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quinta-feira, 26 de março de 2015

CONSTRUAMOS A PAZ

                         


O constante contato com a violência e a agressividade, seja em caráter individual ou através das notícias veiculadas por todos os meios de comunicação,
quase sempre apresentadas de forma alarmante, vem desgastando consideravelmente o ser humano.
Nas situações em que essa violência gera um impacto pessoal e social maior, esse ser
humano se angustia e parte em busca da paz. Nesse momento constata que a paz por
todos nós buscada não se acha pronta: é necessário construí-la.
Na conversação que mantinha com os discípulos pouco antes de iniciar o seu calvário,
 Jesus observou: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o
mundo a dá.”1
Realmente, a paz que o mundo nos dá é ainda marcada com a idéia da
ausência de guerra, de doença e de dor, e também com a imagem da inatividade,
da preguiça, do comodismo.
A paz que Jesus nos deixa, todavia, caracteriza-se pela vivência das Leis Morais que
Ele nos ensinou e exemplificou, Leis essas que são incompatíveis com a inércia, com o
egoísmo, com o orgulho e com os caprichos pessoais.
A pratica da Lei de Amor, que o Evangelho nos revela, implica uma ação permanente
voltada ao propósito de nos melhorar, não apenas no que diz respeito à conquista de
conhecimentos que ainda não possuímos, mas, acima de tudo, à conquista de valores
morais que nos permitam conviver em harmonia com a nossa própria consciência –
onde está escrita a Lei de Deus, como esclarecem os Espíritos Superiores.2
Para conquistar a paz que buscamos, não é, pois, suficiente deixar de fazer o mal; é necessário
fazer o bem no limite das nossas forças.
Sem dúvida, a paz que necessitamos e que buscamos se encontra dentro de nós, e a
desenvolveremos colocando em prática a máxima: “Fora da Caridade não há salva-
ção.” Mesmo que ao nosso redor ocorra a violência e a miséria, se estivermos sinceramente empenhados em trabalhar pelo nosso próprio aprimoramento, amando o
próximo e auxiliando-o nas suas carências, estaremos vivenciando, tanto quanto nos
seja possível, a Lei de Amor, estaremos em paz com Deus e, por conseqüência, em paz
conosco mesmos.
Jesus encerra a conversação com os discípulos, a que nos referimos, com a seguinte
observação: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”3
Se quisermos realmente encontrar a verdadeira paz, aprendamos a construí-la em
nós mesmos, promovendo e fazendo o bem, tendo por diretriz a prática do Evangelho.
1
João, 14:27.
2
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 621.
3
João, 16:33.
(Revista - Reformador - Ano 124 -Nº 2.122/Janeiro 2006
                                                   

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