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domingo, 5 de julho de 2015

SEM ÍDOLOS NEM CULTOS

                                                     



Na busca estúrdia de prazeres e afirmação da personalidade, o homem contemporâneo informa que se libertou da fé religiosa e do culto que dedicavam os seus antepassados aos valores espirituais.

A mente saudável,segundo este raciocínio, é aquela que se apresenta destituída de submissão a toda e qualquer maneira de direcionamento ético, tendo em vista o futuro do ser, no que diz respeito à sua imortalidade.

O descompromisso com Deus e a vida incita-o à busca incessante do gozo, em desesperada fuga da sua realidade transcendental.

Não obstante esse comportamento, manifesta-se-lhe a existência de forma paradoxal.

Negando-se cultuar o espírito, adora e idolatra os campeões da futilidade e do engodo, que passam à condição de verdadeiros deuses da antiga mitologia, ora renascidos nos esportes, no teatro, no cinema, na televisão, nas finanças, nas indústrias, na política e até na área sórdida da criminalidade... 

Os seus gestos e atitudes são imitados, tornando-se modelos que atiram na área do consumismo as suas figuras e modas, verbetes e extravagâncias, que passam a constituir a razão de vida dos seus admiradores e apaniguados.

Uns, logo sucumbem, devorados pela mídia ou derrotados pelo cansaço; outros, são substituídos ou desprezados por novos ambiciosos que lutam por tomar-lhes os espaços, sucedendo-os de imediato, enquanto os modismos mudam de nomes e pessoas, permanecendo as mesmas paixões e cultos exacerbados, caracterizando a decadência da vera cultura e dos nobres ideais humanos.

Em face de tal conduta, o homem, surpreendido pela dor que renteia ao lado de todos os seres, deixando-se acometer pelo desespero e, alucinado, atira-se à consumpção pelos alcoólicos, pelas drogas ou através do suicídio em suas várias formas.

Lentamente, porém, a força do amor de Deus vence as resistências da obstinação negativa e desvenda-lhe os amplos horizontes da imortalidade, que fascinam e confortam, induzindo-o a uma reavaliação do comportamento e ao compromisso com a ventura, que lhe nasce na harmonia interior e se espraia envolvendo o grupo social e a vida.

Nem ídolos, certamente, nem cultos; porém, despertamento para a realidade e as metas existenciais, que se não podem reduzir aos prazeres vazios e ligeiros da vida corporal, antes à consciência de si mesmo e da sua destinação eterna, na qual já se encontra e cumpre aprimorar com o pensamento posto no seu futuro libertador e feliz.



* Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco. Livro: Momentos de Harmonia.

                                                            


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