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quinta-feira, 21 de abril de 2016

ESPELHO MENTAL


       

                                                 


"6. O espírito que se comunica por um médium transmite diretamente seu pensamento, ou esse pensamento tem por intermediário o espírito encarnado do médium?

É o espírito do médium que o interpreta, porque está ligado ao corpo que serve para falar, e é preciso um laço entre vós e os espíritos estranhos que se comunicam, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia ao longe, e no fim do fio uma pessoa inteligente a recebe e a transmite". (L.M. - Cap. XIX, Segunda Parte, item 223)  



Os Espíritos foram claros ao dizer que o espírito do médium é o intérprete de seus pensamentos.

Sendo intérprete dos pensamentos dos espíritos comunicantes, é natural que a mensagem transmitida contenha algo do médium, assim como o espelho que reflete uma imagem o faça de acordo com as suas possibilidades.

Um espelho embaçado ou partido evidentemente refletirá imagem com tais distorções, embora o objeto refletido se mantenha ínegro.

O espelho mental do médium, portanto, é de fundamental importância no processo das comunicações intelectuais.

Semelhante às águas de um lago, o médium necessita zelar pela sua serenidade mental, para que a mensagem dos espíritos se reflita com a fidelidade possível.

É importante que o medianeiro, principalmente nas horas que antecedem uma reunião mediúnica, se preserve de abalos emocionais, de conversas desgastantes, de leituras exaustivas, de programas televisivos ou radiofônicos.

O ideal seria que o médium, preparando-se para uma tarefa, pudesse ouvir alguma música suave, de preferência orquestrada.

É lógico que a preparação maior do médium deve acontecer no dia-a-dia; mas, como sobre a Terra ninguém consegue fugir às lutas, poucas horas em que ele consiga se isolar dos problemas serão de grande valia para que os espíritos não encontrem tantos obstáculos mentais...

Compararíamos, ainda, a mente do médium a uma janela do tipo veneziana. Não raro, os nossos pensamentos conseguem alcançá-lo somente através de algumas poucas frestas... E devemos nos contentar com essa reduzida possibilidade, como igualmente o médium.

Muitos medianeiros manifestam a sua contrariedade por não lograrem resultados mais positivos com as suas faculdades; ora, se eles não nos oferecem melhores condições de trabalho, com que direito esperariam mais de nossa parte?!...

Diremos mesmo, sem qualquer preocupação com a modéstia, que nós, os desencarnados, até temos feito muito, em face das condições de trabalho que nos são oferecidos.

Às vezes, para conseguirmos escrever algumas linhas por dia através de um médium psicógrafo, precisamos postar-nos junto a ele quase que dia inteiro, à espera que encontre tempo para nós e nos ofereça sintonia.

Os confrades espíritas reclamam da pequena produção de romances mediúnicos, mas onde estarão os médiuns que, além de predisposição natural para Literatura, tenham paciência suficiente para recebê-los?!...

Para muitos espíritos, tem sido desanimadora a tarefa de tutelar um médium.

Além destes obstáculos apontados por nós, existem aqueles outros que se encarregam de criar os espíritos interessados em conturbar o intercâmbio positivo entre os dois mundos.

A facilidade com que os médiuns refletem os pensamentos dos espíritos infelizes é impressionante! Acontece, inclusive, que pelas "frestas da veneziana" a que nos referimos o médium, oscilando na sintonia, capte ao mesmo tempo, ideias que lhe são sugeridas pelos espíritos amigos e ideias que lhe vêm dos espíritos perturbadores. Por isto, numa mensagem podemos encontrar um pensamento de grande conteúdo filosófico e outro constituído de banalidades.

Para entendermos melhor o fenômeno a que acabamos de nos referir, recorramos à imagem do rádio em que uma emissora vê-se "invadida" por outra em sua própria frequência...

A frequência mental em que o médium procura manter-se em sintonia, estável em suas emoções, tem significado fundamental na mediunidade.

Como percebemos, o assunto é complexo, mas não devemos nos entregar ao desalento.

A mente vige na base de tudo, e, se queremos êxito em nossos empreendimentos, busquemos o equilíbrio.

Só de os médiuns tomarem consciência do que expomos será de grande proveito, porque, assim, poderão manter-se vigilantes e aprender a "selecionar" as ideias que captam.

Creiam que nós, espíritos comunicantes, também estamos sujeitos a essas oscilações mentais e não é igualmente sem grande esforço que conseguimos sustentar a sintonia na transmissão que desejamos.


*Livro: Somos Todos Médiuns, Capítulo 18, por Carlos A. Bacelli/Odilon Fernandes.

                                                             


terça-feira, 5 de abril de 2016

AMIGOS DISTANTES

                                                                

Ter um bom amigo é um dos maiores prazeres da vida. 
Contudo, ser bom amigo é um dos mais nobres e mais difíceis compromissos.
Nos dias em que vivemos, parece que esse compromisso vai se tornando mais árduo.
Crescemos ao lado de alguém, convivemos, tornamo-nos amigos inseparáveis.
Então, um dia, motivos profissionais, familiares ou financeiros nos remetem a outras paragens, muito distante desses amigos.
Os anos passam, as tarefas se multiplicam, a vida nos envolve com tantas coisas e o tempo vai se tornando sempre mais curto para os amigos... tão distantes.
Por isso, algumas dicas podem ser colocadas em prática, a fim de não se perder essa preciosidade que se chama amizade.

Primeiro: marquemos encontros.
A frequência com que poderemos fazer isso dependerá de tempo, distância, finanças e muitos outros fatores.
Contudo, se não for possível sempre, procuremos estar pessoalmente presentes, ao menos uma vez por ano.

Segundo: invistamos na telefonia.
O celular pode se tornar uma linha viva de comunicação entre amigos que estão longe um do outro.
Pensemos em nossa conta de celular como um investimento em nossas amizades.

Terceiro: usemos a tecnologia.
Enviemos e-mails, mas não fiquemos copiando e-mails enormes da internet, mensagens de outros.
Não. Escrevamos nós mesmos, com nossas palavras. Isso vale muito mais. Sejamos breves. 
Se o nosso tempo é precioso, o do amigo também é.
Mensagens retiradas da internet são recebidas às dezenas, duplicadas ou triplicadas. Não têm o mesmo valor.
O nosso e-mail será único e é isso que importa para a amizade.

Quarto: enviemos fotos.
Este é um modo excelente do amigo saber como estamos. Façamos fotos nossas, em diferentes lugares, em diversas situações e mandemos, vez ou outra, aos amigos.
Não esqueçamos de escrever uma notinha. Reconhecer nossas letras será sempre emocionante.

Quinto: passemos férias juntos.
Encontremo-nos em algum lugar, entre nossas cidades. Consultemos colônias de férias, hotéis, lugares agradáveis e combinemos passar uma semana divertindo-nos e renovando a amizade.
Coloquemos o papo em dia. Recordemos bons momentos e produzamos outros tantos para recordar, nos dias de separação que tornarão a acontecer.

Sexto: ao menos digamos oi.
Se estivermos muito ocupados, atolados em papéis e obrigações, sem tempo para respirar; se acharmos que não temos condições de escrever ou telefonar, separemos uns minutinhos para escrever uma mensagem breve: Oi, tudo bem?
Usemos a web, o skype e perguntemos: Tudo bem, aí? Até depois!
Mantenhamos as linhas de comunicação abertas.

Sétimo: oremos pelos nossos amigos.
A oração estabelece linhas de comunicação invisíveis, ao tempo em que, igualmente, estaremos rogando a proteção dos céus ao amigo que, por vezes, está passando por situação dolorosa.
Oremos sempre e com fidelidade. Recomendemos nossos amigos a Deus, aos bons Espíritos.
É possível que não consigamos seguir todos estes itens, mas tentemos, começando ao menos com um deles.
Porque o único meio de conservar um amigo é ser amigo.

Invistamos na bolsa de valores da amizade, todos os dias. Os lucros sempre serão compensadores.
Lembremo-nos: amigo verdadeiro é aquele que compartilha todas as tristezas e dobra as alegrias.
Sejamos amigo!
O amigo alegre é como um dia de sol, que lança seu brilho em tudo à volta.
Sejamos um dia de sol, todos os dias.

                                                                



sexta-feira, 1 de abril de 2016

É PRECISO SABER QUANDO UMA ETAPA CHEGA AO FINAL

                                               


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Partiu para viver em outro país? 
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus filhos, seus amigos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardio, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. 
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. 
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e ode fazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixa ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. 
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não tem data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – NADA É INSUBSTITUÍVEL, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. 
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. 
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. 

*Paulo Coelho.