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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

JESUS: QUE HOMEM É ESSE?

                                     Uma lição de fé e de espiritualidade.





terça-feira, 17 de dezembro de 2013

EMMANUEL - DOIS MIL ANOS DE AMOR



O Mentor de Chico Xavier

“O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha, apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém. Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos. Devagar, mas sempre”. (Emmanuel, em Fonte Viva)
O nome de Emmanuel está definitivamente associado ao de Chico Xavier e, certamente, a algumas das mensagens mais importantes, profundas e lindas do Espiritismo. 
Durante anos, o espírito Emmanuel manifestou-se por meio do médium mineiro, recentemente falecido, propiciando informações fundamentais sobre a reencarnação, além de mensagens que ajudaram milhões de pessoas a encontrar seu caminho na vida. Além do que, foi o guia espiritual de Xavier, sempre fornecendo instruções e mensagens reconfortantes, indicando com segurança o rumo que sua vida deveria seguir.
O próprio Chico Xavier disse que os contatos com o espírito começaram em 1931. Na época, Chico estava psicografando seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo. 
As menções a esse primeiro contato são contraditórias: uns dizem que o médium participava de uma de suas reuniões habituais; outros, que ele se encontrava nas proximidades de um açude. 
De qualquer forma, foi um contato visual muito forte, de modo que Chico chegou a descrever perfeitamente seu semblante. 
“Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso”, escreveu, “sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença. 
Mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz. 
Às minhas perguntas naturais, respondeu o bondoso guia: descansa! Quando te sentires mais forte, pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. 
Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida, e o sentimento afetivo que me impele para teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos”.
A questão central em torno desse encontro que provocou tantas transformações no Espiritismo, é que Emmanuel perguntou a Chico se ele estava, de fato, disposto a trabalhar mediúnicamente, com Jesus. A resposta, afirmativa, fez com que Emmanuel lhe dissesse que, a partir de então, deveria ter em mente que o serviço que se aproximava lhe exigiria uma disciplina fora do comum, e uma dedicação total ao trabalho, ao estudo e um esforço contínuo em direção ao bem. Certamente, a escolha não foi por acaso, uma vez que Chico Xavier é, provavelmente, um dos maiores exemplos de dedicação e amor ao próximo na história da mediunidade mundial.
Inicialmente, o próprio Chico não sabia quem era exatamente o espírito com quem estava se comunicando, uma vez que Emmanuel não se identificou, dizendo apenas ter sido – em sua última passagem como encarnado – um padre católico, que desencarnou no Brasil, e diz-se que esse era o padre Manoel da Nóbrega. 
Quando a revelação finalmente foi-lhe fornecida, ficamos sabendo que Emmanuel tinha vivido no tempo de Jesus Cristo, quando era conhecido como Publius Lentulus, e sua imagem foi associada à do senador romano Lentulus.

Senador Romano

Em 1939, a Federação Espírita Brasileira publicou o livro Há Dois Mil Anos, psicografado por Chico Xavier, e que traz a autobiografia de Públio Lentulus Cornelius. 
A história subseqüente das encarnações de Emmanuel surgiu com a publicação, em 1940, do livro50 Anos Depois, também pela FEB.
Na época em que era senador romano, Lentulus era casado com Lívia, com quem teve uma filha chamada Flávia. 
O senador era totalmente dedicado à sua atuação como senador, interessando-se apenas pela política. 
A esposa seguia os costumes mais moderados da sociedade. 
“Desde os primeiros tempos do Império”, escreveu Emmanuel, “a mulher romana havia-se entregado à dissipação e ao luxo excessivo, em detrimento das obrigações santificadoras do lar e da família”. Lívia, no entanto, estava entre aquelas que se orgulhavam do padrão das antigas virtudes familiares. Já a filha deles, Flávia, sofria com a lepra, uma doença bastante comum na época e considerada sem cura.
Mas as coisas começaram a mudar quando Lentulus foi mandado para Jerusalém, onde os ensinamentos de Jesus já começavam a se tornar comentados e conhecidos por todos. 
Quando foi para a cidade de Cafarnaum, atendeu o pedido de sua filha, cuja saúde piorava cada vez mais, e levou-a ao encontro do profeta de Nazaré, que lá se encontrava. 
O momento do encontro trouxe grande emoção ao senador romano, que chorou e sentiu-se incapaz de falar. 
Jesus lhe disse: “Depois de longos anos de desvio do bom caminho, pelo sendal dos erros clamorosos, encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida”. 
E disse ainda muito mais, até que Públio sentiu um torpor tomar conta de seu corpo, despertando algum tempo depois. 
Ao retornar à sua casa, viu que sua filha tinha sido curada. Lívia disse ao marido que, em determinado momento, a pequena Flávia sentiu o contato de mãos carinhosas em sua fronte e, em seguida, sentou-se em seu leito, com uma nova energia circulando em seu organismo. 
Ainda assim, Lentulus se recusou a reconhecer em Jesus o autor da cura milagrosa da filha.
Ao final de sua vida, Lentulus se retirou para sua residência em Pompéia, e só então começou a entender plenamente os ensinamentos que Jesus lhe transmitira naquele encontro em Cafarnaum. 
O ex-senador morreu no ano 79 – quando o Vesúvio entrou em erupção e soterrou Pompéia – e desencarnou com o coração concentrado em Jesus.

Encarnações

O título do livro 50 Anos Depois refere-se ao período de tempo passado entre a morte de Lentulus em Pompéia e sua encarnação seguinte. 
O senador retornou ao mundo material como o escravo Nestório, justamente o tipo de homem que o senador tanto prejudicou antes de perceber a verdade das palavras de Jesus.
Nascido na Grécia, mas de origem judia, Nestório tinha grande cultura e, depois de ter sido escravizado, foi comprado por uma família rica de Roma, e passou a trabalhar como professor. 
Ele também era cristão e, segundo conta a história psicografada, participou das pregações evangélicas do apóstolo João Evangelista, em Éfeso. 
Foi preso por participar das reuniões secretas de cristãos realizadas nas catacumbas das cidades, e foi condenado à morte violenta.
Reencarnou novamente por volta do ano 217, como Quinto Varro, romano seguidor dos ensinamentos de Jesus, assim como um defensor dos ideais de liberdade. 
Revolta-se contra as condições em que as classes menos privilegiadas de Roma têm de viver, mas percebe que um novo mundo está para surgir. 
Assume a identidade de Irmão Corvino ao saber de uma conspiração para matá-lo. 
Quando finalmente é preso, é condenado à decapitação, mas a pena é suspensa, e acaba morrendo lentamente na prisão. 
Sua encarnação seguinte ocorreu onze anos após, com o nome de Quinto Celso, que também sofreu o martírio no circo, morrendo queimado aos quatorze anos.
Uma das encarnações muito comentadas de Emmanuel foi como o Padre Manoel da Nóbrega, figura importante na história do Brasil. No entanto, ele apenas revelou ter sido, de fato, o padre Manoel da Nóbrega, numa sessão realizada em 1949. 
Parte da mensagem psicografada dizia: “O trabalho de cristianização, irradiado sob novos aspectos do Brasil, não é novidade para nós. 
Eu havia abandonado o corpo físico em dolorosos compromissos no século XV, na Península, onde nos devotávamos ao ‘crê ou morre’, quando compreendi a grandeza do País que nos acolhe agora. 
Tinha meu espírito entediado de mandar e querer sem o Cristo. 
As experiências do dinheiro e da autoridade me haviam deixado a alma em profunda exaustão. 
Quinze séculos haviam decorrido sem que eu pudesse imolar-me por amor do Cordeiro Divino, como o fizera, um dia, em Roma, a companheira do coração. 
Vi a floresta perder-se de vista e o patrimônio extenso entregue ao desperdício, exigindo o retorno à humanidade civilizada e, entendendo as dificuldades do silvícola relegado à própria sorte. 
Nos azares e aventuras da terra dadivosa que parecia sem fim, aceitei a sotaina, de novo, e por Padre Nóbrega conheci de perto as angústias dos simples e as aflições dos degredados. 
Intentava o sacrifício pessoal para esquecer o fastígio mundano e o desencanto de mim mesmo, todavia, quis o senhor que, desde então, o serviço americano e, muito particularmente, o serviço ao Brasil não me saísse do coração. 
A tarefa evangelizadora continua. 
A permuta de nomes não importa. Cremos no reino Divino e pugnamos pela ordem cristã. Desde que conheçamos a governança e a tutela de Cristo, o nome de quem ensina ou de quem faz não altera o programa”.
Reencarnado na vila portuguesa de Sanfins, em 18 de outubro de 1517, o padre ficou conhecido como “o primeiro apóstolo do Brasil”, para onde veio em 1549, na companhia de Tomé de Souza. 
Ele desencarnou em 1570, e renasceu cinqüenta anos depois, na Espanha, onde foi o padre Damiano, que lutou contra os mercadores de escravos.

Lentulus e Jesus

É inevitável que aqueles que não reconhecem a mediunidade de Chico Xavier ou mesmo a noção da reencarnação levantassem dúvidas quanto à veracidade dos relatos e mensagens obtidas pelo médium mineiro. Entretanto, os seguidores do Espiritismo podem apresentar uma prova de que Publius Lentulus realmente existiu e conheceu Jesus, através de uma carta encontrada nos arquivos do Duque Cesari, de Roma – documento que faz parte da biblioteca da Ordem dos Lazaristas de Roma. 
Trata-se de uma inscrição feita em folha de cobre, encontrada no interior de um vaso de mármore. 
A carta foi escrita por Publius Lentulus, senador romano, governador da Judéia, e predecessor de Pôncio Pilatos, endereçada ao imperador romano Tibério César. 
Nela, Lentulus descreve Jesus, a pedido do imperador que desejava saber de quem se tratava essa pessoa.
A carta diz: "Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é o filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado. 
Em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra. 
É um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. 
Há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura; são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. 
Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. 
O seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno. Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada. 
O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, separada pelo meio. 
Seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros. 
O que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar. Faz-se amar e é alegre com gravidade. 
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos. Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. 
É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela. 
Porém, se a Majestade Tua, ó Cesar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. 
Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. 
Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. 
Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus. 
Muitos judeus o têm como divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade. 
Eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus. 
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo: aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido. Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo. 
Publius Lentulus, presidente da Judéia”.
(Gilberto Schoereder)


domingo, 15 de dezembro de 2013

APRENDENDO COM AS EXPERIÊNCIAS




Um sábio africano conduz seu aprendiz pela floresta.

Embora mais velho, caminha com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.

O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro, e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado.

Sem parar, o sábio dá meia-volta e começa a viagem de volta.

"Você não me ensinou nada hoje" - diz o aprendiz, levando mais um tombo. "

Ensinei sim, mas você parece que não aprende.

Estou tentando lhe ensinar como se lida com os erros da vida" - responde o sábio homem.

"E como lidar com eles?" – pergunta, curioso, o aprendiz.

"Como deveria lidar com seus tombos" - responde o sábio.

"Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar conhecer aquilo que te fez escorregar." 

Como disse Aldous Huxley, "experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o que lhe acontece." 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013


Nas curtas viagens do dia-a-dia, todos nós encontramos o próximo, para cuja dificuldade somos o próximo mais próximo.
Imaginemo-nos, assim, numa excursão de cem passos que nos transporte do lar à rua. Não longe, passa um homem que não conseguimos, de imediato, reconhecer.
"Quem será? - perguntamos em pensamento.
E a Lei de Amor no-lo aponta como alguém que precisa de algo:
se vive em penúria, espera socorro;
se abastado, solicita assistência moral, de maneira a empregar, com justiça, as sobras de que dispõe;
se aflito, pede consolo;
se alegre, reclama apreço fraterno, para manter-se ajustado à ponderação;
se é companheiro, aguarda concurso amigo;
se é adversário, exige respeito;
se benfeitor, requer cooperação;
se malfeitor, demanda piedade;
se doente, requisita remédio;
se é dono de razoável saúde, precisa de apoio a fim de que a preserve;
se ignorante, roga amparo educativo;
se culto, reivindica estímulo ao trabalho, para desentranhar, a benefício dos semelhantes, os tesouros que acumula na inteligência;
se é bom, não prescinde de auxílio para fazer-
se melhor;
se é menos bom, espera compaixão, que o integre na dignidade da vida.
Ante o ensino de Jesus, pelo samaritano da caridade, poderemos facilmente entender que os outros necessitam de nós, tanto quanto necessitamos dos outros. E, para atender às nossas obrigações, no socorro mútuo, comecemos, à frente de qualquer um, pelo exercício espontâneo da compreensão e da simpatia.

CARTA DE UMA MÃE COM ALZHEIMER



Querida filha, escute com atenção o que tenho para falar.
 O dia que esta doença se apoderar totalmente de mim e eu não for mais a mesma, tenha paciência e me compreenda.
 Quando eu derrubar comida sobre minha roupa e esquecer como calçar meus sapatos, não perca sua paciência. 
Lembre-se das horas que passei lhe ensinado essas mesmas coisas. 
Se ao conversar com você repito as mesmas palavras e você já sabe o final da historia, não me interrompa e me escuta. 
Quando era pequena tive que contar-lhe mil vezes a mesma historia para que você dormisse. 
Quando fizer minhas necessidades em mim, não sinta vergonha nem fique brava, pois não posso controlar-me. 
Pense em quantas vezes, quando era uma menina, te limpei e te ajudei quando você também não podia controlar-se. 
Não se sinta triste ao me ver assim. 
É possível que eu já não entenda suas palavras, mas sempre entenderei seus abraços, seus carinhos e seus beijos. 
Te desejo o melhor para sua vida com todo o meu coração. 
Sua mãe.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O PODER CURADOR DA ORAÇÃO




                                          Oração do Enfermo

                                         Senhor,
                                         coloco-me diante de ti, em atitude de oração.
                                         Sei que tu me vês, e que tu me ouves.
                                         Sei que estou em ti, e que tua força,
                                         está em mim.

                                         Olha para meu corpo físico e espiritual
                                         e derrama sobre mim suas bênçãos curadoras.
                                         Tu sabes, minhas dores físicas e espirituais,
                                          ameniza minha prova conforme o meu merecimento,
                                         Senhor.
                                         Sei que tu não te comprazes com o sofrimento de teus
                                          filhos, por isso humildemente te peço:
                                         cuida de mim e estejas sempre comigo, Senhor.
                                                                 Amém!



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ


A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.
Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
Oh! Caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! 

É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna!
 É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!...
Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.
UMA EXISTÊNCIA É UM ATO.
UM CORPO – UMA VESTE.
UM SÉCULO – UM DIA.
UM SERVIÇO – UMA EXPERIÊNCIA.
UM TRIUNFO – UMA AQUISIÇÃO.
UMA MORTE – UM SOPRO RENOVADOR.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições finais e posições definitivas!
Ai! Por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.
Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa.
Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma ideia dessa verdade fundamental.
Grato, pois, meus amigos!
Manifestamo-nos, junto a vós, no anonimato que obedece à caridade fraternal.

 A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. 
Não atormentaremos alguém com a ideia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na sena de realização espiritual, e que compreendem conosco que "o espírito sopra onde quer".
E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.
Que o Senhor nos abençoe.

André Luiz
(Psicografado por Francisco Cândido Xavier – Extraído do livro “Nosso Lar”)



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PRECE DO PÃO


Senhor!
Entre aqueles que te pedem proteção, estou eu também, servo humilde a quem mandaste extinguir o flagelo da fome.
Partilhando o movimento daqueles que te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.
Vi-me freqüentemente detido, em lares faustosos, cooperando nas alegrias da mesa farta, mas vi pobres mulheres que me estendiam, debalde, as mãos!...
Vi crianças esquálidas que me olhavam ansiosas, como se estivessem fitando um tesouro perdido.
Encontrei homens tristes, transpirando amor, que me contemplavam, agoniados, rogando, em silêncio, para que lhes socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...
Escutei doentes que não precisavam tanto de remédio, mas de mim, para que pudessem atender ao estômago torturado!...
Vi a penúria cansada de pranto e reparei, em muitos corações desvalidos, mudo desespero por minha causa.
Entretanto, Senhor, quase sempre estou encarcerado por aquelas mesmas criaturas que te dizem honrar.
Falam em teu nome, confortadas e distraídas na moldura do supérfluo, esquecendo que caminhaste, no mundo, sem reter uma pedra em que repousar a cabeça.
Elogiam-te a bondade e exaltam-te a glória, sem perceberem, junto delas, seus próprios irmãos fatigados e desnutridos. E, muitas vezes, depois de formosas dissertações em torno de teus ensinos, aprisionam-me em gavetas e armários, quando não me trancam sob a tela colorida de vitrinas custosas ou no recinto escuro dos armazéns.
Ensina-lhes, Senhor, nas lições da caridade, a dividir-me por amor, para que eu não seja motivo à delinqüência.
E, se possível, multiplica-me, por misericórdia, outra vez, a fim de que eu possa aliviar todos os famintos da Terra, porque, um dia, Senhor, quando ensinavas o homem a orar, incluíste-me entre as necessidades mais justas da vida, suplicando também a Deus:
"O pão nosso de cada dia dai-nos hoje".


(Espírito Meimei, in "O Espírito da Verdade", FEB, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, pgs. 196/7)

domingo, 27 de outubro de 2013

ALZHEIMER: UMA MOLÉSTIA ESPIRITUAL



Dr. Américo Marques Canhoto
Américo Marques Canhoto, médico especialista, casado, pai de quatro filhos, nasceu em Castelo de Mação, Santarém, Portugal.

Médico de família desde 1978. Atualmente, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto - Estado de São Paulo - Brasil.
Conheceu o Espiritismo em 1988.
Recebia pacientes que se diziam indicados por um médico: Dr. Eduardo Monteiro.
Procurando por este colega de profissão, descobriu que esse "médico" era um espírito, que lhe informou: "Alzheimer, acima de tudo, é uma moléstia que reflete o isolamento."
Queremos dividir com os leitores um pouco de algumas das observações pessoais a respeito dessa moléstia, fundamentadas em casos de consultório e na vida familiar - dois casos na família.
Além de trazer à discussão o problema da precocidade com que as coisas acontecem no momento atual.
Será que as projeções estatísticas de alguns anos atrás valem para hoje?
Serão confiáveis como sempre foram?
Se tudo está mais precoce, o que impede de doenças com possibilidade de surgirem lá pelos 65 anos de idade apareçam, agora, pela casa dos 50 ou até menos?
Alerta
É incalculável o número de pessoas de todas as idades ( até crianças ) que já apresentam alterações de memória recente e de déficit de atenção ( primeira fase da doença de Alzheimer ). Lógico que os motivos são o estilo de vida atual, estresse crônico, distúrbios do sono, medicamentos, estimulantes como a cafeína e outros, etc.
Mas, quem garante que nosso estilo de vida vai mudar?
Então, quanto tempo o organismo suportará antes de começar a degenerar?
É possível que, em breve, tenhamos jovens com Alzheimer?
Alguns traços de personalidade das pessoas portadoras de Alzheimer, que em nossa experiência temos observado, repetem algumas características :
  • Costumam ser muito focadas em si mesmas;
  • Vivem em função das suas necessidades e das pessoas com as quais criam um processo de co-dependência e até de simbiose. A partir do momento que a outra pessoa passa a não querer mais essa dependência ou simbiose, o portador da doença (que ainda pode não ter se manifestado), passa a não ter mais em quem se apoiar e, ao longo do tempo, desenvolve processos de dificuldade, em questões como orientação espacial e temporal;
  • Seus objetivos de vida são limitados (em se tratando de evolução);
  • São de poucos amigos; gostam de viver isoladas;
  • Não ousam mudar; conservadoras até o limite;
  • Sua dieta é sempre a mesma. (Os alimentos que fogem às suas preferências, fazem-lhes mal, portanto, são muito restritos em variedade);
  • Criam para si uma rotina de "ratinho de laboratório";
  • São muito metódicas. ( Sempre os mesmos horários e sempre as mesmas coisas, mesmos alimentos, mesmas roupas);
  • Costumam apresentar pensamentos circulares e idéias repetitivas bem antes da doença se caracterizar;
  • Cultivam manias e desenvolvem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo);
  • Teimosas, desconfiadas, não gostam de pensar;
  • A leitura os enfastia;
  • Não são chegadas em ajudar ao próximo;
  • Avessas á prática de atividades físicas;
  • Facilmente entram em depressão;
  • Agressividade contida;
  • Lidam mal com as frustrações que sempre, tentam camuflar;
  • Não se engajam em nada, sempre dando desculpas para não participar;
  • Apresentam distúrbios da sexualidade, como impotência precoce e frigidez;
  • Bloqueadas na afetividade e na sexualidade, algumas têm dificuldades em manifestar carinho.
  •  Para elas um abraço, um beijo, um afago requer um esforço sobre-humano; 
Gatilhos que costumam desencadear o processo
Na atualidade, a parcela da população que corre mais risco, é a dos que se aposentam - especialmente os que se aposentam cedo - e não criam objetivos de vida de troca interativa em seqüência. Isolam-se.
Adoram TV porque não os obriga a raciocinar, pois não gostam de pensar para não precisar fazer escolhas ou mudanças.
Avarentos de afeto e carentes de trocas afetivas, quando não podem vampirizar os familiares ou parentes, deprimem-se, escancarando as portas para a degeneração fisiológica e principalmente para os processos obsessivos. Nessa situação, degeneram com incrível rapidez, de uma hora para outra.
O que é possível aprender como cuidador?

Paciência, tolerância, aceitação, dedicação incondicional ao próximo, desprendimento, humildade, inteligência, capacidade de decidir por si e pelo outro.
A dieta influencia
Os portadores da doença costumam ter hábitos de alimentação sem muita variação, centrada em carboidratos e alimentos industrializados.
Descuidam-se no uso de frutas, verduras e legumes frescos, além de alimentos ricos em ômega 3 e ômega 6;
Devem consumir mais peixe e gorduras de origem vegetal (castanha do Pará, nozes, coco, azeite de oliva extra virgem, óleo de semente de gergelim).
Estudos recentes mostram que até os processos depressivos podem ser atenuados ou evitados pela mudança de dieta.
Doença silenciosa?

Nem tanto, pois avisos é que não faltam, desde a infância.
Analisando e estudando as características da criança, é possível diagnosticar boa parte dos problemas que se apresentarão para serem resolvidos durante a atual existência, até o problema da doença de Alzheimer.
Dia após dia, fase após fase, o quadro do que nos espera no futuro vai ficando claro.
O mal de Alzheimer é hereditário? Pode ser transmitido?
Sim pode, mas não de forma passiva, inscrito no DNA, e sim, pelo aprendizado e pela cópia de modelos de comportamento.
Remédios resolvem?
Ajudar até que ajudam, mas resolver é impossível, ilógico e cruel, se possível fosse, pois nem todos têm acesso a todos os recursos ao mesmo tempo.
Remédios usados sem a contrapartida da reforma no pensar, sentir e agir podem causar terríveis problemas de atraso evolutivo individual e coletivo, pois apenas abrandam os efeitos, sem, porém, mexer nas causas.
Remédios previnem?
Claro que não, apenas adiam o inexorável.
Quanto a isso, até os cientistas mais agnósticos concordam.
Um dos mais eficazes remédios já inventados foram os grupos de apoio à terceira idade.
A convivência saudável e as atividades que possam ser feitas em grupo geram um fluxo de energia curativa.
A doença de Alzheimer, acima de tudo, é uma moléstia que reflete o isolamento do espírito que se torna solitário por opção. O interesse pelos amigos é um bom remédio.
O ato de nos vacinarmos contra a doença de Alzheimer é o de estudar as características de personalidade, caráter e comportamento dos que a vivenciam, para que não as repitamos. A melhor e mais eficiente delas é o estudo, o desenvolvimento da inteligência, da criatividade e a prática da caridade.
Quer evitar tornar-se um Alzheimer?
Torne sua vida produtiva, pratique sem cessar o perdão e a caridade, com muito esforço, determinação e inteligência.
Muito mais há para ser analisado e discutido sobre este problema evolutivo que promete nos visitar cada dia mais precocemente.
Além das dúvidas que levantamos, esperamos que os interessados não se furtem ao saudável debate.

"O desapego é necessário para o crescimento espiritual."
E aqui fica a célebre frase de todo doente de Alzheimer:
“Quero voltar para minha casa”
Que casa seria esta?