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sexta-feira, 31 de julho de 2015

CAPA, GALOCHAS E GUARDA CHUVA

                                                                   



As novas gerações certamente jamais usaram galochas. 
Referimo-nos à população brasileira, porque não sabemos que procedimento adotam os estrangeiros, sobretudo nas regiões em que chove muito.

Os brasileiros mais antigos, porém, conhecem e devem ter usado, em algum momento da vida, um bom par de galochas, uma espécie de calçado feito de borracha que se põe por cima dos sapatos, com vistas a preservá-los da umidade, da chuva e do barro.

Anos atrás, um conhecido escritor e palestrante respondia às perguntas que o público lhe encaminhava, uma vez finda sua exposição doutrinária inicial.
Em dado momento, uma jovem mãe de filhos adolescentes formulou uma pergunta que todas as mães, em igual situação, certamente fariam:

– Que fazer para preservar os filhos ante os perigos da convivência social, em que as drogas e a gravidez precoce haviam se tornado, em sua cidade, uma ocorrência comum?

Para justificar a pergunta, a mulher acrescentou que os pais podem até levar os filhos a uma festa, ao clube, à balada; mas, evidentemente, não podem permanecer junto deles e, assim, evitar que algum mal lhes aconteça.

O palestrante respondeu-lhe fazendo inicialmente uma pergunta:

– Que fazemos quando saímos de casa para o trabalho em um dia de chuva muito forte seguida de enxurrada?   

Continuando a falar, ele próprio respondeu:

– Na cidade onde moro, em face de um dia assim, utilizamos um par de galochas, uma capa e um bom guarda-chuva.

Ele explicou, então, que nossos filhos adolescentes devem sair para seus encontros sociais munidos de iguais recursos, que cabe aos pais providenciar e pôr à disposição deles, quanto antes, porque o que se vê lá fora, não só nas grandes cidades, é um verdadeiro temporal – um temporal, obviamente, de natureza moral.

Por galochas, capa e guarda-chuva entende-se uma boa educação que transmita aos filhos a consciência perfeita do que significa a vida e quais os seus objetivos. 
É isso que pode proteger nossos jovens ante os perigos da convivência social a que a jovem mãe se referira.

Vigilância e oração!

Eis um antigo preceito proposto por Jesus que continua mais atual do que nunca, seja qual for a faixa etária em que nos encontremos.

Escreveu Paulo aos seus companheiros de Corinto: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. (1ª Epístola aos Coríntios, 10:23.)

Se tivéssemos sempre em mente esses dois preceitos, muitas contrariedades e decepções evitaríamos.

Seria, pois, importante que nossos filhos também soubessem disso. 

  *Editorial - O Consolador.

                                                           


                                                         

quarta-feira, 29 de julho de 2015

FAMÍLIA Á MESA E O ESSENCIAL NA CONVIVÊNCIA

                                                                       



O cotidiano é a família, mas que tipo de convivência estamos a tecer juntos?

“Como é seu amor por mim?” – perguntam os filhos: “é grande como o quê? Como o mundo, do tamanho do céu?”

Será que podemos ter a certeza de que somos amados?

À minha frente, e entristecida, observo uma família à mesa na grande pizzaria, noite de quarta-feira, com muito vento, pois aqui ainda é inverno.

São quatro: o pai, a mãe, dois meninos – o mais velho, acima do peso, indica dez anos, e o menor, olhos cinzentos, parece ter no máximo cinco anos. 
Nada dizem, nada trocam, a não ser a pizza portuguesa.

Reinam ali nenhuma nota, escassa palavra, nenhuma consideração pelo encontro familiar, pois o instante gastronômico está tomado para o deleite dos adereços tecnológicos.

A criança mais nova está capturada por seu game e vez ou outra expira uma interjeição, enquanto o irmão envia mensagens de seu robusto smartphone... Pai e mãe, concentrados, organizam fotos em redes sociais e, de forma esporádica, dizem algo entre si.

Cada um, então, está à mesa acompanhado por suas “i-coisas” preferidas – tablets e smartphones (mas o caçula, em razão da sua pouca idade, está provisoriamente impedido de possuir um celular e por isso apenas desfruta de um modesto tablet). Uma família engajada na tecnologia, árida para a troca afetiva.

Por que o pai nada diz?

Penso que o pai, esquecido da presença física, corporal, dos filhos, afasta-se deles e se vale do jantar, na pizzaria, para justificar para si mesmo que alguma coisa está sendo feita. Está?

Por que a mãe, quando as promessas da vida estão em jogo à sua frente, jura lealdade ao hábito virtual e cuja natureza do vício jaz oculta sob a intenção de utilidade social?

O pai nada confidencia a nenhum dos filhos. A mãe responde por monossílabos ao mais novo, uma vez que sua atenção se prende a outro destino, e não à narrativa emocional do agora, e eles ainda nem deixaram de ser crianças.

Tenho dó, perco o apetite. Minha amiga me contesta: “eles são crianças ainda e tudo se ajeita”.

São estas coisas que as pessoas vão dizendo que aliviam a negligência dos pais em relação aos seus filhos: que chance tem o fraco diante do mau exemplo do poder forte?

Aí, bem pertinho da minha mesa, na rústica pizzaria, vai se travando uma batalha. Eles não sabem, mas os pais já procuram encolher os meninos do desejo simples de “comer porque está gostoso” e isso temperado com conversas que se prolongam, com risos francos e nutrição de vínculos.

Ao avesso, felizmente, para muitas famílias, a saúde emocional e psíquica das crianças está assegurada, pois, arrisco dizer, a mesa ensina a vida – a mistura culinária da farinha, água e senso de sal para o manter do corpo e o avivar da alma... E os laços mantidos pela magia da fruição, porque a refeição se faz guiada por um lugar de palavra, de partilha, de segredo que vem à tona e dá lugar ao riso. Imitar os que ensinam às crianças sabores, valores, atitudes, gostos, histórias tristes e alegres.

A essencial lição, portanto, é que não há “i-coisa” que possa substituir o elaborar da intimidade, da troca afetiva, do vínculo mais tarde fonte do tranquilo convívio em que pais e filhos serão apenas bons amigos, porque superado o fecundo tempo de ensinar.

“Vamos, me conte um pouco do seu dia...” Palavras que irrigam a relevância da convivência emocional, tecida em primeiro plano nos ritmos da família, no espaço privado, mas que antecipa o molde da vida futura na polis, no contexto variegado da urbanidade, pois a amizade não é essencial à vida na cidade?...

No restaurante, esquecidas as “i-coisas”, como numa refeição eucarística, a pizza dividida entre companheiros de coração aberto, portanto, zero de licença para gadgets à mesa.

Por lembrar que “toda vida adulta é uma negação da infância” (Rubem Alves), assegurar o amor à mesa, especialmente quando assistimos a palavras que ressoam para celebrar a esperança, a importância das vidas, pois é sempre o amor que nos faz viver para fazer harmonia sobre a Terra. 
Além disso, esta última, a harmonia, tem a ver com afeto e acordes, nunca com vida em fuga, consumismo ou utilidade social... 

Algumas observações:

*Alguns efeitos negativos para crianças [e para adolescentes...] que vivem imersas na tecnologia: a) excesso de peso e/ou obesidade; b) problemas de atenção e hiperatividade; c) dessensibilização dos sentimentos; d) riscos para a saúde (hipertensão, diabetes do tipo 2, por exemplo); e) indução ao consumismo; f) isolamento e outros problemas sociais etc.

**No caso da criança, dê uma oportunidade para os brinquedos esquecidos no armário, para amigos, brincadeiras e passeios na natureza, o expressivo livro infantil...

***Família e comunidade não são projetos “acabados” e por isso o elaborar familiar e coletivo depende de tudo aquilo que elegemos como “prioridade” para nossas vidas.


Cf. Bauman, Z. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. RJ: Jorge Zahar, 2008.

Cf. Setzer, V. W. Meios eletrônicos e educação: uma visão alternativa. 3ª ed. SP: Escrituras, 2005. 
 
*Eugênia Pickina.

                                                       


segunda-feira, 27 de julho de 2015

NÃO ADULES TANTO

                                                                         


A lisonja é campo aberto para o orgulho e a vaidade. 
Temos outros recursos para incentivar os companheiros de trabalho, livrando-os dos perigos ocasionados pela bajulação. 
Até o tom de voz deve ser educado, sem carregar profunda admiração no que tange ao cumprimento do dever. 
Quem cumpre o dever não faz mais do que sua obrigação diante da lei.

O adulador é ignorante no que se refere às coisas espirituais. 

Se queres ajudar a quem trabalha no Bem, faze o mesmo. 
Se tens intenção de incentivar a quem anda direito, sê reto. 
Se procuras estimular a verdade, não mintas.

A subserviência desconhece a educação e nunca ouviu falar na disciplina. 

É a vaidade dominando os sentimentos, em porfia com o interesse próprio. 
Todo bajulador deseja alguma coisa do bajulado e ambos, quando se sintonizam em seus ideais, integram-se perfeitamente com as sombras das ilusões. 
Não deves participar deste quadro, nem criticá-los, porque o adulador se revolta e o adulado odeia. Todas as idéias contra a sua coroação com as flores da hipocrisia, mesmo que esteja vestindo as falsas roupas ponteadas de espinhos, vão contra as dos que os advertem. 
E ainda têm o gabo em boca própria, como o símbolo da coruja, que fica somente no símbolo.

Não precisas badalar muito a tua própria vida. 

Qual é o interesse? Nós somos somente o que somos. 
Tudo o que buscamos a mais, fora de nós, sujeita-nos a duras corrigendas e a interpretações reais, que achamos falsas e injustas. 
Não queiras ser mais do que verdadeiramente és. 
Vê o que Cristo ensinou a Seus discípulos, quando foram tomados pela lisonja. 
Disse o Mestre: Aquele que quiser ser o maior, que se faça o menor de todos. 
E é sempre assim nas linhas da evolução espiritual: o verdadeiramente grande nunca se apresenta como tal, esconde sua grandeza na capa da humildade e a própria vida se encarrega de premiá-lo com maior fulgor e proeminente sabedoria. 
Tudo vem de Deus, somos iguais. Para que mostrar grandeza, se a irmandade nos nivela a todos?

Não adules tanto aquele que sabe um pouco mais que você. 

Depois passarás pela mesma escola. 
Trabalha e esforça-te, pois somos herdeiros da sabedoria universal e do amor de Deus. 
As forças que esperdiças nos elogios aos outros, usa-as na tua auto-educação. 
Vigia teus próprios impulsos e, se eles não expressam a verdadeira conduta - aquela ensinada pelos ideais de Jesus Cristo - muda-os, corrige-os, dando direções sublimadas aos teus sentimentos, porque fomos feitos para a luz e não para as trevas. 
Devemos fazer a nossa parte no que se refere à nossa iluminação espiritual e interior.

Temos capacidade de nos modificarmos perante as leis que nos assistem. 

Elas nos ajudarão em todos os nossos esforços. 
Tens dois pés para caminhar e o mundo está cheio de escolas de todas as ordens. 
Não podes dizer que não aprendeste por não encontrares quem te ensinasse. 
O Evangelho está sendo pregado a todos os povos, por inúmeros meios, fazendo convites para que a ignorância desapareça. Não adules tanto! 
Olha mais para dentro de ti mesmo, que os Céus te confortarão.


*Do livro "Cirurgia Moral" De João Nunes Maia, pelo Espírito Lancellin.

                                                               


sábado, 25 de julho de 2015

ANTE A VERDADE DIVINA


Toda a trajetória existencial dos seres inteligentes em mundos como a Terra, desde as eras mais primárias quanto brutas, até os esplendores do conhecimento e técnica, organização e sentimentos que hodiernamente ornam a história humana, no rumo de substanciosas conquistas, diz respeito à consciência do Infinito, quando a imersão das potências da alma se conjugam, em movimentos de força e luz, ao Excelso Criador de tudo e de todos nós!

A verdade é o templo do Espírito e por isso mesmo, somente a verdade a se insinuar em todos os tempos e a fazer surgir ciências e filosofias, religiões e tratados, sistemas e condições de trabalho promotor, é o alimento dos seres em quaisquer etapas de sua marcha ascensional.

A educação, por isso, é a proposta magna e o campo dadivoso de superação para todas as criaturas ...

As imantações embrionárias dos reinos mineral e vegetal já noticiam o labor sacrossanto da verdade em expansão educativa ou evolucional.

Das gravitações simples aos apogeus das simetrias cristalóides, das singelas expressões das algas nos mares tépidos de antanho até o complexo labor da fotossíntese promotora do reino verde, expressões e formas se casam, laborando a vida e irradiando potências.

As conjugações psíquicas, em espécies de famílias e grupos são notas do amor que é o elã eterno, força divinal, a tudo embebendo e a tudo enaltecendo até o infinito.

A mente humana é a síntese de todas as condições e de todas as formas que nesse orbe singelo tiveram e ainda têm vez, de modo que o Espírito consciente de si próprio é a mais alta conquista a que se pode projetar os habitantes dessa Humanidade sofredora e ainda negadora de Deus !



Irmãos:

O Espiritismo, como Ciência do Infinito, em ação didática a favor da libertação humana para Cristo é o Caminho !

Em seus dons sublimes, encarnados e desencarnados rompem, se o desejam, o casulo dos preconceitos e da ignorância, dos jogos personalistas e das vaidades sem razão.

Atendei aos encargos que vos convidam à própria melhoria, mas considerai que a obra educativa do Espírito, proposta pelo insígne Allan Kardec, devidamente orientado por Jesus, passa pelo esforço do saber real, em que todo o empenho por uma Terra melhor, com devoção à felicidade dos semelhantes, torna-se condição sine qua non!

Estamos convosco, como alguém que busca orquestrar ideais e ações cadenciadas, com foco na verdade revelada e em louvor da redenção de todos !

Aplicai as equações da luz cristã redivivas no Consolador, e conhecereis o infinito de Deus: a verdade divina.



*Eurípedes Barsanulfo - pelo médium Wagner Gomes da Paixão.

                                             



quinta-feira, 23 de julho de 2015

AS ROSAS DO INFINITO


                                                              



Em deslumbrante paisagem da Esfera superior, diversos mensageiros se congregavam em curioso certame. Procediam de lugares diversos e traziam flores para importante aferição de mérito.

Na praça enorme, pavimentada de substância semelhante ao jade, colunas multicores exibiam guirlandas de soberana beleza.

Rosas de todos os feitios e cravos soberbos, gerânios e glicínias, lírios e açucenas, miosótis e crisântemos exaltavam a Sabedoria do Criador em festa espetacular de cores e perfumes.

Envergando túnicas resplendentes, servidores espirituais iam a vinham, à espera dos juizes angélicos.

A exposição singular destinava-se à verificação da existência de luz divina, nos múltiplos exemplares que aí se alinhavam, salientando-se que os espécimes com maior teor de claridade celeste seriam conduzidos ao Trono do Eterno, como preito de amor e reconhecimento dos trabalhadores do bem.

Os julgadores não se fizeram esperados.

Quando a expectação geral se mostrava adiantada, três emissários da Majestade Sublime atravessaram as portas de dourada filigrana e, depois das saudações afetuosas, iniciaram o trabalho que lhes competia. 

Aquele que detinha mais elevada posição hierárquica trazia nas mãos uma toalha de linho translúcido, o único apetrecho que certamente utilizaria na tarefa de análise das preciosidades expostas.

Cada ramo era seguido de pequena comissão representativa do serviço espiritual em que fora elucidando.

Aproximou-se o primeiro grupo, trazendo uma braçada de rosas, tecidas com as emoções do carinho materno que, lançadas à toalha surpreendente, expediram suaves irradiações em azul indefinível, e os anjos abençoaram o devotamento das mães, que preservam os tesouros de Deus, na posição de heroínas desconhecidas.
Logo após, brilhante conjunto de Espíritos jubilosos deitou ao pano singular uma coroa de lírios, formados pelas vibrações de fervor das almas piedosas que se devotam nos templos ao culto da fé. Safirinas emanações cruzaram o espaço e os celestes embaixadores louvaram os santos misteres de todos os religiosos do mundo.

Em seguida, alegre comissão juvenil trouxe a exame delicado ramalhete de açucenas, estruturadas nos sonhos e nas esperanças dos noivos que sabem guardar a Bênção Divina, e raios verdes de brilho intraduzível se projetaram em todas as direções, enquanto os emissários do Todo-Misericordioso entoaram encômicos aos afetos santificantes das almas.

Lindas crianças foram portadoras de formosa auréola de jasmins, nascidos da ternura infantil, e que, depostos sobre a toalha miraculosa, emitiram alvíssima luz, semelhante a fios de aurora, incidindo sobre a neve.

Depois, pequeno agrupamento de criaturas iluminadas colocou, sob os olhos dos anjos, bela grinalda de cravos rubros, colhidos na renunciação dos sábios e dos heróis, a serviço da Humanidade, que exteriorizaram vermelhas emanações, quais se fossem constituídas de eterizados rubis.

E assim, cada comissão submeteu ao trabalho seletivo as jóias que trazia.

O devotamento dos pais, os laços esponsalícios, a dedicação dos filhos, o carinho dos verdadeiros amigos, a devoção de vários matizes ali se achavam magnificamente representados pelas flores cuja essência lhes correspondia.
Em derradeiro lugar, compareceu a mais humilde comissão da festa.

Quatro almas, revelando características de extrema simplicidade, surgiram com um ramo feio e triste. Eram rosas mirradas, de cor arroxeada, mostrando pontos esbranquiçados a guisa de manchas, a desabrocharem ao longo de hastes espinhosas e repelentes. Depostas, no entanto, sobre a mágica toalha, inflamaram-se de luz solar, a irradiar-se do recinto à imensidão dos Céus.

Os três anjos puseram-se de joelhos. Inesperada comoção encheu de lágrimas os olhos espantados da enorme assembléia. E porque alguns dos presentes chorassem, com interrogações imanifestas, o grande juiz do certame esclareceu, emocionado:

- Estas flores são as rosas de amor que raros trabalhadores do bem cultivam nas sombras do inferno. São glórias do sentimento puro, da fraternidade real, da suprema consagração à virtude, porque somente as almas libertas de todo o egoísmo conseguem servir a Deus, na escória das trevas. 

Os acúleos que se destacam nas hastes agressivas simbolizam as dificuldades superadas, as pétalas roxas simbolizam o arrependimento e a consolação dos que já se transferiram da desolação para a esperança, e os pontos alvos expressam o pranto mudo e aflitivo dos heróis anônimos que sabem servir sem reclamar…

E, entre cânticos de transbordante alegria, as rosas estranhas subiram rutilantes do Paraíso.

Ó vós, que lutais no caminho empedrado de cada dia, enxugai as lágrimas e esperai! 

As flores mais sublimes para o Céu nascem na Terra, onde os companheiros de boa vontade sabem viver para a vitória do bem, com o suor do trabalho incessante e com as lágrimas silenciosas do próprio sacrifício.



Chico Xavier -Irmão X -Livro: Contos e Apólogos.

                                      


terça-feira, 21 de julho de 2015

OUVE A TUA CONSCIÊNCIA

                                                                        



A Lei de Deus está escrita na consciência da criatura humana.

Essa lúcida contestação dos Mentores da Humanidade ao codificador do Espiritismo, Allan Kardec, abre espaço à Psicologia para melhor entender os conflitos e os comportamentos complexos que enfrenta.

Para que a consciência possa contribuir saudavelmente em favor da conduta humana torna-se indispensável o hábito da reflexão, a fim de que os níveis primários em que se apresenta ceda lugar à iluminação em estágio mais avançado.

É compreensível que o Espírito em condições aflitivas tenha dificuldade de identificar a Lei de Deus nele ínsita. 

Porque predomina a matéria, as sensações mais grosseiras na sua existência, permanece como solo crestado que não permite à semente nele plantada romper-lhe a couraça, facultando que desabrochem as potências adormecidas.

Em razão da sensualidade e dos apegos aos prazeres imediatos e desgastantes, continua em germe a essência divina nos refolhos dessa área superior da psique – a consciência.

O hábito, porém, de silenciar a ansiedade e os tormentos íntimos, de buscar entender-lhes a procedência e a presença nos painéis mentais, faculta perceber os conteúdos de que se constituem, para discernir com segurança o que é edificante e o que lhe é prejudicial.

Acostumado a agir por impulsos, quase automáticos, dá vigor à natureza animal de que se reveste, quando deveria promover a espiritual, que germina e avança atraída pelo Deotropismo no rumo da plenitude.

Condicionamentos impostos pelos instintos básicos que governam a existência na sua fase inicial de desenvolvimento intelecto-moral, à medida que adquire conhecimentos para a lógica existencial, experiência os lampejos da consciência digna que libera a Lei de Deus, que está sintetizada no amor.

Na razão direta em que o amor sobrepõe-se à violência e aos fatores da agressividade, mais valiosos contributos são cedidos com o consequente enriquecimento de paz e de alegria de viver.

Ninguém existe destituído de consciência, exceção feita àqueles que expiam graves delitos em renascimentos assinalados pelas limitações e deformidades cerebrais...

Todos os seres que pensam dispõem do auxílio da consciência para fazer o que pode e deve, sempre quando se lhe torne lícita a realização.

A acomodação defluente da preguiça mental em alguns indivíduos impedem-no de avançar nos comportamentos corretos.

Deus, a todos os Seus filhos concedeu consciência do dever, que proporciona as habilidades indispensáveis à conquista da iluminação.

Essa sublime herança vincula todos os membros da Criação ao Genitor Celeste.

Ouve a tua consciência sempre que te encontres em conflito, em dificuldade de definir rumos e comportamentos adequados.

Reflexiona em silêncio e com calma, permitindo que a inspiração superior seja captada e o discernimento te aponte a melhor conduta a seguir.

Evita o costume doentio de transferir para os outros a tarefa de decidir por ti, de viver sob os conselhos dos demais como se fosses um parasita psíquico. 

Liberta-te do morbo da queixa e desperta para entender que todos sofrem, têm problemas, mesmo que os não demonstrem, porque a sabedoria que possuem ao aconselhar é resultado dos caminhos percorridos, das aflições superadas e dos testemunhos ultrapassados. 
Por outro lado, evita o costume de aconselhamentos e de orientações, de narrar as tuas vivências, como se fossem as mais importantes do mundo.

O que hajas vivenciado é importante para ti e nem sempre será regra geral de bom proceder para todos.

Cada ser humano é uma unidade muito complexa e especial, que faz parte da unidade universal, com as características próprias e as conquistas positivas e negativas adquiridas.

Quando delegas a outrem aconselhar-te, não estás disposto realmente a seguires a diretriz que te seja oferecida. Normalmente, buscas conselhos e bengalas psicológicas até encontrares o que realmente gostaria que te dissessem aquilo que te é agradável e compensador. 

Esse comportamento inconsciente é uma forma auto defensiva, porque aquilo que te venha a acontecer não será somente de tua responsabilidade.

O crescimento intelectual, assim como o de natureza moral, é trabalhado continuamente, sem interrupção nem saltos gigantes.

A cada momento uma conquista nova, um descobrimento que se incorpora aos conteúdos arquivados na mente.

Permitindo-te ouvir a consciência, serás inspirado à oração que te fortalecerá o ânimo e te auxiliará a fruir paz.

Quanto mais auscultes a consciência e exercites a reflexão do pensamento, mais se expandirão as possibilidades e os registros legais se te farão claros e lúcidos, e te auxiliarão na conquista da felicidade e da harmonia interior, estimuladoras para os avanços a níveis superiores da evolução.

Não te detenhas, pois, em queixumes e rogativas de orientação, como se estivesses desequipado dos instrumentos para alcançar a vitória sobre as circunstâncias e provações necessárias.

Confia em Deus, na proteção dos teus Amigos espirituais e também nos teus valores, esses que vens amealhando durante a reencarnação.

Jesus, que é o Guia da Humanidade, sempre buscava a solidão para reabastecer a consciência com a Lei de Deus, e permanecer como o amor na expressão máxima que se conhece, mesmo quando não amado.

Não tenhas sofreguidão para tudo resolver sem pensar, sem aprofundar a concentração.

Diante de todo e qualquer aconselhamento que peças e recebas, não deixes de consultar a tua consciência. 



*Pelo Espírito Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco.

                                                        

domingo, 19 de julho de 2015

SILÊNCIO PROATIVO

                                                                  
                                                                   


Em alguns templos religiosos, sobretudo em centros espíritas, encontramos uma frase grafada na parede: “O silêncio é uma prece”. 

Mas será, realmente, que o silêncio sempre pode ser considerado assim?

Certamente, o escopo daqueles que afixaram um quadro, ou pintaram, ou autorizaram a pintura dessa máxima em locais visíveis era o de convidar os frequentadores de uma reunião de exposição doutrinária e oração a se aquietarem para usufruir das benesses do ambiente, ouvindo com clareza as explanações científico-evangélicas e se conectando com o Criador e seus emissários. 

Por outro lado, torna-se inevitável concluir que o silêncio interior não se conquista por uma advertência exterior, mas sim, ao preço de muita dedicação e treinamento, porquanto é assim que se desenvolvem as virtudes. 
Isso é comprovado pelo fato de que, não raro, as pessoas estarem em silêncio aparente, mas intimamente podem estar esbravejando, agredindo, metralhando o próximo ao direcionar a este suas vibrações desequilibradas, ou mesmo permitindo o descontrole dos pensamentos, que deixam de focar naquilo que é mais importante em determinado momento. 
Logo, nem sempre o silêncio se mostra como uma oração, mas sim, como uma fuga ou, até mesmo, como uma agressão energética.

Conquanto cheguemos a tal conclusão, que obviamente não é definitiva, cumpre salientar que em muitos casos o ato de silenciar constitui a própria prática do Bem, ainda mais quando a pessoa se encontra diante de uma ofensa. 

É comum nas instituições de diversas ordens, seja profissional, acadêmica, religiosa, desportiva, etc., a ocorrência de discussões infrutíferas ou de meros insultos diretos ou mascarados (como se tapa com luva de pelica pudesse ser uma virtude, ao passo que jamais deixa de ser uma violência). 
Nestes casos, constatando-se a inutilidade de responder, a atitude silenciosa, arrimada na mansidão interiormente trabalhada, constitui verdadeira prática da caridade, em nada comparável com covardia ou passividade.

É sempre válido lembrar que não existe relacionamento interpessoal sem conflitos, tendo em vista que cada pessoa é um histórico espiritual próprio, com conquistas e deficiências, boas qualidades e más tendências por serem domadas, com culturas e ideais diversos, enfim. 

No entanto, ante ao conflito é sempre possível eleger uma conduta pacífica na busca do consenso, extraindo o aprendizado que a circunstância está a oferecer.

Pensando nisso, muitas pessoas silenciam diante de um problema, intentando agir com altruísmo, quando, em verdade, apenas estão se autoanulando intimamente ao permitirem que outrem lhe agrida moral e, em muitos casos, até fisicamente. 

O fato de somente silenciar não pode ser considerado um Bem, fazendo-se mister que juntamente com o silêncio a pessoa faça reflexões instantâneas sobre o que pretende com sua atitude e faça exercícios de humildar o orgulho, deixando de agir impulsivamente, eis que são inúmeros os seres humanos que todos os dias são diagnosticados com doenças, geralmente estomacais ou intestinais, pelo fato de se anularem passivamente perante aos fatos desagradáveis. 
Na realidade, o silêncio passivo constitui uma auto desvalorização emocional que não agrega valores para o próximo, que continuará agindo equivocadamente e adquirindo mais débitos conscienciais; tampouco para a própria pessoa, que deixa de viver seu potencial espiritual. Quem pratica o silêncio falso, isto é, o silêncio meramente exterior, está em total sintonia com o orgulho que ainda traz, acolhendo-o intensamente para apenas criar uma aparência de estar agindo pacificamente, quando, na verdade, está guerreando e se machucando por dentro.

Refletindo sobre tudo isso com o escritor Alírio de Cerqueira Filho, conclui-se ser plenamente possível optar por uma conduta salutar, fazendo o “silêncio proativo”. 

Para tanto, torna-se necessário aceitar que existe humildade coexistindo com o orgulho ferido. Posteriormente, acolhe-se a humildade, experimentando suas sensações agradáveis e quanto ela faz bem para quem a pratica. 
Neste caso, a pessoa está sem falar para fora, mas está trabalhando-se interiormente para transformar o orgulho em humildade.

A atitude humilde e corajosa de dar a outra face vale mais do que milhões de palavras. 

É trabalhoso, certamente, mas não se conquistam as virtudes mais necessárias sem esforço para se promover a reforma íntima. 
Por essa razão, é imprescindível que cada um procure desenvolver o “silêncio proativo”, ou seja, fazer silêncio concomitante com um trabalho interior para expor a virtude para fora, tornando-se uma pessoa em paz com a consciência, convidando, com este exemplo, o próximo a também buscar se melhorar.

*Nestor Fernandes Fidelis - Diretor da Diretoria de Atendimento Espiritual da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso. 
                                                                                          

             
                                                         


sexta-feira, 17 de julho de 2015

ORGULHO



                                             

E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem a meus mestres inclinei os meus ouvidos. Pv. 5:13
 

O orgulho, dentre as forças negativas, é o mais ferrenho contraste do amor. 
É o pai do egoísmo que provoca tanta separação no seio da família e nunca respeita os direitos dos outros. 
O soberbo vive iludido com as suas próprias ilusões.

O orgulho diz eu mando; o amor fala eu peço. 
O orgulho sentencia eu fiz; o amor declara nós fizemos. 
O orgulho anuncia sou sábio; o amor faz entender que está aprendendo. 
O orgulho dá uma esmola e faz tocar o sino da vaidade; o amor distribui tudo ao seu alcance no silêncio da humildade. 
O orgulho fala o que ainda não conseguiu fazer de bom; o amor é a caridade permanente sem precisar do concurso da palavra para dizer, simplesmente irradia. 
O orgulho ama o “eu”; o amor jamais esquece do “nós”.

Se estás apegado à vanglória, esforça um pouco e entrega-te ao amor, porque o amor é a força de Deus que liberta as criaturas.

Escuta a voz dos que se dispõem a te ensinar. 
A instrução é algo divino em busca do divino em cada ser. 
Abre os teus ouvidos para os que desejam te educar. 
A educação é bênção de Deus e favor de todos sem exceção. Quem não aprende nem educa fica apenas no princípio, sem compreender a extensão do sem-fim.

Quando a instrução entrar em tua alma e nela fizer morada, não alimentes o egoísmo. 
A água parada pode trazer-te transtornos. 
O saber é para ser distribuído e para tanto somente o amor abre as portas.

Se adquiriste algumas virtudes, não fales dela como sendo um predestinado; procura vivê-las, contudo, sem constante alarde.

O orgulho te prende nas redes solitárias do egoísmo. 
O amor te liberta de todos os tipos de grilhões.

Se queres sair da faixa do orgulho e do egoísmo, procura Jesus, pois o Evangelho é um conjunto de preceitos altamente elevados e capazes de instruir e educar os Espíritos na busca da verdade. O esforço de cada um pode ser a luz de todos.

O amor próprio é a deturpação do amor universal, porque funciona em circuito fechado. 
O equilíbrio parte das duas forças: amar por dentro e amar por fora.

*De “Gotas de Fé”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Carlos.
                                   


                              

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O EFEITO ISAÍAS

                                                                       




Manuscrito escondido por dois mil anos, revela o segredo do poder humano.

“ Reconheçam o que é visível e o que está oculto ficará claro". Gregg Braden.
A Matriz Divina é a rede de energia que conecta o nosso universo, constituída por uma rede de filamentos muito semelhantes àqueles presentes no nosso cérebro.


Em 1944, Max Planck, o pai da teoria quântica, chocou o mundo quando disse que existe um lugar que é pura energia, onde todas as coisas têm início e que simplesmente "É".
Segundo o pesquisador Gregg Braden, que há mais de 20 anos se dedica a estes estudos, recentes descobertas destacam a evidência de que existe realmente essa matriz de Planck e é a Matriz Divina.
Planck afirmava que esta "Matrix" é a origem das estrelas, das rochas, do DNA, da vida e de tudo o que existe.
Microscopicamente, não há nada natural, tudo é vibração, tudo é feito de energia condensada.
Vivemos em um universo de vibrações e nossos corpos são constituídos de vibrações de energia que nós emanamos constantemente. A ciência já provou, através da física quântica, que estamos todos conectados através de nossa vibração.
Experimentações científicas demonstraram que nosso DNA muda com as frequências produzidas pelos nossos sentimentos e emoções, ou seja, vibrações.
Isto ilustra uma nova forma de energia que conecta toda a criação. Esta poderosa energia, parece ser uma Rede Estreitamente Tecida que conecta TODA a matéria e, ao mesmo tempo, podemos influenciar essencialmente esta rede de criação por meio de nossas VIBRAÇÕES.
Os experimentos comprovaram, também, que as frequências energéticas mais altas, que são as do Amor, impactam no ambiente, de uma forma material, produzindo transformações não só em nosso DNA, mas no ambiente que nos cerca. Isto tem um profundo significa: possuímos muito mais poder do que imaginamos.
Todos nós já ouvimos falar desse “poder” que possuímos, principalmente através da Bíblia, mas essa afirmação quase nunca passou de citações que entusiasmavam, mas não convenciam.
Que poder é esse e por que só agora chegou ao nosso conhecimento?
Tudo começou com a descoberta de um antigo manuscrito, o Grande Código Isaías, e outros textos essênios, nas Cavernas de Qnram, no Mar Morto, em 1946.
Atribuído ao profeta Isaías, parece ter sido escrito há mais de 2000 anos, e descreve tudo aquilo que a ciência quântica começou a compreender só poucos anos atrás, ou seja, a existência de muitos futuros possíveis para cada momento de nossas vidas e que, na maioria das vezes, escolhemos inconscientemente. Cada um desses futuros encontra-se em estado de repouso, esperando ser despertado com as nossas decisões feitas no presente.
O Código Isaías descreve com precisão essas possibilidades, numa linguagem que só agora começamos a entender. Isaías descreve a ciência que nos ensina como escolher o tipo de futuro que queremos experimentar.
A partir da declaração do manuscrito, com exemplos simples e claros, Greg Braden nos refere que existe uma tecnologia muito usada nos tempos antigos, que foi dispersa no quarto século, como resultado do desaparecimento e destruição de livros raros ou relegados às escolas de mistérios, mas que agora, após a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, estão reaparecendo.
É uma tecnologia muito simples, conhecida universalmente com o nome de "Oração".
Aplicando corretamente, é possível obter coisas extraordinárias, além da imaginação humana. Mas claro! Quem não sabe disso? A maioria, podes crer! Senão, os milagres passariam a ser simples fatos cotidianos e não somente uma exceção. Com esta tecnologia, nós podemos realmente mudar o mundo.
Um modelo “perdido” de oração, que é quântico!
Os manuscritos achados no Mar Morto, é de uma importância considerável para a humanidade dormente, que até os dias de hoje, muitos ainda vivem à mercê de forças espirituais aleatórias, entregando o poder de seu destino nas mãos de qualquer outro ser, menos a si mesma.
Nos mostram que nas mãos da humanidade se encerra um enorme poder, à espera de ser utilizado, mas que ainda não conhecemos. Explica como podemos escolher qual futuro desejamos experimentar, em sã consciência, revelando as chaves sobre o nosso papel como criadores de nossa realidade.
Entre estas chaves encontram-se as instruções de um modelo “perdido” de oração, que a ciência quântica moderna sugere como o poder de curar nossos corpos, trazer paz duradoura no mundo e, até mesmo, prevenir as grandes tragédias climáticas que a humanidade poderia enfrentar.
Em que consiste essa tecnologia da oração e em que bases se apoia para que seja eficiente?
Gregg Braden diz que estamos sendo levados a aceitar a possibilidade de que existe um NOVO campo de energia acessível e que o nosso DNA se comunica com os fótons por meio deste campo.
A chave para obter um resultado, entre os muitos possíveis já existentes, reside em nossa habilidade para sentir que nossa escolha já foi criada e está já acontecendo.
Vendo a oração deste modo, como «sentimento», nos leva a encontrar a qualidade do pensamento e da emoção que produz tal sentimento: viver como se o fruto de nossa prece já estivesse a caminho.
A partir desta perspectiva, nossa oração, baseada nos sentimentos, deixa de ser “algo por obter” e se converte em “acessar” o resultado desejado, que já está criado.
Com as palavras de seu tempo, os Essênios – os primeiros suspeitados de serem os responsáveis da conservação do conhecimento originário - nos lembram que toda oração já foi atendida.
Qualquer resultado que possamos imaginar e cada possibilidade que sejamos capazes de conceber, é um aspecto da criação que já foi criado e existe no presente em um estado “adormecido” de possibilidades. Dessa forma, o futuro não é deterministicamente estabelecido, mas pode ser, também, alterado.
Os essênios tinham uma visão holística da vida e, justamente por isso, consideravam os desequilíbrios da terra como um espelho dos desequilíbrios do corpo físico do homem.
Mesmo as catástrofes naturais, as mudanças climáticas, são espelhos de grandes mudanças que estão ocorrendo na consciência humana.
Hugh Everett III, um físico da Universidade de Princeton, estudou a possibilidade de universos paralelos, chamando de "ponto de escolha", o momento em que se pode sobrepor um efeito sobre outro no decorrer de um evento.
O ponto de escolha é a possibilidade da abertura de um vácuo, de uma ponte que permite mudar o caminho, passando para um outro resultado que se encontra em outro caminho paralelo: em síntese, é algo que nos permite dar um salto quântico de uma sequência de efeitos já experimentada a uma nova sequência com um êxito diferente.
É como se a mesma história fosse escrita, prevendo finais diferentes: em um certo ponto, nos encontramos em uma bifurcação que nos permite obter um resultado ao invés de um outro.
Por exemplo, se eu passo por um corredor, posso escolher de entrar nas salas que estão à direita ou à esquerda, mas só no final do corredor, posso sair e mudar de rumo, encontrar uma encruzilhada.
A nova física, admite que a experiência, ou mesmo a mera observação do cientista modifica a realidade; isso nos leva a crer que, se hoje, em nosso presente, formos capazes de introduzir uma pequena alteração, podemos então, escapar do efeito das profecias negativas, como já aconteceu, como resultado de uma concentração da energia do pensamento coletivo.
Usando o pensamento, sentimento e emoção unidos em nossa oração, podemos atrair os pontos de escolha e mudar os resultados previstos. Tudo isso, no fundo, nos leva à conclusão de que há uma profunda ligação entre nossos pensamentos coletivos, nossos sentimentos e nossas expectativas e a realidade externa.
Esta forma de pensar era inerente à visão da vida dos essênios, como se revela nos escritos dos essênios de 2.500 anos atrás, os quais refletem a ideia de que os eventos externos são o reflexo de nossas mais profundas crenças internas.
Se Pensamento, Sentimento e Emoção não estão alinhados, não há União.
Portanto: se cada padrão se move em uma direção diferente, o resultado é uma dispersão da energia. Pensamento, emoção e sentimento são a chave da tecnologia da oração e no interior de nós mesmos, devemos experimentar e sentir o que queremos realizar no exterior, precisamos sentir isto no corpo, nos pensamentos e sentimentos.
Podemos dar o que temos, podemos expandir para fora de nós o que somos. Aquilo que desejamos, deve realizar-se contemporaneamente no pensamento, no sentimento e no corpo humano.
O pensamento e emoção, devem primeiro ser considerados separadamente e depois em conjunto, porque o pensamento deve ser o sistema de orientação que direciona nossas emoções.
Como se realiza:
O pensamento, mesmo sob a forma de imaginação, determina para onde direcionar a atenção e a emoção.
EMOÇÃO é a energia que nos faz ir na direção desejada, é a "fonte de poder".
Para Braden, nos extremos existem apenas duas emoções: o amor e a sua falta, muitas vezes identificada como medo. Logo, se você não está no Amor, você está no medo.
E o medo atrai sempre aquilo que se teme.
Sentimento é a união de pensamento e emoção, de fato, para experimentar um sentimento, precisamos ter uma ideia e uma emoção. Então, o sentimento "é a chave da oração, porque a criação responde ao mundo do sentimento humano."
Então, primeiro é importante entender e estar ciente dos pensamentos e emoções representados por nossos sentimentos, porque às vezes expressamos pensamentos que fundamentam emoções diferentes do que afirmamos, e assim, acabamos por realizar efeitos indesejáveis, ou fazemos de formas que a nossa Oração não funcione.
Os pensamentos, em si mesmos, podem transportar certas expectativas, permanecendo potenciais desejos, mas são inertes se não forem acompanhados pelo poder da emoção.
Muitas vezes, porém, a emoção que acompanha um desejo, caminha na direção oposta ao nosso desejo, mas não somos conscientes.
Se, por exemplo, desejo uma melhor saúde, sob o pensamento de melhora está introduzido o medo da doença, da pouca saúde que se tem, e essa emoção capacita exatamente o que se teme: a doença.
Mesmo ao nível do pensamento, dizendo, "melhora", implicitamente me focalizo em "não suficiente", e se pensamos de não haver o suficiente, inconscientemente nos sentimos infelizes, ansiosos.
Lembremo-nos das palavras do Evangelho: "Quem quiser, pois, salvar a sua vida, perdê-la."
Isso pode significar que, qualquer um que tenta se defender daquilo que pode prejudicar a sua vida, acaba focando a atenção justamente sobre o que se quer evitar, atraindo-o.
Braden diz que "nós mergulhamos na possibilidade da criação, um sentimento em forma de imagem, que é a parte da energia suficiente para desenvolver uma nova possibilidade.
A chave deste sistema, no entanto, é que a criação restitui exatamente o que nossa imagem mostrou”.
A imagem mostra a sopa de criação, onde colocamos a nossa atenção.
A emoção que ligamos à imagem, atrai a possibilidade da manifestação desta imagem.
Quando "nós não queremos algo - uma emoção baseada no medo . Nosso medo, na verdade, alimenta o que nós dizemos de não querer".
Por que só agora tomamos conhecimento desse poder?
Até a Bíblia parece dizer que temos um poder desconhecido, e talvez, não por acaso, essa chave de leitura ”foi descoberta só em 1995, em um momento em que poderia haver uma consciência suficientemente alta entre as massas, que permite usar este poder.
A humanidade desenvolveu uma nova consciência planetária, graças à força da tecnologia de oração em massa.
Diz Gregg Braden que Deus é puro amor, é energia e por ser energia, não morre, não desaparece, é imortal e está em todos os lugares. E como somos a imagem e semelhança de Deus, sabemos que somos energia e hoje podemos provar isso. Somos seres espirituais e não seres feitos de matéria.
Vimos que, geneticamente, nosso DNA muda com as frequências que produzem nossos sentimentos, e que as frequências energéticas mais altas, que são as do Amor, impactam no ambiente, de uma forma material, produzindo transformações não só em nosso DNA mas em todo o ambiente.
Quanto mais Amor deixarmos fluir por nossos corpos, mais adaptados estaremos para enfrentar o que possa acontecer em em nossas vidas.
E podemos conduzir TODO o nosso planeta, mediante nossos pensamentos positivos em conjunto, para o melhor futuro possível.
*Fonte: "O Efeito Isaias" - Gregg Braden.