTO
     
      A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos amando como deveríamos.
      O caminho para sairmos dela é preencher este vazio com a recuperação da autoestima e do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda a potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé em si e no Criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.
      Uma pessoa consciente de sua riqueza interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento a tudo e a todos. Começa assim a se despertar para os verdadeiros valores da vida espiritual, transformando-se numa pessoa feliz e sorridente, pois onde existe uma pessoa carrancuda há algo de errado; o seu semblante sombrio está ligado e demonstra um ser doente. Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.
     A terapia contra a depressão se baseia no amar e no servir, se envolvendo em trabalhos úteis e no serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho do lazer, ou no trabalho de servir ao próximo, o indivíduo se ocupa e exercita o amor, e deixa de se envolver com as lamentações, pois a infelicidade faz seu ninho no íntimo dos sentimentos de cada um. Dificilmente conheceremos um deprimido entre aqueles que trabalham a serviço do bem.
      Para doarmos este amor, não basta somente fazermos obras de caridade, temos que nos tornarmos caridosos; antes de fazermos o bem temos que ser bons. Darmos um pão, um agasalho, mais junto disto colocarmos uma boa dose de afeto e carinho. Acima de tudo ser generosos, que é a caridade do afeto. As pessoas estão com fome de amor, de calor humano, de um ombro amigo, um abraço, um aconchego e uma palavra de carinho.
      Às vezes, com um simples sorriso, um bom dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando a energia e transmitindo a vida.
      O homem alcançou um enorme progresso intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação e, no entanto, mais afastados emocionalmente. Agora, o homem está sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se envolver, amar e sentir o seu semelhante.
      Temos que ressuscitar e liberar a criança que está esquecida dentro de nós. Para resgatarmos esta criança que adormece em nós, é necessário que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não vivemos de forma natural, espontânea, e isto, gera ansiedade e sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer ela se recolhe e não se manifesta.
      A criança não se julga e não se pune. Ela apenas vive o hoje, o momento de agora, integrada perfeitamente a Deus e à natureza. “Deixai vir a mim as criancinhas porque o reino dos céus é de quem vos assemelham”. – com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros, autênticos, integrados com a nossa natureza divina, sem fugas ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução espiritual. Ter atitudes, como lidar com animais, brincar com crianças, atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar um caso, ver um bom filme, escutar uma música, cantar, sorrir, ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas, abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar o pôr do sol, etc. Estas são tarefas que muito nos ajudará a reencontrarmos o equilíbrio e a harmonia interior.
      Manter sempre o bom humor. Aquele que tem no ideal de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas e viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas que se olharmos com olhos de Espíritos eternos em passagem pela Terra, não valorizaríamos o fato ou o acontecimento na vida.
      Substituir sentimentos de autopiedade por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com atenção e interesse ao nosso redor veremos que existem pessoas com problemas muito piores, que os nossos a pedir socorro.
      Procurar praticar atividades físicas regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa a criar pensamentos negativos, que se assemelham a lixos amontoados dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando sua mente destes pensamentos deletérios.
      Tornar-se empreendedor, dinâmico, criando idéias novas e construtivas em benefício dos semelhantes com motivação para implementá-las, junto ao grupo ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que as coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.
      Leituras edificantes, uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual ajuda a você a ver o problema por outro ângulo. Ou um diálogo fraterno em uma instituição Espírita Kardecista.
      A oração é um recurso indispensável no processo da recuperação. Através dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias. Não nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas e nossas dificuldades devem ser interpretadas como instrumentos para nossa evolução.
     Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar contra eles. O melhor aprendizado é aquele que tiramos de nossa própria vida.
      O Vocábulo “crise” em algumas línguas pode ter dois significados: a oportunidade ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda.
      O que importa é sabermos que os problemas que deparamos na vida só surgem quando já temos condições de solucioná-los. Como disse o Mestre Jesus: “O Pai não coloca fardos pesados em ombros fracos.” Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta.
      Ter consciência, que acima de tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandona. Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: “Eu sou o Bom Pastor; tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração; vinde a mim vós que andais afadigados, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”.

O SUICÍDIO

      Uma das causas do suicídio é o indivíduo se achar impotente e fraco para enfrentar suas dificuldades. Ele se julga inferior, incapaz, vítima da sociedade, desprezando a força que tem. Aí os problemas passam de uma dimensão para uma muito maior, e ele se vê impossibilitado para resolvê-los.
      Segundo esta linha de raciocínio, não existe pessoa “fraca” a ponto de não suportar um problema, que ele julga, de certa forma, demasiado para si. O que de fato ocorre é que esta criatura não teve força de mobilizar a sua vontade própria para enfrentar aquele desafio. Preferiu fugir, acreditando poder se libertar daquela situação. Só que não irá conseguir, pois a morte é apenas uma mudança de estado vibratório.  A pessoa continua sendo a mesma, com os mesmos sentimentos e os mesmos problemas.
      O mais grave é que o suicida acarreta danos ao seu perispírito. Quando voltar a reencarnar, além de enfrentar os velhos problemas ainda não solucionados, terá por certo, acrescido a necessidade de reajustar à sua lesão perispiritual.
      Devemos ter a vontade firme de eliminar o mal interno da depressão e os vários caminhos que podem ser percorridos: O tratamento medicamentoso (às vezes necessário), trabalho espiritual incluindo a desobsessão, a água fluidificada, passes magnéticos, o trabalho beneficente, mudança de atitude mental, etc.
      Após iniciado o processo de recuperação é necessário que nos tornemos vigilantes, pois é muito comum a melhora cíclica da pessoa com altos e baixos. ”Vigiai e orai”. É importante aproveitar os períodos de melhora para empreendermos trabalhos edificantes no bem consolidando as conquistas já efetuadas.
      Uma coisa fundamental que devemos ter consciência é que ninguém e nada tem a capacidade de nos fazer infelizes se não quisermos. O centro de gravidade do nosso equilíbrio psico-emocional tem que estar localizado dentro de nós e não nas coisas exteriores.
      Não se deve condicionar a sua felicidade a algo que aconteça ou esperar que alguém o faça feliz. Estando com o seu centro de equilíbrio estável, se amando e aceitando como você é e passa a viver o agora e aceitar as pessoas e circunstâncias como elas são. Além disto, passamos a ver as qualidades do outro e não os seus defeitos, pois, geralmente vemos o outro como um reflexo do nosso estado íntimo.
      Finalmente, damos mais algumas dicas para você: Esforce-se vez que a cura depende muito de você; cresça emocional e psicologicamente, adquirindo uma maior maturidade; saia do comportamento, apenas, materialista, crie você à robustez de sua espiritualização; não tenha nenhum sentimento de perda, este possui uma forte ligação com o passado; por favor, elimine de você qualquer sentimento de culpa; liberte-se da obsessão espiritual através de um tratamento, este tratamento modifica a sua maneira de viver, retira de você um grande fardo; procure um médico especialista, um psicólogo e, finalmente, uma Instituição Espírita, para um tratamento espiritual; aprenda a realizar a prece no Lar, o chamado culto do Evangelho no Lar, para isto, peça orientação na casa Espírita; procure conviver melhor com a sua família, paz no Lar, paz no mundo; amplie os círculos de amigos; trabalhe com alegria; vigie os seus pensamentos, educando-os e, se, possível, orando bastante; compreenda que estamos em um mundo de provas, portanto, a dor ainda existe para o nosso burilamento espiritual; repita sempre palavras e pensamentos otimistas de alegria íntima; saia de você para a prática da Caridade em favor do deu semelhante. Desta forma, sairemos destes estados enfermiços aumentando a nossa saúde no caminho da plenitude e da Paz.
      Portanto, não aceite o convite para sofrer, que venha de outra pessoa ou de você para você mesmo. Proteja-se. Emita como já falamos pensamentos bons. Faça a já citada Caridade Moral que significa: A Benevolência a Indulgência e o Perdão.
      Nada pode abalar aquele que alcançou o Amor, a Paz, a Harmonia interior e, sobretudo, a Fé no poder de Deus. VENÇA E FUJA DA DEPRESSÃO HOJE E SEMPRE.

Lembrando que a depressão também é um processo biológico e que associado ao tratamento espiritual, deverá ter o da medicina terrena.
Afinal estamos em um corpo físico. Ambos poderão auxiliar no tratamento da depressão

Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan – Evangelho Segundo o Espiritismo -2ª. Edição-FEB-Cap. V, Item 25.
FRANCO, Divaldo Pereira – O Homem Integral - 3ª. Edição – Livraria Espírita Alvorada.
XAVIER, Francisco Cândido – Missionários da Luz –FEB- 21ª. Edição.
XAVIER, Francisco Cândido – O Consolador –FEB – 13ª. Edição.
REVISTA Espírita Allan Kardec – Ano X n° 37
ADE, Sergipe – Pesquisa.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL




Assunto delicado e grave. 
Vejamos alguns aspectos iniciais:
Como o espiritismo vê a questão  da pedofilia?
Como um grave desequilíbrio mental e espiritual, necessitando severo tratamento multidisciplinar, isto é envolvendo diversos profissionais além de tratamento espiritual complementar.

Qual a razão de existirem pedófilos? 
A mesma razão de existirem quaisquer outros desequilíbrios psíquicos. São atitudes doentias que se estruturaram ao longo de uma ou mais existências ou seja reencarnações. Ninguém foi criado pedófilo.

O que se passa nas suas mentes?
Cada um deles tem uma história. Não há como colocar todos em um mesmo rótulo. Mas poder-se-ia dizer que tem um impulso sexual doente e destituído de ética.

Quais os traumas que eles têm? 
Diversos, e variam conforme cada caso. Podem ter sofrido: violência infantil, abandono, desprezo, presenciado quando em tenra idade, sexo entre os pais, enfim outras distorções de educação ou de vivência.

Como se explica tal comportamento?
A resposta é tão difícil como explicar qualquer outra grave alteração de comportamento. São espíritos que pelo seu atraso, imaturidade, ignorância e sobretudo pelo livre arbítrio desviaram-se da linha normal de conduta.

E as vitimas, por que isso?
Em diversas oportunidades, quando fizemos palestra sobre reencarnação, fomos questionados posteriormente sobre a dolorosa e delicada circunstância da pedofilia. Principalmente, ao se propiciar perguntas nos serem dirigidas por escrito viabilizava-se este questionamento.
Embora o tema seja potencialmente polêmico e desagradável, não há como ignorá-lo no contexto de nossa situação planetária.
Nossa abordagem será pelo ângulo transcendental e reencarnacionista considerando que são dois espíritos, no mínimo, envolvidos na tragédia em questão. Cumpre-nos esclarecer que o livre arbítrio é o maior patrimônio que nós, espíritos humanos, temos alcançado ao atingirmos a faixa evolutiva pensante. Livre arbítrio que não legitima atitudes, mas oportuniza às criaturas decidir e se responsabilizar pelas consequências de seus atos posteriores.
Outra premissa que deveremos estabelecer é aquela da maior ou menor repercussão dos atos perante a Lei Universal, em função do nível de esclarecimento que possuímos. Importante também salientar que não há atos perversos que tenham sido planejados pela espiritualidade superior. Seria de uma miopia intelectual sem limites, a ideia de que alguém deve reencarnar a fim de ser violentado ou sofrer pedofilia. A concepção do Deus punitivo e vingativo já não cabe mais no dicionário dos esclarecidos sobre a vida espiritual. Deus é a fonte inesgotável de amor. É a Lei maior que a tudo preside, uma lei de amor que coordena as leis da natureza.
Então, como conceber a violência física? Como enquadrar a onipresença divina em situações e sofrimentos que observamos? Deus estaria ausente nestas circunstâncias? Ou estaria presente? Para muitos indivíduos se estivesse presente já seria motivo para não crer na sua existência ou na sua infinita bondade e onisciência.
Outra questão importante: Quem é a “vítima”? Analisemos. Cada um de nós ao reencarnar trouxe todo o seu passado impresso indelevelmente em si mesmo, são os núcleos energéticos que trazemos em nosso inconsciente construídos no passado.
Espíritos que somos e pelas inúmeras viagens que percorremos, representadas pelas inúmeras vidas, possuímos no nosso “passaporte” inúmeros “carimbos” das pousadas onde estagiamos em vidas anteriores. Hoje, a somatória dessas experiências se traduzem em manancial energético que irradia constantemente do nosso interior para a superfície desta vida.
Assim, é também a “vítima”. A criança, que hoje se apresenta de forma diferente, podem trazer de seu passado profunda marcas de atitudes prejudiciais a irmãos seus. Atitudes de desequilíbrio que são gravadas em si mesma.
Algumas dessas, hoje crianças, participaram intelectualmente de verdadeiras emboscadas visando atingir de maneira dolorosa a intimidade sexual de criaturas; outras foram executoras diretas, pela autoridade que eram investidas, de crimes nesta área. Enfim, são múltiplas as situações geradoras da desarmonia energética que agora pulsa constantemente nos arquivos vibratórios da criança, nossa personagem neste drama.
Pela Lei Universal da sintonia de vibrações, poderá ocorrer, em um dado momento, uma surpresa desagradável. O espírito, criança agora, poderá atrair e sintonizar com o agressor, ou seja, o pedófilo, e ser agredida.
Identificados dois dos protagonistas (agressor e criança), temos também que considerar o frequente processo obsessivo que vinha se desenvolvendo. Uma outra entidade pode estar fixa perifericamente ou até profundamente à trama perispiritual de um ou dos dois envolvidos no processo.
Lembramos, novamente, não foi em hipótese alguma programada a violência ou o estupro, nem ele em qualquer circunstância teria justificativa. No entanto, o crime existindo, necessário compreender em uma visão mais ampla o que está acontecendo. A espiritualidade sempre fará o máximo para evitar o “mal” ou não sendo possível, apoiar aos que sofrem.
O espírito submetido à violência da pedofilia sofre intensamente no processo, conforme o seu grau de maturidade espiritual. Não houve a programação, mas a tendencia que trazia era forte e havia o risco  em passar por algo do gênero, que  a espiritualidade não conseguiu evitar.
A violência da pedofilia gera, muitas vezes, profundos traumas em todos os envolvidos, exacerbando a dolorosa situação kármica da constelação familiar.
Há, também, espíritos afins e benfeitores que visam amparar os envolvidos nesta dor. Amigos do extrafísico cheios de ternura em seu coração, com projetos de dedicação e amparo, sempre se fazem presentes. O tempo se encarregará de cicatrizar os ferimentos da alma.
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 76.

                             


Todas as pessoas devem estar vigilantes para que sejam vitoriosas em sua vida, em vez de agravar os seus débitos perante a Lei Divina.
 Mas o que é estar de acordo com a lei divina? A resposta foi dada por Jesus: Fazer aos outros todo o bem que gostaríamos que nos fizessem.
 Certamente que isso se manifesta também em nossos relacionamentos afetivos, através de gestos de respeito e carinho por aqueles seres com quem nos relacionamos.
 Então, o equilíbrio sexual (que se manifesta por um comportamento que não é promíscuo e nem desrespeitoso para com os sentimentos alheios) é caminho seguro para uma existência digna e feliz.

Todos nós somos seres em busca do equilíbrio espiritual.
 A maior parte de nós traz graves comprometimentos no que diz respeito no campo sexual.
 O Espírito Emmanuel, em sua obra "Vida e Sexo", psicografada por Chico Xavier, nos informa que, quase sempre, os que chegam no além-túmulo, sexualmente desequilibrados, depois de longas perturbações, renascem no mundo tolerando moléstias insidiosas, amargando pesadas provas como conseqüência dos excessos que cometeram no passado.

Ainda o Espírito Emmanuel, em O Consolador, nos mostra que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos. Informa Emmanuel que observamos almas numerosas aprendendo, entre as angústias sexuais do mundo, a renúncia e o sacrifício, em marcha para as mais puras aquisições do amor divino.

A esse respeito, Emmanuel finaliza o livro Vida e Sexo com a seguinte recomendação: "Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tendências mais íntimas e, após verificardes se estais em condições de censurar alguém, escutai no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Para o nosso próprio bem e para o bem de nossos semelhantes, há necessidade intransferível de vivência equilibrada no campo sexual a fim de encontrar a harmonia para as futuras reencarnações. Todos devem buscar a sua reforma interior, não cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais. Ensinam-nos os espíritos que a energia sexual é criação divina e que o sexo em bases de amor e carinho, respeito e atenção pelo sentimento alheio, é força maravilhosa.

O Espírito André Luiz, no seu livro Conduta Espírita, psicografado por Chico Xavier, recomenda "distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la".
 Os abusos, tais como as orgias, o sadomasoquismo, a necrofilia, a pedofilia e outros, são práticas que comprometem o equilíbrio no manuseio das forças genésicas e são contrárias às leis naturais, dando uso aos órgãos sexuais de maneira diversa do que recomenda a sua natureza.
                                                crianca-chorando.jpg             

segunda-feira, 14 de maio de 2012

EDUCAÇÃO DOS FILHOS





A psicologia e a psiquiatria constataram que as impressões marcadas na infância constituem o acervo positivo ou negativo que cada um carrega durante toda a sua existência. 
"Quantos pais são infelizes em seus filhos, porque não lhes combateram desde o início as más tendências por fraqueza ou indiferença, deixando que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade que produzem a secura do coração.
 Depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência e gratidão deles._ (O Evangelho Segundo o Espiritismo,cap. V item 4) 

       Se  em tempos atrás, o autoritarismo bastava para se impor limites, atualmente o diálogo e o afeto se tornaram indispensáveis. 
Quantas vezes a falta de  um diálogo com os filhos e consequentemente o desconhecimento do que lhes vai na alma, tem feito com que interpretemos mal suas atitudes julgando-as agressivas e desrespeitosas, quando não passam de apelos dramáticos para que nos apercebamos que eles existem.
 Como pretender que eles nos estimem e nos demonstrem gratidão, se o que recebem de nós são migalhas afetivas, nem sempre dadas de boa vontade, insuficientes para saciar a fome de carinho que os consome?
            Enfim a atuação dos pais é de vital importância para a construção de uma família equilibrada e, concluímos que,  apesar da concorrência externa, os pais ainda não foram desbancados e cremos que nunca o serão, do dever de serem os plasmadores do caráter de seus filhos" (Rodolfo Caligaris - A vida em família)

sábado, 5 de maio de 2012

A MISSÃO DE SER MÃE





A Missão de Ser Mãe

"O amor materno é um sentimento instintivo e uma virtude". "Quando nasce na mulher o
sentimento de abnegação e devotamento em relação aos filhos, essa energia psíquica inicialmente instintiva atinge o grau de virtude.
Esse amor persiste por toda a vida, sobrevive mesmo á própria morte, companhando o filho
Até no Alem túmulo”.(pág. 890, Livro dos Espíritos).

A missão de ser mãe quase sempre começa com alguns meses de muito enjôo, seguido por
anseios incontroláveis por comidas estranhas, aumento de peso, dores na coluna, o
aprimoramento da arte de arrumar travesseiros preenchendo, espaços entre o volume da
barriga e o resto da cama.
Ser mãe é não esquecer a emoção do primeiro movimento do bebezinho dentro da barriga; o
instante maravilhoso em que ele se materializou ante os seus olhos, a boquinha sugando o
leite, com vontade, e o primeiro sorriso de reconhecimento.
Ser mãe é ficar noites sem dormir, é sofrer com as cólicas do bebê e se angustiar com os choros
inexplicáveis: será dor de ouvido, fralda molhada, fome, desejo de colo?
É a inquietação com os resfriados, pânico com a ameaça de pneumonia, coração partido com a
tristeza causada pela morte do bichinho de estimação do pequerrucho.
Ser mãe é ajudar o filho a largar a chupeta e a mamadeira. É leva-lo para a escola e segurar
suas mãos na hora da vacina.
Ser mãe é se deslumbrar em ver o filho se revelando em suas características únicas, é observar
suas descobertas. Sentir sua mãozinha procurando a proteção da sua, o corpinho se
aconchegando debaixo dos cobertores.
É assistir aos avanços, sorrir com as vitórias e ampara-los nas pequenas derrotas. É ouvir as
confidências.
Ser mãe é ler sobre uma tragédia no jornal e se perguntar: "e se tivesse sido meu filho?"
E quando vir fotos de crianças famintas, se perguntar se pode haver dor maior do que ver um
filho morrer de fome.
Ser mãe é descobrir que se pode amar ainda mais um homem ao vê-lo passar talco,
cuidadosamente, no bebê ou ao observa-lo sentado no chão, brincando com o filho. É se
apaixonar de novo pelo marido, mas por razões que antes de ser mãe consideraria muito pouco românticas.
É sentir-se invadir de felicidade ante o milagre que é uma criança dando seus primeiros
passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras
numa frase.
Ser mãe é se inundar de alegria ao ouvir uma gargalha gostosa, ao ver o filho acertando a bola
no gol ou mergulhando corajosamente do trampolim mais alto.
Ser mãe é descobrir que, por mais sofisticada que se possa ser, por mais elegante, um grito
aflito de "mamãe" a faz derrubar o suflê ou o cristal mais fino, sem a menor hesitação.
Ser mãe é descobrir que sua vida tem menos valor depois que chega o bebê. Que se deseja
sacrificar a vida para poupar a do filho, mas ao mesmo tempo deseja viver mais - não para
realizar os seus sonhos, mas para ver a criança realizar os dela.
É ouvir o filho falar da primeira namorada, da primeira decepção e quase morrer de
apreensão na primeira vez que ele se aventurar ao volante de um carro.
É ficar acordada de noite, imaginando mil coisas, até ouvir o barulho da chave na fechadura
da porta e os passos do jovem, ecoando portas adentro do lar.
Finalmente, é se inundar de gratidão por tudo que se recebe e se aprende com o filho, pelo
crescimento que ele proporciona, pela alegria profunda que ele dá.
Ser mãe é aguardar o momento de ser avó, para renovar as etapas da emoção, numa dimensão
diferente de doçura e entendimento.
É estreitar nos braços o filho do filho e descobrir no rostinho minúsculo, os traços
maravilhosos do bem mais precioso que lhe foi confiado ao coração: um espírito imortal
vestido nas carnes de seu filho.
A maternidade e uma dádiva. Ajudar um pequenino a desenvolver-se
e a descobrir-se, tornando-se um adulto digno, é responsabilidade
que Deus confere ao coração da mulher que se transforma em mãe.
E toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia,
descobre que o filho que depende do seu amor e da segurança que
ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu.


Ser mãe  é assumir a responsabilidade de contribuir com Deus na construção da humanidade
ditosa do futuro, auxiliando outra alma em sua caminhada evolutiva.
 Para cumprir missão de tal  envergadura, tem de superar desafios e muitas vezes, renunciar
A seu próprio bem estar.
Ser mãe  é viver em júbilo por compartilhar com Deus o dom da vida,  é viver de emoção em
emoção, sofrendo resignadamente, mas seguindo sempre e corajosamente.
Ser mãe é cantar de alegria, mesmo na estrada das adversidades; é ter garra, força e coragem para  auxiliar o Ser amado na busca da felicidade.
Sempre pronta a segurar na mão do seu rebento amado quando das dificuldades da passagem,
orienta sobre o bem e o mal, mas respeita-lhe a individualidade e permite-lhe o livre arbítrio.
Ser mãe é receber como filhos, espíritos com os quais mantém laços de afinidade (simpatia) ou de  resgates (quando têm dívidas um para com o outro), tendo "outra" oportunidade para que te  redimas e aprendas junto com ele.
Ser mãe na Terra, é ter a marca de Deus na alma, é saber ser feliz com pequenas coisas, como o  ajudar constantemente, o amparar solícito, o afago de amor.
Ser mãe  é transmitir uma herança nobre  às gerações que lhe seguem (seu  exemplo é a força
dominante na vida daqueles que convivem com ela, que o herdam e transmitem  às gerações
futuras), é instruir os filhos no caminho em que deve andar. É receber como missão preparar as vidas daqueles que Deus lhe confiou, para que os propósitos divinos sejam neles concretizados.
Toda mulher, de alguma forma,  é mãe. Se não  é mãe do filho que gerou em seu próprio
ventre,  é mãe de um sobrinho, de alguém por quem desenvolve afeto. Este sentimento se
caracteriza por um amor forte, profundo e desinteressado, que nada exige e que a tudo  é
capaz de renunciar para ver os amados felizes.
 A Maternidade é inerente às mulheres. É uma dádiva divina especialmente dirigida à elas.

Elo entre Pais e Filhos
A verdadeira educação começa no lar. A mãe, nos primeiros anos do bebê, é fundamental na sua  vida. Sua presença aquece seu coração e o guia no caminho da vida. Os laços do amor dependem
muito da qualidade desta convivência mãe e filho. Se for bem conduzido, o amor prevalecerá e a criança ampliará o triângulo familiar (Pai, Mãe e Filho), aprendendo também a amar outras
pessoas.
Mesmo com o crescente espaço da mulher no mercado de trabalho e as mudanças da sociedade, a função de educar, ainda é creditada a ela e normalmente é a mãe quem passa mais
função de educar as crianças ainda é creditada a ela e normalmente é a mãe quem passa mais
tempo com a criança.  Desde o princípio, a mãe é a primeira pessoa com quem a criança tem
contato. É a mãe quem vai apresentar o mundo para a criança.
Quando a criança nasce, o seu receptáculo de proteção e carinho é a mãe. Um laço de infinitas
proporções é estabelecido.
 Forma-se aqui uma ligação emocional, amorosa que nunca mais irá se romper.
A figura materna é para o filho o bem mais precioso e a confiança que a criança tem na mãe é imensa.

Nascimento:
No começo a criança nem percebe a diferença entre ela e a mãe (experiência de fusão), pensa que são  uma coisa só, um corpo  único; entende isso como  uma unidade.  Mãe e bebê seriam
vivenciados como sendo um único ser e, portanto, indivisível (neste período, o bebê não sabe
de sua existência psíquica).
1 Ano:
Um bebê de um ano normalmente entende que é uma entidade distinta da mãe. À medida que os
bebês desenvolvem um maior controle motor, eles conseguem se distanciar de seus pais e vê-los à distância, o que ajuda os bebês a perceber a si mesmos como indivíduos separados. Essa
separação os ajuda a começar a desenvolver uma consciência de si mesmo.
A criança vai perceber a diferença entre eles e finalmente entender a individualidade de cada
um. A boa relação mãe/filho, que leva também em conta a necessidade que o bebê tem de se
separar, vai ajudá-lo a estabelecer o processo de separação-individuação,  uma  diferenciação
progressiva do eu na estruturação do seu psiquismo (o bebê começa a tomar consciência de si
mesmo, distinguindo aquilo que  é de seu próprio corpo daquilo que  é uma representação do
mundo externo (o outro)). Um exemplo dessa fase é o Auto reconhecimento: é quando o bebê se reconhece no espelho.
É nessa fase que a criança  investe em alguns objetos a função de substituir ilusoriamente a
mãe  (com fralda, paninho, ursinho), podendo, com isso, estar tranquila.  O objeto amado do
bebê oferece segurança e conforto, especialmente em situações de medo e insegurança.
Um pouco mais adiante, começa a surgir a possibilidade da linguagem, quando ela passa a dar
nomes aos objetos (ex. a palavra "mãe", evoca afetivamente tudo o que ela representa como
proteção, mesmo na sua ausência).

2 Anos:
Nesse período a criança aprende a falar. Com o feito vem um grande senso de individualidade
O bebê tem uma visão egocêntrica do mundo. Ele vê a si mesmo como o centro do universo e é  incapaz de ver o mundo sob os olhos de outra pessoa.Ele acredita que o mundo gira ao seu redor.

O caminho da independência, que tem a sua primeira crise aos dois anos com o surgimento do não e do uso do Eu, exalta a luta da criança para auto afirmar-se, auto possuir, reconhecer-se
pessoa distinta do outro com o direito a vontades e necessidades próprias.
Esta etapa é caracterizada por uma grande quantidade de oposição. É como se a criança tivesse de fazer o oposto simplesmente como uma comprovação de sua independência. Isso é um atestado de que ela tem um senso de si
mesma como um indivíduo. Esses tempos difíceis são importantes para ela começar a se tornar uma pessoa distinta.
A criança se distingue EU, deixa de referir-se a si mesma pelo nome próprio,
vê-se definitivamente como UM, uma unidade, uma pessoa separada do outro.  É uma etapa
indispensável na fundação do EU, para a aquisição do auto-suporte, da autoconfiança, do
sentimento de valorização e amor próprio.

3 Anos:
A maioria das crianças se torna competente no uso da língua. Elas utilizam prontamente os
pronomes "eu", "mim" e "meu", especialmente para defender a propriedade de seus brinquedos e outras posses.
Aos três anos de idade, a criança tem um bom senso de "eu" e "você" e de "si" em
relação a "outros". Com melhores capacidades cognitivas e com um repertório mais amplo de
experiências, ela interiorizou memórias das pessoas significativas em sua vida, seus pais.
Aos três anos de idade, a criança  tende a ter diversos relacionamentos com outras pessoas que não seus pais.
É o período dos Elos Múltiplos, onde outras pessoas passam a fazer parte da vida
dela, e.ela tem que desenvolver maneiras de interagir com cada uma dessas pessoas.
Pode ser a babá, a professora, um amiguinho. O mundo da criança se expande (por exemplo, quando ele vai para uma creche ou para a pré-escola), as influências sobre a sua auto-estima
incluem as atitudes de novas pessoas em relação a ele. É essencial dar a ele a segurança de que ele necessita de forma que possa sair e explorar o mundo á sua volta.
Como é a mãe quem apresenta o mundo para a criança, o resultado é que parte da sua visão de mundo é “transferida” para o filho.
Ela coloca um pouco de si no que está mostrando, a visão
dela, a forma de ver. Nesse contexto interfere a experiência que a mãe teve como filha. Muitas
coisas vão se repetindo. Aquilo que ela recebeu da mãe, passa para os filhos, e eles vão passar
para os seus netos.
Nesse sentido, a palavra da mãe tem muita força diante dos filhos e nisto está
muita responsabilidade no que diz aos outros. Porém a voz materna pode ganhar ou perder
autoridade moral perante os filhos, dependendo do modo de vida que escolhe.
Por ser o primeiro contato da criança com o mundo é que a mãe assume um papel importante em sua vida.
Todo o desenvolvimento da personalidade, de tudo o que a criança vai ser no futuro,
está de certa forma nas mãos dos pais, mas em primeiro lugar da mãe. O pai tem o seu papel,
muito importante, mas a mãe é o primeiro contato.
O contato físico no dia-a-dia entre a mãe e a criança até os dois anos é muito importante. É por
meio desse tipo de contato que a criança vai perceber valores como carinho e afeto ( a mãe passa o afeto através da forma como cuida do bebê, como lhe faz carinho).
O carinho, o afeto, a atenção que a mãe dedica á criança são fatores que irão influenciar na segurança durante a adolescência e na vida adulta.
Pesquisas mostram que crianças que interagiram satisfatoriamente com suas mães (até um ano de idade), apresentam baixo risco de ter problemas de comportamento, como bullyng,
Mentiras, desobediência, etc.
Todo o aprendizado nessa etapa se refletirá na sua forma de se relacionar com o mundo afora.
Os cuidados maternos vão definir seus valores, caráter, nível de tolerância.
A mãe precisa suprir as necessidades da criança o suficiente e entender também que o exagero é tão nocivo quanto a falta de cuidado.
A importância da presença continuada da mãe, na vida da criança é um fato estudado e validado.
A criança precisa que a mãe lhe vá dando sentido à vida desde que o concebe até a criança ser
suficientemente autônoma.
 Mesmo depois de adultos a presença disponível da mãe é sempre um fator se segurança afetiva.
A morte da mãe, desaparecimento  ou sua ausência prolongada por vários motivos ( antes dos seis a sete anos) podem prejuducar o desenvolvimento da criança e provocar um trauma
psíquico, com sensação de vazio e abandono, surgimento de brecha afetiva, sentimentos de culpa e desamor ( acredita que a mãe foi embora, porque não gosta dela, etc...)
O pai é fundamental na vida da criança, e se a mãe não puder estar presente, que esteja o pai, porque, uma figura afetiva segura é fundamental na saúde psíquica da criança.
A falta de afeto pode ocasionar problemas no futuro. Estudos demonstram que a falta de afeto, de
atenção e de carinho pode acarretar problemas emocionais ou deliqüência no futuro adulto.
Mas isso não significa que as mulheres devem deixar todo o espaço que conquistaram nas últimas
décadas para voltarem a se dedicar exclusivamente à família. A grande questão está na figura afetiva segura é fundamental na saúde psíquica da criança.



A Nobre Missão de Maria


Maria é reconhecida em sua grandeza por outras religiões. Tome-se, por exemplo, o Islamismo, que exalta sua elevação. O próprio protestantismo, na voz de Lutero, reconhecia a importância de Maria, contestando tão somente algumas distorções. Com o Espiritismo não é diferente, reconhece-se a elevação de Maria.
No universo tudo evolui. Tudo. E todos devem contribuir para a evolução da obra divina.
Dotados de livre arbítrio, as populações dos orbes avançam em ritmos e rumos diferentes. Nos mundos menos evoluídos e mais materiais, como a Terra, a transição positiva de idéias, tradições e comportamentos é lenta. Por isso, espíritos de alta hierarquia espiritual descem dos cumes dimensionais mais evoluídos em missão sacrificial e de amor, aptos para resistirem à fornalha da carne, de suas tentações e desvios. Vêm dar testemunho e acelerar mudanças, lançando, também, sementes que aguardarão o momento propício para eclosão.
Mas, para que um espírito de altíssima graduação espiritual tenha sucesso sobre as dificuldades da matéria, impõe-se a conjugação de esforços de outros espíritos superiores que o antecedem para preparação do caminho, tal como o agricultor fertiliza a terra para receber a sutil semente grávida de vida.
Dentre todos os espíritos que conjugaram esforços para o êxito da missão de Jesus, Mirian ou - como conhecemos -, Maria foi, quiçá, a mais importante. Espírito de luz, anjo dócil de Deus, aceitou a missão de aninhar em seu útero e lar de amor, o espírito mais evoluído que este planeta já recebeu.
A missão para além de sacrificial – porque exigia a descida de uma dimensão superior -, era também arriscada. Mesmo diante de uma missão divina, as leis que regem a matéria devem ser respeitadas e delas não podem esquivar-se os espíritos evoluídos que, ficam assim, vulneráveis às vicissitudes próprias da carne. Quer isso dizer que Maria devia fazer, rigorosamente, sua parte. Um desvio do plano, poderia inviabilizar a redenção crística.
Maria deveria viver no mundo, mas sobrepairando-lhe, em plenitude divina, preparando seu corpo, sua mente e seu lar para ambientar a poderosa luz divina que se encarceraria na carne para romper o véu da matéria densa e anunciar, noutras letras e tons, a vida celeste.
Ao contrário do que alguns exegetas especulam, Jesus e Maria se relacionavam muito bem, mesmo porque ambos já conheciam o plano divino, apenas submerso no inconsciente de Jesus por causa da barreira material.
Pode-se perceber simbolicamente a importância de Maria nos estratégicos momentos da vida de Jesus, descritos nos Evangelhos. Ela aparece no nascimento e morte de Jesus – firme aos pés da cruz -, e quando ele revela ter despertado espiritualmente, ensinando no Templo ainda criança, bem como quando publicamente fez seu primeiro “milagre”.
No planejamento espiritual, cumpria postar espíritos colaboradores próximos a Jesus. Por isso, a providência divina também uniu Maria por laço de parentesco com Isabel, que já idosa engravidou e trouxe à carne outro espírito superior encarregado dos últimos preparativos para chegada do Cristo: João Batista – a voz que clamava no deserto -, que mais tarde o batizou e deu início à parte final de sua missão.
É, por certo, o encontro das duas mulheres grávidas, uma das mais belas passagens bíblicas do Novo Testamento, registrada por Lucas (1:39,48):
“E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel, e aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto de teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte de meu Senhor lhe foram ditas. Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada.”
Como se pode notar, eis a passagem evangélica que dá base à oração conhecida por Ave Maria que, adaptada pelo Catolicismo, troca “Mãe de meu Senhor” por “Mãe de Deus.”, na versão de nossos irmãos.
Jesus encontrou na doçura, dedicação, bondade e altivez da mãe as condições necessárias para despertar, sem intervenções indevidas, todas as incomensuráveis potências de seu espírito puro, ainda então se recobrando do mergulho pesado, embotador e sofrível na carne.
E é assim que devemos devotar-nos a Maria, como espírito de luz, portadora de um amor que a blindou contra as dificuldades da carne, permitindo-lhe uma dedicação extrema, mas dócil e altiva, tudo em prol da missão do Cristo.
É justamente esta natureza dócil e amável de Maria, que a habilitou a capitanear um trabalho duro, áspero, incansável no plano espiritual. Através da sublime mediunidade de Yvonne A. Pereira, o espírito Camilo Cândido Botelho noticia no livro Memórias de um Suicida, que Maria coordena a Legião dos Servos de Maria, equipe de abnegados servidores espirituais que auxiliam os suicidas.
Só pode compreender a relevância da missão mariana quem conhece as dificuldades que os suicidas têm de enfrentar quando despertam no plano espiritual. Não por acaso a força do culto mariano em Belém, cidade que por muitos anos esteve entre as três cidades com maior índice de suicídio no Brasil. Exato dizer, portanto, que Maria tutela esta cidade, entre tantas outras.
Em verdade, Maria é o arrimo de muitos sofredores, é a esperança a muitos desesperados, é a mãe de muitos órfãos do sistema, é o colo dos infantes espirituais que de tropeço em tropeço caem e, no fundo do poço, sentem o calor maternal a acalentá-los, o amor incondicional a reanimá-los.
Chico Xavier tributava pública veneração à Maria. Certa vez, Chico estava triste. Perseguido, injustiçado, fatigado de tanto trabalhar pediu a Emmanuel, seu guia, que interpelasse a mãe de Cristo. Queria ouvir algo, uma mensagem de alento, uma palavra motivadora. Tempo depois Emmanuel reaparece e Chico, ansioso, questiona: Que tal Emmanuel? Falou com ela? Emmanuel confirmou. _ O que ela falou? _ Tudo passa Chico, tudo passa.
Afinal, quem não precisa desta mensagem consoladora?
Maria cumpriu à risca a missão extraordinária que Deus lhe confiou: ser a mãe de Jesus e
nossa mãe espiritual. Jesus, o mais elevado espírito (puro) que a Terra já recebeu, encarregado, pela evolução do nosso planeta, precisou de um coração materno para recebê-lo como filho. Foi
justamente a Maria  que Deus confiou essa missão, pelas qualidades do elevado Espírito que era,
sobretudo pela  humildade e o amor ao próximo.
Nos mundos menos evoluídos e mais materiais, como a Terra, a transição positiva de idéias,
tradições e comportamentos  é lenta. Por isso, espíritos de alta hierarquia  espiritual descem dos
cumes dimensionais mais evoluídos em missão sacrificial e de amor. Vêm dar testemunho e
acelerar mudanças, lançando sementes que aguardarão o momento propício para eclosão.
Dentre todos os espíritos que conjugaram esforços para o êxito da missão de Jesus,  Maria foi,
talvez, a mais importante. Espírito de luz, aceitou a missão de aninhar em seu útero e lar de amor,
o espírito mais evoluído que este planeta já recebeu. A missão, que exigia a descida de uma
dimensão superior, era arriscada. Mesmo diante de uma missão divina, os espíritos evoluídos
ficam vulneráveis  às vicissitudes próprias da carne. Um desvio do plano, poderia inviabilizar a
redenção crística. No planejamento espiritual, cumpria postar espíritos colaboradores próximos a
Jesus. Por isso, a providência divina também uniu Maria a José, Isabel, João Batista. Jesus
encontrou na doçura, dedicação, bondade e altivez da mãe as condições necessárias para
despertar, sem intervenções indevidas, todas as incomensuráveis potências de seu espírito puro.

José e Maria, espíritos de grande evolução, desceram do mesmo plano espiritual para cumprirem
a Missão de gerar e orientar o redentor do planeta. Em seu lar havia respeito mútuo, amor e
harmonia. Maria, apesar dos afazeres domésticos, sempre achava tempo e recursos para a prática
da caridade. Distribuía amor e com amor o pouco que possuía. Uma visita, um gesto de carinho,
um prato de comida...
José, Maria e Jesus desceram de um mesmo plano espiritual e até hoje ombreiam juntos em
trabalhos a favor deste e de outros planetas.
É justamente esta natureza dócil e amável de Maria, que a habilitou a capitanear um trabalho
duro,  áspero, incansável no plano espiritual. Maria coordena a  Legião dos Servos de Maria,
equipe de abnegados servidores espirituais que auxiliam os suicidas.
Maria, nos planos siderais, continua a velar pelos aflitos e sofredores deste mundo,
principalmente pelas mães. A essas mães, Maria jamais faltou com o seu afeto, consolando-as
através de seus enviados que distribuem seu infinito amor, em nome de Jesus e de Deus.
Maria é o arrimo de muitos sofredores, é a esperança a muitos desesperados, é a mãe de muitos
órfãos do sistema, é o colo dos infantes espirituais que de tropeço em tropeço caem e, no fundo
do poço, sentem o calor maternal a acalentá-los, o amor incondicional a reanimá-los.


Ela crescera, tendo o espírito alimentado pelas profecias de Israel.

Desde a meninice, quando acompanhava a mãe à fonte, para apanhar o líquido precioso, ouvia os comentários. Entre as mulheres, sempre que se falava a respeito, perguntavam-se umas às outras, qual seria o momento e quem seria a felizarda, a mãe do aguardado Messias.

Nas noites povoadas de sonhos, era visitada por mensageiros que lhe falavam de quefazeres que ela guardava na intimidade d'alma.

Então, naquela madrugada, quase manhã do princípio da primavera, em Nazaré, uma voz a chamou: "Miriam". Seu nome egípcio-hebraico, significa "querida de Deus".

Ela despertou. "Que estranha claridade era aquela em seu quarto? Não provinha da porta. Não era o Sol, ainda envolto, àquela hora, no manto da noite quieta. De quem era aquela silhueta? Que homem era aquele que ousava adentrar seu quarto?"

"Sou Gabriel", identifica-se, "um dos mensageiros de Yaveh. Venho confirmar-te o que teu coração aguarda, de há muito. Teu seio abrigará a glória de Israel. Conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo e o seu reino não terá fim."

Maria escuta. As palavras lhe chegam, repassadas de ternura e pela sua mente, transitam os dizeres proféticos.

Sente-se tão pequena para tão grande mister. Ser a mãe do Senhor. Ela balbucia: "Eis aqui a escrava do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra."

O mensageiro se vai e ela aguarda. Lucas lhe registraria, anos mais tarde, o cântico de glória, denominado Magnificat:

"A minha alma glorifica o Senhor!
E o meu espírito exulta[de alegria]
Em Deus, meu Salvador!
Porque, volvendo o olhar à baixeza da terra,
Para a minha baixeza e humildade atentou.
E eis, pois, que, desde agora, e por todos os tempos,
Todas as gerações me chamarão
Bem-aventurada!
Porque me fez grandes coisas o Poderoso
E santo é o seu nome!
E a sua misericórdia [se estende]
De geração em geração,
Sobre os que o temem.
Com seu braço valoroso
Destruiu os soberbos
No pensamento de seus corações.
Depôs dos tronos os poderosos
E elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos
E despediu vazios os ricos.
Cumpriu a palavra que deu a Abraão,
Recordando-se da promessa.
Da sua misericórdia!"

(Lucas, I, 46 a 55)

Ela gerou um corpo para o ser mais perfeito que a Terra já recebeu. Seus seios se ofereceram úberes para alimentar-lHe os meses primeiros. Banhou-O, agasalhou-O, segurou-O fortemente contra o peito mais de uma vez. E mais de uma vez, deverá ter pensado:

"Filho meu, ouve meu coração batendo junto ao teu. Dia chegará em que não te poderei furtar à sanha dos homens. Por ora, amado meu, deixa-me guardar-te e proteger-te."

Ela lhe acompanhou o crescimento. Viu-O iniciar o seu período de aprendizado com o pai, que lhe ensinou os versículos iniciais da Torá, conforme as prescrições judaicas, embora guardasse a certeza de que o menino já sabia de tudo aquilo.

Na sinagoga, O viu destacar-se entre os outros meninos, e assombrar os Doutores. O seu Jesus, seu filho, seu Senhor. Angustiou-se mais de uma vez, enquanto O contemplava a dormir. Que seria feito Dele?

No célebre episódio em Jerusalém, seu coração se inquietara a cogitar se não seria aquele o momento do início das grandes dores.

A viuvez lhe chegou e ela viu o primogênito assumir os negócios da carpintaria. Suas mãos, considerava, tinham habilidade especial e a madeira se lhe submetia de uma forma toda particular.

Aquele era um filho diferente. Um olhar bastava para que se entendessem. Tão diferente dos demais, que não tinham para com ela a mesma ternura...

Chegou o dia em que Ele se foi e ela começou a ter Dele as notícias. A escolha dos primeiros discípulos, o batismo pelo primo João, no Jordão.

Mantinha contato constante, providenciando quem lhe fizesse chegar a túnica tecida no lar, sem nenhum costura, sempre alva. Em cada fio, um pouco do seu amor e da sua saudade.

Quando Ele a veio visitar e a acompanhou a Caná, às bodas da sua parenta, ela sabia que Ele a obedeceria, providenciando o líquido para que os convivas se pudessem deliciar, saindo da embriaguez em que haviam mergulhado.

Acompanhou-lHe a trajetória de glórias humanas, e as injustas alusões ao Seu messianato, aos Seus dizeres.

Em Nazaré, quando quase O mataram, tomou-se de temores. Contudo, ela sabia que Ele viera para atender os negócios do Pai. Por vezes, visitava a carpintaria, e parecia vê-lo, ainda uma vez, nos quadros da saudade.

Tanto quanto pôde, acompanhou o seu Jesus e recebeu-lhe o carinho. Ele era tão grande, e, entretanto, atendia-lhe o coração materno, os pedidos. Quantas vezes ela intercedera por um ou outro?

Quando os dias de sombra chegaram, Ela acompanhou, junto a outras mulheres, as trágicas horas. Ao ver o corpo chagado do filho, o sangue coagulado nas feridas abertas, a túnica tão alva, que ela tecera com tanto desvelo, toda manchada, sentiu as lágrimas inundarem-lhe os olhos.

Porém, era necessário ser forte. Seu filho lecionara as lições mais belas que jamais os ouvidos humanos haviam escutado. Ele cantara as belezas do Reino dos Céus, no alaúde do lago de Genesaré, e prometera as bem-aventuranças aos que abraçassem os inovadores ensinos.

Ao pé da cruz, junto ao Apóstolo João, ouviu a expressão do carinho filial se externar, outra vez: "Mulher, eis aí teu filho". E a confia ao jovem apóstolo.

Ela estaria presente, quando das Suas aparições, após a morte. Vê-lO-ia mais de uma vez. E compreenderia: aquele corpo era diferente. Não era o que fora gerado em seu ventre. Embora se deixasse tocar, para dar-se a conhecer, era de substância muito diversa aquele corpo. Ela o sabia.

Viu-O desaparecer perante os olhos assombrados dos quinhentos discípulos, na Galiléia, na Sua despedida.

E, amparada por João, seguiu a Éfeso, mais tarde. Ali, numa casinha de onde podia ouvir o mar, balbuciando cantigas, viveu o Amor que Ele ensinara. Tornou-se a mãe dos desvalidos e logo sua casa se enchia de estranhos viandantes, necessitados e enfermos que desejavam receber os cuidados de suas mãos e ouvir as delícias das recordações daquele que era o Caminho, a Verdade e a Vida.

Numa tarde serena, ela atendeu um homem. Serviu-lhe o alimento e seu coração extravasou saudade. Quanta a tinha do filho amado.

Então, o viajor se deu a conhecer:

"...minha mãe, sou eu!... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos." 2

João, chamado às pressas, ainda lhe pôde assistir o derradeiro suspiro e o espírito liberto adentrou a Espiritualidade.

Ainda e sempre amorosa, seu primeiro pensamento foi visitar os cristãos que estavam em Roma, sofrendo o martírio e os foi animar a cantar, enquanto conduzidos ao suplício, na arena circense.

Mais tarde, notícias nos chegariam de que a suave mãe de Jesus, Maria, foi por Ele incumbida de assistir os foragidos da vida, os infelizes suicidas; detalhes do Hospital Maria de Nazaré nas zonas espirituais; do seu desvelo maternal para com tais criaturas.

Maria, espírito excelso, exemplo de mulher, esposa, mãe.