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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MEDIUNIDADE




MEDIUNIDADE


A mediunidade é o nome atribuído a uma capacidade humana que permite uma comunicação entre homens e Espíritos. Ela se manifestaria  independente de religiões, de forma mais ou menos intensa em todos os indivíduos. Porém, usualmente apenas aqueles que apresentam num grau mais perceptível são chamados médiuns.




Assim, um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium e, por esse meio, se comunica oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se faz visível ao médium (vidência). Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, descreve também fenômenos de ordem física, como batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), e ainda materializações ectoplasmáticas em que o espírito desencarnado se faz visível e até palpável aos presentes no ambiente onde ocorra o fenômeno. Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns

Outras designações



Uma Médium feminina (Thai Moa Fa Phi Song) em Si Songkhram, província de Nakhon Phanom, na Tailândia.Enquanto no meio espírita utiliza-se a palavra médium para designar o indivíduo que serve de instrumento de comunicação entre os homens e espíritos, outras doutrinas e correntes filosóficas utilizam termos como clarividente, intuitivo, sensitivo. No entanto, o significado desses termos pode ser considerado por alguns com o mesmo significado, porém cada um pode ser distinguido como uma faculdade sensitiva diferente. Médium seria aquele que serve de elo entre o mundo em que vivem os espíritos (plano espiritual, quarta vertical, quarta dimensão, mundo astral...) e o mundo terreno, assim este se abre para que o espírito se utilize dele. Clarividente é aquele que tem capacidade de enxergar o plano espiritual através da "terceira visão". Intuitivo é aquele que tem capacidade de sentir a cadeia dos acontecimentos e assim prevê-los, bem como o sensitivo que também se adequaria a esta faculdade.






 Parapsicólogos forensesOs parapsicólogos forenses, também conhecidos como investigadores psíquicos (do inglês Psychic Witness), são sensitivos que trabalham em conjunto com a polícia na investigação de crimes de difícil solução (inexistência de testemunhas, escassez de provas, excesso de suspeitos,...). O papel desses paranormais, segundo Sérgio Pereira Couto em artigo na revista Ciência Criminal ,"consiste basicamente em captar sensações sobre o que aconteceu nos locais dos crimes e passar as informações para que os detetives tomem as devidas providências administrativas, incluindo a detenção de suspeitos para interrogatório".






Com o sucesso dos seriados em canais pagos que tratam do tema, as polícias de diversos estados americanos passaram a admitir em público o uso de paranormais em investigações onde a tecnologia mostra-se insuficiente.






O Discovery Channel elaborou um seriado para tratar desse tema, reportando as atividades de quinze investigadores psíquicos no apoio às polícias de diversos estados americanos, como a Califórnia, Ohio, a Pensilvânia, Carolina do Norte, a Louisiana, Texas e o Arizona.






Vale no entanto destacar que a Lei americana obriga a polícia a ouvir todos os que dizem saber algo sobre a investigação, incluindo aqueles que se intitulam médiuns ou sensitivos, que voluntariamente se apresentam para ajudar, não fazendo parte do procedimento policial a busca de cartomantes, médiuns, etc para a solução de crimes. Na Tv, o seriado chega a ser fantasioso e não apresenta os milhares de casos onde tal ajuda não resultou em sucesso, não se enquadrando, o entretenimento, em reportagem investigativa ou mesmo documentário sério.






Sally Headding, uma respeitada clarividente americana, formada em psicologia clínica e Ph.D. pela Universidade de Berkeley (Califórnia), aponta que atualmente o principal problema da popularidade dos investigadores psíquicos nos EUA é o surgimento de uma série de falsos médiuns que se apresentam para ajudar a polícia em casos de grande repercussão. No entanto, segundo as palavras de Sally, os verdadeiros médiuns dificilmente procuram a polícia, ao contrário, são convidados por esta para colaborar nas investigações, o que tecnicamente não é verdade segundo as leis americanas.






No Brasil, o uso de médiuns em processos da Justiça é reconhecido oficialmente apenas no Estado de Pernambuco, onde a Constituição Estadual, além de legitimar o testemunho de médiuns, prevê como obrigação daquele Estado e dos seus municípios a prestação de "assistência à pessoa dotada dessa faculdade, [desde que] comprovado por profissionais especializados". Essa comprovação é justamente um mecanismo para que se tenha certeza de não se tratar de um caso de charlatanismo. Infelizmente, o processo de definição pelo estado do que é charlatanismo ou não, não está claro.






Textos psicografados por médiuns como Chico Xavier e Jorge José Santa Maria (da Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz, no Município de Porto Alegre) já foram incorporados a processos criminais na forma de provas documentais.






 Estudos científicos


Sessão mediúnica conduzida por John Beattie em Bristol, Inglaterra, 1872.Na segunda metade do século XIX diversos médiuns foram levados a realizar testes que tornaram supostametne plausíveis a existência de espíritos, por exemplo as médiuns Leonora Piper e Gladys Osborne Leonard. Os resultados obtidos na época, com cada uma dessas médiuns, foram bastante convincentes. Piper foi tão famosa que chegou a ser citada na Enciclopédia Britânica de 1911 em dois verbetes e ainda admitida no discurso de William James publicado pela revista Science como possuidora de poderes paranormais .






O neurocientista Núbor Orlando Facure diz que a mediunidade é um fenômeno fisiológico, universal comum a todas as pessoas, e que pode se manifestar de diferentes maneiras. Nos estudos que realiza, busca compreender a relação entre os núcleos de base dos automatismos psico-motores e aqueles que geram o fenômeno da mediunidade. Em entrevista dada à revista Universo Espírita (N°35, Ano 3), Facure aponta que os neurônios em espelho podem ser os responsáveis pela sintonia que permite sentirmos no lugar do outro. No entanto, Facure também diz que isso são apenas conjecturas e que atualmente não existe comprovação científica de que o fenômeno se dê dessa forma.






Em pesquisa realizada por Frederico Leão e Francisco Lotufo, Médicos-psiquiatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, constatou-se uma melhora dos aspectos clínicos e comportamentais de "650 pacientes portadores de deficiências mental e múltiplas" ao submetê-los a um tratamento espiritual realizado através de reuniões mediúnicas. Como resultado do estudo, os autores sugerem a "aplicação do modelo de prática das comunicações mediúnicas como terapias complementares"






Outra importante pesquisa foi realizada pelo médico psiquiatra Alexander Moreira de Almeida, que no dia 22 de fevereiro de 2005 defendeu a tese Fenomenologia das Experiências Mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, da Faculdade de Medicina da USP. A tese pretendeu traçar um perfil de saúde mental de 115 médiuns espíritas (escolhidos aleatoriamente), na qual foram testados e entrevistados com apurados instrumentos da Psiquiatria. Na conclusão do trabalho, Almeida diz que "os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducacional, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de identidade dissociativa. A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia". Desta forma, constatou-se que os médiuns estudados apresentaram boa saúde mental, apesar dos sintomas de visões ou interferências de pensamentos alheios, que não são sintomas de loucura, mas outro tipo de vivência, chamada pelos espíritas de Mediunidade.
TIPOS DE MEDIUNIDADE







A pessoa exerce a mediunidade por duas opções: ou por expiação ou por missão. Somente quem veio como missionário não tem débito muito alto. Os outros vieram com a mediunidade para poder se refazer melhor. Quando é por missão, dificilmente há rebeldia por parte da pessoa. No fundo ele sabe que tem que desempenhar um grande papel, só não sabe qual é e somente com o tempo descobre que tem uma grande missão. Os médiuns por expiação muitas vezes caem, se levantam, tornam a cair. Ele não está totalmente consciente do seu trabalho. Ele precisa ter muita força de vontade para vencer todos os obstáculos e seguir o seu caminho adiante. Muitos não conseguem se levantar ou passam para o lado negativo.






São vários os tipos de mediunidade, mas praticamente divide-se em duas grandes partes:






1.Mediunidade de efeitos físicos






a)Médiuns sonoros – produzem pancadas, estrondos, música






b)Médiuns luminosos – Produção ce centelhas, clarões, luzes






c)Médiuns motores – Movimentação de objetos






d)Médiuns de levitação – Levantam um ser, um objeto ou a si mesmo no espaço






e)Médiuns de transporte – Levam um objeto de um lugar a outro






f)Médiuns modificadores ou plasmadores – Modificam um objeto, figura, etc Dividem-se em:






moldagens, materialização, transfiguração, voz direta, escrita direta, curas .






g)Tiptologia – Os efeitos sonoros formam uma linguagem:






a)Interior – pancadas no interior do objeto






b)Bascular – movimento do objeto para dar pancadas (Tripé, pé da mesa)






c)Alfabética – Se comunicam através do objeto






d)Sematologia – Quando os sons, luzes, movimentos, deixam a transparecer a vontadede seguir a pessoa.






2.Mediunidade de efeitos inteligentes:






a)Médiuns intuitivos – O médium capta o pensamento dos espíritos, sem necessidade de incorporação. É preciso ter cuidado para o médium não expressar seus próprios pensamentos.






b)Médiuns videntes – quando o médium vê no campo fluídico. O médium só pode ver o que for






permitido.






c)Médiuns de psicofonia – quando o espírito fala através do médium;






d)Médiuns de psicografia – Quando o espírito escreve através do medium. A psicografia pode ser:






1)Mecânica – O espírito pega na mão do médium e escreve o texto. Neste caso o médium não tem






noção do que está escrevendo e escreve com a própria letra do espírito.






2)Intuitiva – O médium capta o pensamento do espírito e escreve o que ele quer comunicar.






3)Semi-mecânica – o médium sabe do assunto que o espírito está escrevendo, tem noção, mas






quem escreve é o espírito






4)Ditada – O espírito vai ditando e o médium vai escrevendo. Neste caso o médium tem a mediunidade de audiência.






e)Médiuns sensitivos ou impressionáveis – Sentem a presença dos espíritos.






f)Médiuns audientes – Ouvem o que o espírito quer dizer.






g)Médiuns sonambúlicos – Agem de duas formas:






1.Fatos anímicos – produzidos por seu próprio espírito






2.Fatos espíritas – produzidos pelos espíritos.






h)Médiuns curadores – Podem curar através dos espíritos






i)Médiuns pneumatógrafos – Podem produzir a escrita direta. São raros os médiuns desta categoria.






j)Médiuns de pictografia – os que têm capacidade de desenhar através dos espíritos.






Para haver uma boa ligação espiritual é necessário que todos estejam bem concentrados. Concentrar-se é pensar em uma só coisa o tempo todo: por exemplo em Jesus Cristo, em


Deus, num lugar calmo, etc. Com isto estabelece-se a Vibração ou seja, uma espécie de onde que circula em torno da mesa. Todos pensamento no bem, na paz, no amor percebe-se a Sintonia com a espiritualidade. Se um médium estiver pensando diferente, pode haver quebra de sintonia no ambiente, dificuldade para estabelecer a ligação com a espiritualidade ou a vinda de irmãos que estão sintonizados com aquele médium que pensa diferente. A prece ajuda a sintonia, pois melhora a energização do ambiente e a ligação espiritual.




Sintomas de Mediunidade



Manoel P. de Miranda (espírito)






A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.






À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.






Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.






Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.






Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.






Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.






Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.






Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.






Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.






Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.






Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.






O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.






Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.






A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.






A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.






Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.






Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.






A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.






É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.






Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.






Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.






(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 10 de julho de 2000, em Paramirim, Bahia).






(Jornal Mundo Espírita de Março de 2001)


AMIGOS QUERIDOS ESSES SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS DE MEDIUNIDADE FIQUEM ATENTOS
PRINCIPAIS SINTOMAS DA MEDIUNIDADE







a) Sintoma clássico: suor excessivo nas mãos e axilas, principalmente nas mãos. As mãos ficam molhadas, quase geladas. Os pés


também podem ficar gelados; as maçãs do rosto muito vermelhas e quentes; as orelhas ardem.






b) Depressão psíquica: a pessoa fica totalmente instável, passando de uma grande alegria para uma profunda tristeza sem motivo


aparente. Fica melancólica e sente uma profunda solidão. É como se o mundo todo estivesse voltado contra ela. É facilmente irritável


e, nessa fase, ela vai ferir com palavras e gestos aqueles que mais gosta.






c) Alterações no sono: sono profundo ou insônia. A insônia é provocada pela aceleração no cérebro devida à vibração. Os pensamentos


voam de um assunto para outro, incontroláveis, e a pessoa não consegue dormir. O sono profundo é devido à perda de ectoplasma, de


força vital. Há um enfraquecimento geral do organismo e as vibrações da pessoa são reduzidas.






d) Perda de equilíbrio e sensação de desmaio: a perda de equilíbrio é uma sensação muito rápida. A pessoa pensa que vai cair e tenta


se segurar em alguma coisa, mas a sensação termina antes que ela consiga fazer qualquer gesto. É extremamente desagradável. A


sensação de desmaio normalmente ocorre quando a vibração abandona a pessoa bruscamente. Ela fica muito pálida e tem que sentar


para não cair. Às vezes ocorre sensação de vômito ou de diarréia.Um copo de água com bastante açúcar e respiração pela narina direita


normalmente bastam para contornar essa situação.






e) Taquicardia: comum em algumas pessoas. Há uma súbita alteração no ritmo dos batimentos cardíacos, fruto do aceleramento


provocado pela vibração atuando.






f) Medos e fobias: a pessoa fica com medo de sair sozinha, de se alimentar, de tomar remédios, pois acha que tudo lhe fará mal. Às


vezes tem medo de dormir sozinha ou com a luz apagada. É muito comum, também, uma total insegurança em tudo o que vai fazer.






Todos esses sintomas tendem a desaparecer com a preparação espiritual e o desenvolvimento mediúnico, mas o tempo


necessário ao desenvolvimento dependerá muito do grau de mediunidade, do interesse e da preparação espiritual do médium.







MEDIUNIDADE NA VISÃO ESPIRITA 
Mediunidade e distúrbios mentais na visão de um médico espírita















Introdução






Ronald Laing, psiquiatra inglês, afirma que “os místicos e os esquizofrênicos encontram-se no mesmo oceano; enquanto os místicos nadam, os esquizofrênicos se afogam.”


A relação entre mediunidade e doença mental vem de muito tempo. Veremos adiante sua relação com o demonismo da era medieval. Allan Kardec dedica o capítulo XVII de O Livro dos Médiuns para tratar dos “Inconvenientes e Perigos da Mediunidade” e questiona se a mediunidade poderia desenvolver a loucura. Os Espíritos respondem que não, desde que não haja predisposição para isso. A resposta ensejará pequena consideração quando tratarmos da visão da loucura, à época de Kardec.






Conceito histórico da loucura






Reconheço que cabe ao Prof Isaías Pessoti todo o material que serve de base a essa parte , graças ao seu “ A Loucura e as Épocas”.


Esquematicamente, veremos o conceito de loucura conforme as épocas mais importantes da humanidade ocidental, nos fixando nos períodos que definiram novos conceitos.






Conceito de Loucura na Antiguidade






A Antiguidade grega tem em Homero, autor de as Ilíadas, a primeira conceituação de loucura. A época de Homero e de Hesíodo tem a loucura como consequente à ação dos deuses, que a usavam como recurso para que os seus desejos não fossem contrastados pelos desejos dos homens.


O homem não é soberano sobre si mesmo, têm os deuses poderes para interferirem como queiram na vida dos mortais. A loucura é de origem externa ao homem, é o roubo da razão pelos deuses, que determinam a vida do homem.


Eurípedes aponta a origem da loucura como decorrente de conflitos internos, o homem não seria conduzido fatalmente à loucura, senão por uma parcela de responsabilidade. Porém, cabe aos deuses roubar a razão.


Hipócrates vê o homem como um ser em equilíbrio orgânico. Qualquer desarranjo nesse desequilíbrio, provoca a doença e a loucura. A causa da loucura é a ruptura do equilíbrio orgânico, uma visão aparentemente organicista, não fosse a anátomo-fisiologia de Hipócrates calcada em bases metafísicas.


Quem profundamente marcou o conceito médico de loucura foi Galeno. Ele restaurou a vida psíquica do homem, trazendo o conceito de pneuma psychicon, a sede da vida mental.


A Antiguidade Clássica apresentou, enfim, três perspectivas de loucura. Numa ela aparece como obra da intervenção dos deuses, noutra afigura-se como um produto dos conflitos passionais do homem, mesmo que permitidos ou impostos pelos deuses; numa terceira, a loucura afigura-se como efeito de disfunções somáticas, causadas eventualmente, e sempre de forma mediata, por eventos afetivos.






A Doutrina Demonista






A idéia medieval da intervenção diabólica como causa da loucura, e de outros distúrbios do homem, não deve ser entendida como algo que surgiu naquele momento, de modo circunstancial.


Toda a fundamentação teórica do que chamaremos de período escuro do saber humano, onde a imposição teológica serviu como instrumento coercitivo de poder, vem dos primórdios do cristianismo e surgiu como consequência da doutrina desenvolvida a partir dos Padres Apostólicos até Agostinho de Hipona.


A doutrina que se caracterizou como sendo a doutrina de Cristo, tem em sua concepção teológica, a figura do satanás, no sentido nítido de opositor, como sendo a figura do outro. Os pagãos e tudo que a eles se relaciona passam a ser demônios.


Agostinho afirma que o mal não existência própria; Deus permite a existência do demônio para tornar possível o aperfeiçoamento do homem pela busca de Deus.


Tomás de Aquino faz da Escolástica referência da doutrina demonista, que vê o demônio como conhecedor das coisas e dos homens, habita o éter e age com a permissão de Deus.


O mundo se povoou de demônios e, talvez, possamos resumir o que representou essa época de obscurantismo para a psicopatologia compreendendo que, para a doutrina demonista, não se afirma “ possesso, portanto louco; mas, louco, portanto possesso.”


Como alguns sinais que evidenciam possessão diabólica, cita Chondrochi:


“… falar línguas desconhecidas ou entendê-las quando faladas por outros; descobrir e revelar fatos ocultos, esquecidos, futuros, secretos, pecados e pensamentos dos presentes; discutir assuntos elevados e sublimes quando se é ignorante; falar com elegância e doutamente quando se é ignorante; sentir-se impulsionado por uma persuasão interior a lançar-se num precipício ou ao suicídio; tornar-se inesperadamente tolo, cego, coxo, surdo, mudo, lunático, paralítico.”






Enfoque Médico da loucura






No século XVII a psicopatologia tem forte inspiração da doutrina platônica e do galenismo. Mesmo assim, o conceito de possessão ainda é admitido como causa da loucura. Mas a loucura passa a ser encarada como fenômeno natural e da alçada médica.


No século seguinte, Cullen afasta-se do galenismo e classifica a loucura como desarranjo das faculdades intelectuais. Não afasta a possibilidade, ainda que remota, da intervenção demoníaca. Arnold reforça que o substrato da loucura é alteração das faculdades mentais, não necessariamente das funções cerebrais.






A Loucura Segundo a Psiquiatria do Século XIX






O início do século passado foi a era de Pinel. Esse alienista que, quando indicado para o Hospital de La Bicêtre, liberta os loucos das amarras por entender que a loucura é fruto da imoralidade, entendida como os excessos e paixões de toda a ordem..


Pinel admite a loucura como lesão das faculdades mentais, de ordem orgânica ou moral. Por isso, propõe um tratamento moral da loucura, indicando a função de um diretor espiritual e ação notadamente repressora sobre os pacientes, que chamaria de reeducação moral.


Esquirol, discípulo de Pinel, esforça-se em buscar uma correlação orgânica com as diferentes formas da loucura, mas admite que existe loucura sem que se detecte qualquer lesão cerebral. Mas toda causa moral tem sua ação obrigatoriamente sobre o encéfalo.


Perchappe, que teve o mérito de um estudo epidemiológico da loucura, afasta do estudo da loucura qualquer especulação filosófica.


Cotard antecipa o enfoque psicodinâmico, mas trata de afastar a metafísica, principalmente a especulação sobre os corpos do homem. Desenvolve uma teoria psicopatológica de repressão do desejo, agindo sobre a mente, mas recusando-se a estudar a alma e o espírito.






Conceito espírita da loucura






Podemos passar ao estudo do conceito espírita da loucura, que teremos em Bezerra de Menezes, “A Loucura Sob Um Novo Prisma” e Manoel Philomeno, desenvolvendo as idéias de Bezerra, em “ Loucura e Obsessão”.


À época da Codificação, o conceito de loucura elaborada por Esquirol encontrava enorme repercussão. A busca de um substrato cerebral como causa da loucura, em uma época marcada pelas mesas girantes, faz justificar a mediunidade como fruto da alucinação.


A negação do princípio espiritual, ou a afirmação de uma alma apenas metafísica, faz ver como produto de uma mente excitada os fenômenos visuais da mediunidade. A teoria alucinatória tenta enquadrar a mediunidade na psicopatologia, nos quadros de exaltação delirante.


Mas o que é a alucinação? Um erro da percepção, dirão os alienistas. Mas por que ocorre esse erro ? Se é um erro, por que o caráter inteligente da alucinação, que se comunica com o que alucina de forma coerente e racional, dando sobejas provas da existência de um ser comunicante? Qual a fisiopatologia da alucinação?


Allan Kardec responde essas questões em O Livro dos Médiuns, propondo uma teoria da alucinação, que ocorre como decorrência da leitura das impressões cerebrais pela alma emancipada. Onde estariam essas impressões? Na verdade, não no cérebro físico, mas registradas nas camadas mais grosseiras (ou mais densas) do perispírito _ especulo ousadamente. O que se ressalta da fisiopatologia da alucinação proposta por Kadec é a inclusão da alma, ou do Espírito reencarnado, atuante, não abstrato.


Desnecessário nos é falar sobre as provas da realidade espiritual. Reforçamos apenas que, o desenvolver de uma teoria espírita da loucura, tem por base o homem/Espírito, tão bem apresentado por Kardec e pelos sábios Instrutores espirituais.


A decorrência natural de assumir-se a primazia do Espírito sobre o corpo é discutir-se o papel do cérebro nas manifestações da alma.


Como pudemos observar na evolução do conceito de loucura, partiu-se de causas exteriores à vontade do homem até a visão hipocrática de alteração dos humores orgânicos. O cérebro se constituiu como órgão do pensamento, até que a doutrina demonista trouxe o terror representado por intervenções além do cérebro, provocando a loucura. Criou-se, depois o termo faculdades mentais como consequência de ter-se loucura mesmo com o cérebro íntegro. No final do século passado a visão de que alteração da fisiologia cerebral traz doença mental, reinforçou a centralização da mente sobre as funções cerebrais.


Hoje, a ciência vê o cérebro como complexa glândula endócrina, indo mais além, possuidor de bilhões de circuitos por onde transitam os pensamentos e as idéias. Onde está a consciência, onde está a mente? Nenhum gênio das ciências da mente saberá responder. Um tema palpitante de especulação científica é o da interação mente-corpo, que é de orientação notadamente organicista, por isso, muito mais próxima do materialismo vigente.


Como consequência dessa visão, que não admite qualquer especulação filosófica nos moldes clássicos, decorrente da postura cientificista de Perchappe, justifica-se, por exemplo, a esquizofrenia como alteração da neurotransmissão cerebral, afetando sistemas neurotransmissores da dopamina, serotonina e noradrenalina, de áreas específicas do cérebro. A mesma série de neurotransmissores, em locais diferentes do cérebro, é evocada para justificar a depressão, a dependência química, entre tantas doenças de manifestação, evolução e tratamento diferentes.


A teoria psicodinâmica, que envolve os fundamentos da psicologia médica, entre elas a psicanálise, a vertente cognitiva-comportamental, entre outras, estabeleceu-se como ramo não-especulativo, modernamente, acomodando-se como subsídio terapêutico e afastando de si as vertentes que não se adequam à submissão ao organicismo.


O livro “ A Loucura Sob Novo Prisma”, de Bezerra de Menezes, após apresentar a cosmogonia espírita, começa por definir o papel do cérebro nas manifestações da mente. Seria o órgão do pensamento, gerador dos sentimentos, dos afetos, dos ideais, do amor? A capacidade de amor ou ódio se mede por disposições cerebrais diferentes? Tal especulação repugna à idéia. Reduz o papel dos avatares da humanidade ao de simples produtos de um cérebro anormal (anormal enquanto fora dos padrões usuais). Por outro lado, faz do depravado, do homicida cruel, do serial killer, uma vítima de seu órgão diferenciado, porque pouco desviado do normal. Uma visão como essa justifica uma sociedade que produziu idéias de seleção de raças, a eugenia.


Mas há fragilidade em considerar-se o cérebro a sede da mente, ou consciência. Em 1966, uma notícia teve repercussão em todos os Estados Unidos. Ernest Coe tivera todo o seu hemisfério cerebral esquerdo destruído por um tumor, que foi extirpado cirurgicamente. Para surpresa da equipe médica, o paciente permaneceu vivo por mais de seis meses, mantendo todas as suas funções normais. Destaco que o hemisfério esquerdo é o dito dominante. Mais ainda, se o cérebro é a sede da consciência, como justificar tal fato ? Por reação vicariante, ou seja, a hipertrofia de funções pelo lado remanescente?


Mais ainda, em se considerando o cérebro como sede da mente, produtor dos pensamentos, idéias, emoções, sentimentos. Mesmo entre gêmeos univitelinos, existe discordância de 50-40% na incidência de esquizofrenia quando um dos pares é afetado. Fosse o cérebro a sede da mente, por serem os gêmeos univitelinos donos de aparelhos idênticos, por que a discordância e não o fatalismo?


Estejamos prontos para a visão espírita do cérebro como instrumento da mente. Emmanuel define a mente como “ o espelho da alma”, em seu livro “Pensamento e Vida”. Na verdade, a mente não é a alma, mas é fruto dela. Não está no cérebro, mas no perispírito, que reflete as disposições do Espírito eterno.


O corpo intermediário entre o Espírito e o corpo imprime na matéria densa as disposições colhidas nas experiências passadas e atuais, atuando como vigoroso modelador biológico. Assim, cada célula, em sua ligação molecular com o perispírito, recebe as impressões de variada ordem, reflexo da jornada individual. Ao ser encaminhado à reencarnação, o Espírito expressa seu propósito de renovação, confrontando com o arrastamento das tendências. Essa psicologia profunda se irradia por todo o perispírito que a transpõe ao corpo físico, gerando as disposições orgânicas às doenças, que no fundo são sempre de gênese espiritual.


O Espírito se exprime, o que o perispírito manifesta como pensamento. Quando encarnado, encontra no cérebro físico apenas um instrumento. Se esse instrumento encontra-se lesado, não exprimirá o pensamento vindo do perispírito. Mas se o cérebro encontra-se alterado apenas funcionalmente, sem lesão alguma, é porque o gerador do pensamento o faz de modo defeituoso. Qual a causa da alteração do pensamento, em nível anterior ao cérebro, ou seja, no campo do corpo espiritual?


O próprio corpo espiritual pode achar-se alterado transitoriamente, devido a sentimentos diversos, cuja gênese está no remorso, gerado por sentimento de culpa. Pode, também, estar sob a influência nociva de outra mente espiritual, interferindo diretamente sobre suas funções, no caso, obsessão espiritual.


Nos casos onde há o que chamei de alteração transitória do perispírito, transitória no sentido de que não é eterno, ocorre o que conhecemos por processos auto-obsessivos. Nesses fenômenos, não há a interferência direta de entidades estranhas na gêneses da psicopatologia de nível espiritual.


O livro “Os Mensageiros”, de André Luiz, traz o caso de Paulo, internado em Posto de Assistência, ligada a Nosso Lar. Esse Espírito, recolhido em estado de profunda alienação, apresentava psicosfera repleta das imagens por ele geradas, quando foi acometido pelo remorso por suas ações nefandas. André Luiz auscuta todos os conflitos que o paciente vivencia, as imagens das pessoas por ele lesadas, as consequências de seus atos. Paulo, esse o nome do Espírito adoentado, experimentava fenômeno auto-obsessivo, já no plano espiritual.


Em “Loucura e Obsessão”, Manoel Philomeno traz-nos o caso de Ânderson, que estava sendo tratado no terreiro de Umbanda, dirigido espiritualmente por Emerenciana. Ânderson se enquadrava no diagnóstico médico de autismo, tal seu estado de introspecção e fuga da realidade. Dr. Bezerra diagnostica processo auto-obsessivo, cuja gênese está em carpir intensa atividade mental em faixas do crime e da viciação, cometendo delitos que podem ser ocultados de todos, exceto da consciência que os registra e exige reparação. Transmite ao cérebro essa realidade, gerando circuitos cerebrais que aniquilam a polivalência das idéias. Tais são os processos depressivos graves, sem resposta terapêutica, por que o cérebro apenas transmite os fenômenos do Espírito adoentado.


No caso em questão, Ânderson buscava sôfregamente o refúgio de seu castelo celular para não enfrentar a própria consciência que acusava, agravado pela presença de cobradores espirituais.


Quando o processo se dá pela interferência obsessiva, geralmente o Espírito interferente logra atingir seus resultados pela sintonia que faz com sua vítima.


Numa rememoração rápida, Allan Kardec classificou a obsessão, conforme sua intensidade, em simples, fascinação e subjugação. André Luiz afirma que os processo de fascinação e subjugação podem ser agravados por fenômeno de vampirização.


O mecanismo que leva à fascinação e à subjugação é apresentado pelo Dr. Bezerra de Menezes, que o subdivide em duas fases distintas, desfalecimento e arrastamento.


Na fase de desfalecimento, o que ocorre é reação advinda da concessão a um mal que subjugava intimamente. Nesse caso, um homem bom, tinha nos seios da alma uma paixão que subjugava e, um dia, por circunstância imprevista, foi por ela arrebatado. Despertado após o mal já cometido, tenta encobrir a falta ao invés de vomitar o veneno, instalando em si o germen do desequilíbrio.


Com o abrir as portas da invigilância os maus Espíritos, é incitado a saciar a sede da paixão represada, porém não o obtém senão às custas de um mergulho profundo. Se começa tremendo, vai envolvendo-se mais e mais, até o total rompimento com os valores que cultivava. Isso é o arrastamento.


Na fase de arrastamento, está de todo vulnerável, as defesas acaso erguidas baixam-se e pode, finalmente, ser atingido por inimigos de outrora, que se tornam empedernidos cobradores, buscando tirar muito mais do que deram, em vingança cruel. Outras vezes, se torna joguete de Espíritos cruéis, que o utiliza como um mero servo de seus desejos, escravizando-o em vampirizações cruéis.


Quem não se lembra do jovem candidato à mediunidade, apresentado por André Luiz em “Os Missionários da Luz”, que traz em seu centro de força genésico duas entidades vampirizadoras, acopladas parasiticamente pela sintonia dos lupanares?


Certa ocasião, foi encaminhado ao nosso Grupo de Desobsessão, jovem, masculino, alcóolico, que apresentava distúrbios da conduta sexual, manifestada por travestismo e prostituição. Buscando auxiliá-lo, em técnica de desdobramento, o médium Z detectou entidade espiritual de aspecto degenerado, de formas esquálidas, como se fosse um corpo mumificado, segurando em sua mão algo semelhante a uma garrafa, fixado ao paciente através do centro genésico. Após intervenção dos dirigentes espirituais na remoção do ser oportunista, houve acentuada melhora do paciente, que até hoje não cumpriu a promessa de retornar ao grupo.


Devemos, também, abordar os casos de loucura decorrentes de alterações funcionais do cérebro que se dão em função de processos expiatórios, decorrentes das faltas cometidas pelo que hoje padece.Nesses casos, como o Espírito culpado gera vítimas, pode-se associar quadros obsessivos que atuam como complicadores da doença.


Quando o Dr. Bezerra de Menezes foi solicitado a acompanhar o caso de Carlos, conforme está no livro “ Loucura e Obsessão”, o paciente, de vinte anos, há oito padecia de esquizofrenia do tipo catatônica. O bondoso médico deu o diagnóstico como correto, mas questionou o prognóstico. Além da realidade cerebral, a realidade espiritual de Carlos mostrava agravante quadro obsessivo, complicador de seu resgate expiatório.


O paciente sofria todos os processos orgânicos da doença grave, mas a influência obsessiva perturbava-lhe as funções do sangue, gerando anemia e carências várias.


Tanto nos casos de obsessão de longo curso, como de loucura agravada por subjugação, o cérebro pode sofrer consequências danosas, o que torna a cura complexa e de difícil curso.


O sofrimento imposto pela doença, gerada pelo Espírito, que imprime em seu perispírito os transtornos consequentes às faltas perpetradas, refletidas nas alterações sobre os centros de força nos casos expiatórios, ou em transtornos auto-obsessivos, bem como nos processo de subjugação pelo arrastamento, pode levar o cérebro a processo demenciais.


Isso porque, nos casos expiatórios, os centros de força estão desorganizados, reflexo das faltas passadas e da culpa assumida pelo Espírito. Nos casos de subjugação, a emanação fluídica do Espírito obsessor atua diretamente sobre o perispírito da vítima, também fazendo com que o fluxo energético entre os centros de força não se dê de modo adequado. Nos processos auto-obsessivos, há excessiva contração dos chakras afetados.






Tratamento Espírita da Loucura






Uma vez que tentei tratar de tema tão complexo, vasto, difícil, que é a visão espírita das causas da loucura, o que poderíamos esperar de um tratamento genuinamente espírita?


Nos casos onde há a intervenção médica, as substâncias recomendadas devem ser ministradas. No caso de Carlos, Dr. Bezerra não desaconselha o tratamento médico. Isso porque os anti-psicóticos trazem alívio ao cérebro excitado, diminuem os ricos decorrentes das atitudes bizarras e condutas inapropriadas. Depois, aprimoram, no que é possível, o instrumento já avariado em seus circuitos, ainda que não conseguindo atingir o agente causaldo distúrbio, que é o Espírito.


Ao tratar da terapia espírita da loucura, o sábio Bezerra de Menezes propõe:


fluidoterapia intensiva: Carlos era submetido, pelos Espíritos, a fluidoterapia quatro vezes ao dia;


terapia ocupacional, voltada para o próximo, em atividades de benemerência, que visam despertar o ser eterno e fazê-lo granjear méritos que aliviarão suas dívidas a serem resgatadas;


desobsessão, que visa moralizar o Espírito obsessor, não pela repressão, mas pelo convite ao perdão como instrumento da própria liberação;


moralização do paciente, que tem por objetivo despertá-lo para os erros cometidos e para a necessidade de renovar-se pela prática do bem.


Nesse ponto, poderíamos questionar como moralizar um louco? É o que questiona o próprio Bezerra de Menezes, para depois responder que o faz através da evocação do Espírito encarnado, fato esse que não se faz sem risco de mistificação, exigindo a mais alta seriedade de propósitos e profundo senso crítico e conhecimento profundo dos mecanismos da obsessão.


A proposta terapêutica espírita é absolutamente uma terapia moral. Desconsideremos aqui o conceito de moral como costumes aceitos, mas ressaltemos moral como conduta de elevação espiritual. Por isso, diferentemente de Pinel, a terapia a ser empregada não é repressora, pelo contrário, visa libertar o doente das amarras através do esclarecimento, do convite à prática de atividades de benemerência, do envolvimento daqueles que, antes de serem tratados por Espíritos obsessores, são seres como nós, que merecem nossa atenção e nosso carinho.


Certa ocasião, em desdobramento fisiológico, fui conduzido ao Sanatório Espírita de Anápolis, para uma praça que não tem equivalência física. Encontrei Justino, um paciente psicótico crônico, cuja família não o suporta, mas que sempre mantive animado relacionamento. Ele estava sério, não tinha a fácies de alienação, mas seu olhar era de uma lucidez que jamais vi em Justino. Se aproximou mais e mostrou-me uma cena em que ele protagonizava um desequilibrado, como o era na realidade cotidiana dessa existência. Disse-me que era louco por imposição da corrigenda, que sofria muito, como Espírito, vivenciar tudo aquilo, as experiências como um celerado.


Desde aquele dia, percebi que Justino não era doente, era um ser como qualquer um de nós, ele tinha alma. Suas dificuldades, oriundas de pesada expiação, por certo não encontrariam alívio imediato nessa existência, e lembrei-me do amigo Bezerra de Menezes, que dava apenas o que tinha de si, o amor.


Quando diante de irmãos em expiações pelos corredores da alienação, lembremos da Dra. Kübler-Ross que, nomeada psiquiatra numa instituição que abrigava psicóticos crônicos, ofereceu a eles amor, e, aos poucos, eles foram recobrando a lucidez que lhes era ainda possível, mas o suficiente para retornarem aos seus lares.




ALGUNS MEDIUNS CONHECIDOS
 GERSON SIMÕES MONTEIRO
 FRANCISCO CANDIDO XAVIER

DIVALDO FRANCO



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