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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

UMA ESCRAVA FELIZ



        Todos os dias as 11:30 da manhã eu me encaminhava para a grande varanda daquela fazenda e tocava o sino, o sino que convidava a todos para o almoço.
         O prazer que eu sentia era muito grande, pois ao tocar aquele sino centenário não era só os patrões, os senhores que eram convidados para o almoço, os meus irmãos de cor também. 
Certo que eles não almoçavam juntos dentro da casa grande, mas naquela fazenda a comida que era servida aos senhores era a mesma servida aos escravos que ali nunca foram tratados como escravos.
   Os solteiros que viviam avulsos moravam na senzala, que mais parecia um grande alojamento com camas simples, mas todos tinham sua cama, ninguém dormia no chão, os que haviam constituído família moravam em casinhas individuais, ali todos eram tratados como gente com dignidade, embora não tivessem salário, mas não lhes faltava comida, bebida, roupa e o mais importante dignidade, coisa que para aquela época para os que nasciam com a pele negra era em maioria absoluta das vezes negada.
           Eu vivia ali, era muito feliz, mas não nasci naquela fazenda, fui vendida quando tinha 14 anos, sai de um verdadeiro inferno, pois que a fazenda que vivia o negro não tinha o menor direito, nem de comer.
           Me lembro bem de quando cheguei lá, senti muito medo, mas logo vi que aquela fazenda representava para meus irmãos de cor que lá moravam. 
Lá cresci, virei adulta, nunca me envolvi afetivamente com nenhum escravo, eu vivi para meus senhores, ajudei a criar aquelas lindas crianças e sempre fui muito amada por elas, eu era a Babá a Ba como eles me tratavam. 
Morri lá já bem velha e sempre recebendo o carinho daquela família.
       Tive uma vida muito feliz ali e penso porque não tinham o mesmo tratamento os negros em outras fazendas. Aquela família era constituída de espíritos bons, todos ali pensavam da mesma maneira.
          Essa foi a minha penúltima encarnação, e talvez a mais feliz de todas, tenho saudades daquele tempo. E quando ainda hoje, mais de um século do fim da escravidão, vejo pessoas sendo tratadas como verdadeiros escravos, pessoas sofrendo ameaças, outras sendo mortas por guerras religiosas, sinto meu coração doer. 
Quanto tempo já passou, e ainda se vê seres humanos com tanto ódio no coração, com tanta amargura.
           Eu creio em um mundo melhor para todos. Citei meu exemplo para mostrar que pessoas existem, em todas as épocas, que são verdadeiros anjos para o próximo.
           Não descrêem da humanidade, mesmo em meio a tanta maldade podem acreditar anjos encarnados ainda existem. 
Tenham fé na humanidade, fé nos seres humanos. Fé em Deus.           

           Maria, uma escrava feliz.

          *Psicografia recebida em 2015 .Médium: Débora S C.

                       

sábado, 12 de dezembro de 2015

NECESSIDADE DE SOLITUDE


                                                                                   



A falta de tempo para a auto-realização conduz à ansiedade responsável pela insatisfação, e, posteriormente, ao transtorno comportamental correspondente.

Não somente se necessita de tempo físico, mas também o de natureza mental, aquele que proporciona serenidade, que faculta o discernimento para entender os desafios existenciais e enfrentá-los com equilíbrio, sem culpa, nem rebeldia.

É no silêncio que se pode encontrar Deus, fruir de paz, desvendar os enigmas, auto-aprimorar-se.

Nem todos têm facilidade de silenciar aflições e perguntas pungentes na balbúrdia, na alucinação do cotidiano, tornando-se preciso buscar um lugar que propicie as condições ambientais facilitadoras das emocionais.

Como providência terapêutica, todos devem afastar-se por algum tempo do contubérnio em que se encontra detido, refazendo caminhos de pensamentos, revitalizando disposições para o trabalho, a família e a sociedade, auto-encontrando-se.

Não se trata de buscar um tipo de repouso entediante, feito de ociosidade, mas de um retorno às suas origens, à pureza do coração, à simplicidade, à análise de como é morrer, deixando as inutilidades que recebem atribuição de valiosos tesouros.

Viver é também uma experiência do morrer, considerando- se a incessante transformação orgânica operada nas células e nos departamentos que conformam o corpo.

Quando ocorre o fenômeno final - ou pouco antes - o ser desperta para o significado real da existência e das suas aquisições, experimentando frustração e amargura pelo uso inadequado que deu à jornada ora em encerramento. 

Assim sendo, a busca de solitude é uma forma de despojamento de todos e de tudo, temporariamente, de forma a entender a vacuidade dos apegos e tormentos pelas posses de relativo significado.

O maior tesouro é a identificação do Eu, com todos os conteúdos vitais que conduz, aquisição que somente é lograda mediante ingentes sacrifícios.

A solitude em um lugar sossegado, ante um céu transparente e portador de noites estreladas, à beira-mar ou no bosque, na montanha ou no vale verdejante, no deserto ou num jardim, longe do bulício e perto do pulsar da Natureza, oferece forças para a auto-superação, a auto-iluminação, de forma que o retorno ao cotidiano não produz choque, não proporciona saudades do vivido, nem tormento pelo desejo de repeti-lo.

Solitude com reflexão, a fim de viver no tumulto sem desesperação, saudavelmente, tranqüilamente, eis o impositivo do momento.

O redespertar para a beleza, deixando-se mimetizar pela sua contribuição de harmonia e de vida, somente é possível quando o Eu emerge e passa a comandar as atividades, tornando-se gestor do próprio equilíbrio.


 

* Livro "Despertar do Espírito" de Joanna de Ângelis - psicografado por Divaldo Pereira Franco.

                                                                  


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CASAMENTO É TAREFA PARA TODOS OS DIAS

                                                                       




O casamento, como disse Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier, “É TAREFA PARA TODOS OS DIAS”. 
Portanto, deveríamos dar continuação no casamento o que fazíamos no namoro. 
Exemplo: Mensagens carinhosas, se arrumar para esperar o outro, presentear sem ter data especial, bate papo, pedir sugestão de pequenos assuntos, contar trivialidades, rir muito, dizer palavras carinhosas como: “estou com saudades de você”, “te amo”, você é importante em minha vida”, “você está bonita(o)”, enfim, alimentar a vontade de ficar junto. 
Nada de usar palavras grosseiras que ofendem, magoam, como: “seu burro(a)”, “gorda(o)”, “lerda(o)”, etc. Estas palavras podem se tornar comum, daí hora ou outra, a pessoa falará perto de outras pessoas. É preciso tomar cuidado. Surpreenda seu parceiro(a) com um bolo simples, uma comida que ele(a) gosta, uma mesa caprichada ou com um simples café com pão numa toalha de mesa bonita, uma flor do jardim num copo, que seja. E crie o hábito de elogiar tudo que o outro fizer. 
São pequenas iguarias que temperam o casamento. 
Um não deve esperar só pela atitude do outro. Deve tomar a sua própria atitude.
Quando estiver com os amigos(as), elogiar o cônjuge e não ir contando intimidades do casal, principalmente as negativas. 
Se não tem elogios a tecer, é melhor calar-se. 
Ambos devem priorizar a família aos amigos. Tem hora para tudo, mas a família é prioridade. 
É ela que irá estar ao nosso lado em todos os momentos, bom e ruim. 
Os amigos são passageiros e geralmente só estão nos momentos bons. 
Mas, se a pessoa prioriza os amigos(as), a bebida, a festa, as piadas de extremo mau gosto sobre casamento e cônjuge, é melhor não casar-se, porque provavelmente irá fazer alguém infeliz e, consequentemente, será infeliz.

*Rudymara.