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terça-feira, 8 de março de 2011

SUICIDIO


Suicídio, do latim sui (próprio) e caedere (matar), é o ato intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum é um transtorno mental que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas. Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um fator significativo.







Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a décima causa de morte no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade. Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não-fatais a cada ano em todo o mundo.






As interpretações acerca do suicídio tem sido vistas pela ampla vista cultural em temas existenciais como religião, filosofia, psicologia, honra e o sentido da vida. Albert Camus escreveu certa vez: "O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia."[carece de fontes?] As religiões abraâmicas, por exemplo, consideram o suicídio uma ofensa contra Deus devido à crença religiosa na santidade de vida. No Ocidente, foi muitas vezes considerado como um crime grave. Por outro lado, durante a era dos samurais no Japão, o seppuku era respeitado como uma forma de expiação do fracasso ou como uma forma de protesto. No século XX, o suicídio sob a forma de autoimolação tem sido usado como uma forma de protestar, enquanto que na forma de kamikaze e de atentados suicidas como uma tática militar ou terrorista. O Sati é uma prática funerária hindu no qual a viúva se auto-imola na pira funerária do marido, quer voluntariamente ou por pressão da famílias e/ou das leis do país.






O suicídio medicamente assistido (Eutanásia, ou o "direito de morrer") é uma questão ética atualmente muito controversa que envolve um determinado paciente que esteja com uma doença terminal, ou em dor extrema, que tenha uma qualidade de vida muito mínina através de sua lesão ou doença. Para alguns, o auto sacrifício geralmente não é considerado suicídio, uma vez que o objetivo não é matar a si mesmo mas salvar outrem.



















Não há nenhuma declaração específica sobre suicídio na Bíblia!










A não ser que tenhamos o mandamento "não matarás" como uma declaração de atentado contra a própria vida, o que ficaria implicitamente entendido do ato suicida. Porém, permanece o fato das Escrituras nada dizer sobre os suicidas, nem a priori e nem a posteriore.










A "idéia" de atentar contra a própria vida não é nem ventilada entre os personagens bíblicos. A própria angústia experimentada por alguns personagens bíblicos como no caso de Elias que pediu a que Deus levasse a sua alma, ou como no caso de Jó, que amaldiçoou o dia em que nasceu, nos sugere o quanto esta "hipótese de fuga" da realidade estava descartada deles atentarem contra si mesmos. Só Deus, o autor de toda a vida, tinha esse direito. Eles podiam ser tudo, menos suicida!










Porém, há na Bíblia quatro narrativas de personagens que cometeram suicídios e que mesmo assim, seus motivos ficaram bem explícitos em razão do ato cometido. Vejamos:










SANSÃO: (Juizes 16:30) Não houve intenção de se matar sem um propósito. Sansão era um guerreiro valente e solitário; houve uma estratégia de combate pessoal onde sua morte mataria mais opressores filisteus que ele mesmo matou em toda a sua vida. Era o ápice de uma peleja solitária que marcou toda a sua vida contra os vizinhos opressores.










SAUL: (I Samuel 31:5) O ato do rei foi um gesto de orgulho pessoal de um soldado-líder. Saul sabia que o seu reinado havia chegado ao fim. Seu estado de confusão mental era enorme e que piorou no campo de batalha. Ali, num fim de combate, tirar a vida se lançando sobre sua própria espada, foi a única saída honrosa que encontrou.










AITOFEL: ( II Samuel 17:23 ) Mais sábio que os conselheiros do filho do rei, na ocasião, ao ser ignorado, Absalão seria derrotado, presumindo exatamente o vexame que iria enfrentar em relação a Davi, Aitofel preferiu então se matar.










JUDAS: (Mateus 27:5) - O caso clássico mais comentado e tido como um referencial de perdição e destino final ao inferno.


Jesus chamou Judas de "o filho da perdição". De alguma maneira Jesus sabia que Judas ia se perder. Essa denominação de Jesus a Judas pode ter dois significados: Judas não seria alcançado com o perdão e restauração como aconteceu com Pedro em função de seu ato desesperado e premeditado. Não daria tempo; Judas se enforcaria, e com seu estado mental de remorso, não se conseguiria trazê-lo de volta ao sentimento de perdão e graça. A presença do diabo é marcante e reveladora nos episódios em que se manifesta o ato de traição de Judas (João 17:12). Seu estado de perdição se converteu numa perdição mental, fisica e espiritual.










Quanto aos dias de hoje, as razões que levam uma pessoa a cometer tal atentado contra a própria vida, não nos cabe nenhum tipo de julgamento. As religiões ditas cristãs - o catolicismo, o espiritismo e o protestantismo - dogmatizaram o suicida como um ser condenado e supostamente perdido e vagueante por toda a eternidade mas a Bíblia nada tem a dizer sobre isso. Só Deus conhece os momentos finais e o estado mental de uma pessoa no momento de grande violência contra si mesmo. Não acredito que todo suicida "se perdeu por toda a eternidade". A misericórdia de Deus vai além dos nossos dogmas e julgamentos.










Subjetivamente, a humanidade toda é suicida. Até mesmo nesse exato momento.










Reinaldo de AlmeidA

SUICIDIO NA VISÃO ESPIRITA




Suicídio




















Suicídio - É possível amenizar os sofrimentos de suas vítimas?"






A bênção de um corpo, ainda que mutilado ou disforme, na Terra, é como preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons do nosso Planeta".






"Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem"?






O de viver






"Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal." Se o homem não tem o direito de tirar a vida do próximo, e sim dever de amá-lo "como a si mesmo", muito menos tem o de eliminar a própria vida. Sobretudo para respeitar o quinto mandamento, que preceitua: "não matarás"! .






No momento de desespero, os suicidas não entendem que não há mal que o tempo não cure. E acolhem obsessores cruéis, implacáveis, que os conduzem à queda e, aos poucos, os submetem à sua vontade doentia, rancorosa. Não refletem sobre a dor que seu gesto extremo causará naqueles que os amam, não levam em conta seus desdobramentos sobre os que ficam e que são outras tantas vítimas de seu ato impensado: familiares e amigos, dos dois planos da Vida. Só tardiamente lamentam esse esquecimento. No entanto imaginamos quão pungentes dores advêm a essas almas, quando sensíveis e amorosas: para os corações das mães, dos pais, esposos, filhos, irmãs, irmãos, ou dos diletos amigos! É dor amarga, atroz, de todos os momentos, que só o tempo, a prece, a prática do bem e a ação de Espíritos nobres conseguem suavizar. A Doutrina Espírita é, também para eles, farta em consolações, indicando meios que aliviam sofrimentos, abreviam provas, serenam as almas dos que foram e dos que ficaram.






Todos eles podem, "aviando as receitas" que o espiritismo prega ajudarem-se, eliminando do coração, da mente, a angústia; e amparar os que partiram. Abre ela os caminhos à fé e à misericórdia infinita de Deus, pela oração sincera e a prática do bem incessante - enfim, da Caridade, melhor prece que se eleva da Terra aos Céus! É-nos informado por um mentor espiritual (Espírito Camilo Cndido Botelho, pela médium Yvonne A. Pereira, no livro "Memórias de um Suicida") "Consola saber que a doce mãe de Jesus é o Espírito sublime que se compadece dos suicidas e lhes estende as mãos; que a "Legião dos Servos de Maria" socorre os Espíritos enfermos que partiram voluntariamente da Terra, conduzindo-os ao "Hospital Maria de Nazaré", onde são medicados, reeducados e preparados para reencarnações reparadoras! A agressão ao corpo físico lesa também o corpo espiritual, denominado pelo Apóstolo Paulo de "corpo celestial" que Allan Kardec chamou de perispírito. É ele a matriz que vai registrar, nos corpos das encarnações subseqüentes, o resultado dessas lesões, na forma de enfermidades dificilmente curáveis. É preço a pagar pela rebeldia aos desígnios celestes, pelo mau uso do livre-arbítrio.






No livro "Religião dos Espíritos", Emmanuel, comentando no capítulo Suicídio a questão 957 de "O Livro dos Espíritos", assinala que "os resultados dos suicídios não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os desequilíbrios com impositivos de reajuste em existências próximas." E relaciona enfermidades que, como conseqüência do suicídio, a Lei impõe aos rebeldes. Como se segue na continuidade. Quem lê os livros assinalados ou a obra "O Céu e o Inferno" (no Capitulo V da 2ª Parte há depoimentos de Espíritos suicidas, comentados por Kardec), ou, ainda, "O Livro dos Espíritos", sobretudo as questões de números 943 a 957, jamais pensará em atentar contra a própria vida. Ao contrário, passará a oferecer preces e a praticar o bem, em favor daqueles que caíram nesse erro lastimável.






Se a muitos assusta a revelação dos sofrimentos atrozes porque passam os suicidas, não apenas no plano espiritual, mas nas reencarnações reparadoras - especialmente àqueles que, ingenuamente, alimentam a ilusão de que o perdão de Deus tudo suprime de forma mágica, instantnea -, também nos conscientiza, a todos, do dever que nos cabe de valorizar o corpo de carne, de evitar o suicídio, divulgando a Verdade, consolando e encorajando os aflitos, salientando o valor da prece como sustentáculo nas provas ou como recurso e lenitivo intercessores, em favor dos que caíram, consumando o ato trágico, doloroso. Os Espíritos nos advertem das provações a que são conduzidos os que, frágeis, tentam fugir da vida. Mas Deus sempre nos dá os meios de superar dificuldades, por maiores sejam elas. Se, extraordinários esses sofrimentos, maior ainda é o amor de Deus, que renova a todos oportunidades de reconstrução do equilíbrio.






Um espírito consolando um suicida, afirma-lhe:






"Nos maiores abismos, há sempre lugar para a esperança". Não se deixe dominar pela idéia da impossibilidade. Pense na renovação de sua oportunidade, medite na grandeza de Deus. Transforme o remorso em propósito de regeneração.






"Os trabalhos de auxílio fraterno geralmente são iniciados através de orações de parentes desolados." Vamos ter animo. Se essas idéias nos vierem à mente; ou se familiar ou amigo partiu da Terra por esse meio, que não elimina a vida, mas acarreta dores atrozes e o remete a provas superiores àquelas de que tenta fugir, recorramos à oração sincera e à prática do bem. Resignemos e aprendamos a confiar-agindo-orando-amando-renunciando-abatendo o orgulho e aceitando a pobreza, se perdermos a fortuna, ou a pessoa amada, por morte, abandono, ou outro motivo; submetendo-nos às provações, que breve passam. Todas as circunstncias se modificam. No próximo minuto ou no amanhã, surgem oportunidades para superar obstáculos aparentemente intransponíveis e as rudes provas. Confiar, fazendo o melhor de nós.






Oremos pelos suicidas, e por outros sofredores, compadecendo-nos de suas dores, sem condená-los. É o que nos diz o amoroso mentor Emmanuel, na obra "Escrínio de Luz", estimulando-nos, encorajando-nos a superar provas, que são "material educativo do templo em que nos asilamos".






Esclarecimentos






"Todos os suicidas, sem exceção, lamentam o erro praticado e são acordes na informação de que só a prece alivia os sofrimentos em que se encontram e que lhes pareciam eternos." A prece é instrumento que atrai alívios celestes, que descem dos Céus à Terra, aliviando,banindo dores! A prece e a fé são alavancas que alevantam os caídos nos caminhos da evolução. Recorram, pois, aqueles que sofrem esse drama, à prece e, sobretudo, à amorosa intercessão da Mãe Celestial! Santo Agostinho






"Se soubésseis quão grande bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! A prece! Ah! Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus".






Há seguimentos religiosos, que se apõem a posição de que tudo aquilo que nos recomenda a Doutrina de Jesus, que negam a prece aos "mortos" - conforme ensina lacrada está para sempre a sua sorte: esquecidas de que a misericórdia do Pai estimula a fraternidade e se compadece dos caídos e os busca, para os erguer; outras se recusam a orar pelos suicidas - sofredores dos mais necessitados e aos quais a prece alivia - ou, mesmo, a sepultá-los no "campo santo", como se houvesse no Universo região que não seja obra do Pai de Amor e, portanto, sagrada -; ou que as sábias Leis Divinas se submetessem à ignorncia, ao arbítrio dos homens. "Deus é Amor" e esse Amor é expresso em tudo. A Doutrina Espírita esclarece as mentes e evita o suicídio, além de contribuir para a recuperação do equilíbrio tanto daqueles que está com a idéia de tentar fugir à vida, quanto daqueles que realizaram esse ato dramático, além de consolar as 'vítimas' que ficaram: Conhecer, estudar, divulgar seus ensinamentos, é a melhor forma de se evitar suicídios; de orientar e consolar familiares e amigos; pois fala aos corações com o depoimento vivo dos que tentaram fugir de problemas, mergulhando em dores inimagináveis; assim como daquilo que os alivia e favorece: a oração. Em nenhuma hipótese se justifica o gesto impensado de atentar contra a própria vida. Só a ignorncia, a falta de fé em Deus, na Sua bondade, pode levar a criatura a se rebelar contra seus desígnios.






Mentores da Espiritualidade afirmam que suicidas continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre , em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio , sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias , a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na nsia de desertar da vida, a passagem pelas águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e , comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar , minuto a minuto , o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra , verminado e apodrecido.






De todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto aos homens, sem a luz da misericórdia.
O Suicida do Trem












Livro: O Semeador de Estrelas


Suely Caldas Schubert


Relato do Divaldo Franco


















Eu nunca me esquecerei que um dia havia lido num jornal acerca de um suicídio terrível, que me impactou: um homem jogou-se sobre a linha férrea, sob os vagões da locomotiva e foi triturado. E o jornal, com todo o estardalhaço, contava a tragédia, dizendo que aquele era um pai de dez filhos, um operário modesto.






Aquilo me impressionou tanto que resolvi orar por esse homem.






Tenho uma cadernetinha para anotar nomes de pessoas necessitadas. Eu vou orando por elas e, de vez em quando, digo: se este aqui já evoluiu, vou dar o seu lugar para outro; não posso fazer mais.






Assim, coloquei-lhe o nome na minha caderneta de preces especiais - as preces que faço pela madrugada. Da minha janela eu vejo uma estrela e acompanho o seu ciclo; então, fico orando, olhando para ela, conversando. Somos muito amigos, já faz muitos anos. Ela é paciente, sempre aparece no mesmo lugar e desaparece no outro.






Comecei a orar por esse homem desconhecido. Fazia a minha prece, intercedia, dava uma de advogado, e dizia: Meu Jesus, quem se mata (como dizia minha mãe) "não está com o juízo no lugar". Vai ver que ele nem quis se matar; foram as circunstncias. Orava e pedia, dedicando-lhe mais de cinco minutos (e eu tenho uma fila bem grande), mas esse era especial.






Passaram-se quase quinze anos e eu orando por ele diariamente, onde quer que estivesse.






Um dia, eu tive um problema que me fez sofrer muito. Nessa noite cheguei à janela para conversar com a minha estrela e não pude orar. Não estava em condições de interceder pelos outros. Encontrava-me com uma grande vontade de chorar; mas, sou muito difícil de fazê-lo por fora, aprendi a chorar por dentro. Fico aflito, experimento a dor, e as lágrimas não saem. (Eu tenho uma grande inveja de quem chora aquelas lágrimas enormes, volumosas, que não consigo verter).






Daí a pouco a emoção foi-me tomando e, quando me dei conta, chorava.






Nesse ínterim, entrou um Espírito e me perguntou:






- Por que você está chorando?






- Ah! Meu irmão - respondi - hoje estou com muita vontade de chorar, porque sofro um problema grave e, como não tenho a quem me queixar, porquanto eu vivo para consolar os outros, não lhes posso contar os meus sofrimentos. Além do mais, não tenho esse direito; aprendi a não reclamar e não me estou queixando.






O Espírito retrucou:






- Divaldo, e seu eu lhe pedir para que você não chore, o que é que você fará?






- Hoje nem me peça. Porque é o único dia que eu consegui fazê-lo. Deixe-me chorar!






- Não faça isto - pediu. - Se você chorar eu também chorarei muito.






- Mas por que você vai chorar? - perguntei-lhe.






- Porque eu gosto muito de você. Eu amo muito a você e amo por amor.






Como é natural, fiquei muito contente com o que ele me dizia.






- Você me inspira muita ternura - prosseguiu - e o amo por gratidão. Há muitos anos eu me joguei embaixo das rodas de um trem. E não há como definir a sensação da eterna tragédia. Eu ouvia o trem apitar, via-o crescer ao meu encontro e sentia-lhe as rodas me triturando, sem terminar nunca e sem nunca morrer. Quando acabava de passar, quando eu ia respirar, escutava o apito e começava tudo outra vez, eternamente. Até que um dia escutei alguém chamar pelo meu nome. Fê-lo com tanto amor, que aquilo me aliviou por um segundo, pois o sofrimento logo voltou. Mais tarde, novamente, ouvi alguém chamar por mim. Passei a ter interregnos em que alguém me chamava, eu conseguia respirar, para agüentar aquele morrer que nunca morria e não sei lhe dizer o tempo que passou. Transcorreu muito tempo mesmo, até o momento em que deixei de ouvir o apito do trem, para escutar a pessoa que me chamava. Dei-me conta, então, que a morte não me matara e que alguém pedia a Deus por mim. Lembrei-me de Deus, de minha mãe, que já havia morrido. Comecei a refletir que eu não tinha o direito de ter feito aquilo, passei a ouvir alguém dizendo: "Ele não fez por mal. Ele não quis matar-se." Até que um dia esta força foi tão grande que me atraiu; aí eu vi você nesta janela, chamando por mim.






- Eu perguntei - continuou o Espírito - quem é? Quem está pedindo a Deus por mim, com tanto carinho, com tanta misericórdia? Mamãe surgiu e esclareceu-me:






- É uma alma que ora pelos desgraçados.






- Comovi-me, chorei muito e a partir daí passei a vir aqui, sempre que você me chamava pelo nome.






(Note que eu nunca o vira, face às diferenças vibratórias.)






- Quando adquiri a consciência total - prosseguiu ele - já se haviam passado mais de catorze anos. Lembrei-me de minha família e fui à minha casa. Encontrei a esposa blasfemando, injuriando-me: "- Aquele desgraçado desertou, reduzindo-nos à mais terrível miséria. A minha filha é hoje uma perdida, porque não teve comida e nem paz e foi-se vender para tê-los. Meu filho é um bandido, porque teve um pai egoísta, que se matou para não enfrentar a responsabilidade.






Deixando-nos, ele nos reduziu a esse estado."






- Senti-lhe o ódio terrível. Depois, fui atraído à minha filha, num destes lugares miseráveis, onde ela estava exposta como mercadoria. Fui visitar meu filho na cadeia.






- Divaldo - falou-me emocionado - aí eu comecei a somar às "dores físicas" a dor moral, dos danos que o meu suicídio trouxe. Porque o suicida não responde só pelo gesto, pelo ato da autodestruição, mas, também, por toda uma onda de efeitos que decorrem do seu ato insensato, sendo tudo isto lançado a seu débito na lei de responsabilidades. Além de você, mais ninguém orava, ninguém tinha dó de mim, só você, um estranho. Então hoje, que você está sofrendo, eu lhe venho pedir: em nome de todos nós, os infelizes, não sofra! Porque se você entristecer, o que será de nós, os que somos permanentemente tristes? Se você agora chora, que será de nós, que estamos aprendendo a sorrir com a sua alegria? Você não tem o direito de sofrer, pelo menos por nós, e por amor a nós, não sofra mais.






Aproximou-se, me deu um abraço, encostou a cabeça no meu ombro e chorou demoradamente. Doridamente, ele chorou.






Igualmente emocionado, falei-lhe:






- Perdoe-me, mas eu não esperava comovê-lo.






- São lágrimas de felicidade. Pela primeira vez, eu sou feliz, porque agora eu me posso reabilitar. Estou aprendendo a consolar alguém. E a primeira pessoa a quem eu consolo é você.












































Suicídio Intencional










Livro: Religião dos Espíritos - pg. 119


Emmanuel & Francisco Cndido Xavier






No suicidio intencional, sem as atenuantes da moléstia ou ignorncia, há que considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através da premeditação mais profunda, com remorso mais amplo.






Atormentada de dor, a consciencia desperta no nível de sombra a que se precipitou, suportando compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria, pelo tempo indispensável à justa renovação.






Contudo, os resultados não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os desequilibrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com impositivos de reajuste em existencias próximas.






É assim que após determinado tempo de reeducação,nos círculos de trabalho fronteiriços da TERRA, os suicidas são habitualmente reinternados no plano carnal, em regime de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições.






Ser-nos-á fácil, desse modo, identificá-los, no berço em que repontam, entremostrando a expiação a que se acolhem.






Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afeccões valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas,tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo;os que se asfixiaram,seja do leito das aguas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias,como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos disturbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil;os que estilhaçaram o crnio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa.






Segundo o tipo de suicidio, direto ou indireto, surgem as distonias organicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas,inclusive a mutilação e o cancer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapeutica providencial na cura da alma.






Junto de semelhantes quadros de provação regenerativa, funciona a ciência médica por missionária da redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham.






Guarda, pois, a existencia como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus.































 










Mensagem do Mundo Espiritual - A Jovem suicida












Fonte: Busca e Acharás - Agosto de 2000


Espírito V. M.


















"O egoísmo traz em si seu próprio castigo" Léon Denis - Livro "Depois da Morte"






Como aluna da USP, me sentia uma pessoa privilegiada e vencedora.






Tinha um grupo grande e amigos que me incensava a vaidade, e que em festas sucessivas me levava às primeiras experiências com LSD.






Como eu passava longo tempo fora do lar, com justificativa de estudo em grupo, meus pais nunca se deram conta do meu vício. Mergulhei durante um ano em secretas viagens alucinatórias. Era usar o ácido e os rostos se deformavam. Via flores gigantes, pássaros coloridos de plumagens belas e, às vezes, caras tortas, deformadas e contorcidas. Era a pior face do vício.






Surgiu então, em meu caminho, um novo colega, o tipo careta, bonzinho, ajuizado. A atração que sentimos foi muito forte e, embora sabendo que eu era desajustada, apoiava-me e impedia-me, às vezes, de participar de cenas.






Como eu não me dispunha de mudar de vez, e a trocar de companhias, ele terminou o namoro às vésperas de um feriado longo. Chorei muito.






Esperava que ele retornasse pela força do nosso amor. Viajei com a turma para Guarujá, mais para desforrar a viagem que ele fizera para o interior, onde morava antiga namorada dele.






Minha família se preocupou com minha depressão. Ignorava que o rompimento era por eu não romper com as drogas. Na praia mergulhei fundo em bebida alcoólicas e LSD.






Uma tarde, no apartamento, todos viajando, cada um a seu modo, vi um “anjo” que me chamava na janela.






Comecei a gritar eufórica. Os amigos me seguravam, mas me desvencilhei deles e mergulhei solta no espaço.






Não havia anjo, havia ácido no meu cérebro.






Tudo isso ocorreu em 1970. Meu namorado soube depois. Ele foi acusado de ser o culpado do meu suicídio.






Todos queriam salvar a própria pele e diagnosticaram como forte depressão o que era alucinação.






Ele aceitou a situação sem se defender e manchar o meu nome. Fiquei como a pobre coitadinha e não como uma irresponsável que não soube agradecer tudo de grandioso que recebeu em oportunidades da vida.






Sofri muito no Plano Espiritual. Monstros me acompanhavam, seres em decomposição, cheiro fétido envolvia em gases peçonhentos tudo que me cercava.






Quando amparada pelo meu pai, que sofrera um enfarte e viera para o Plano Espiritual, oito anos depois da minha partida, me reajustei, e a grande verdade veio à tona.






Me dirijo aos jovens. Minha família está bem, mas muitos jovens como eu estão dando os primeiros passos na estrada do auto-extermínio.






Detenham-se enquanto podem recuar. A realidade da vida é bela, e vocês não terão como vivê-la se drogando.






Detenham os passos nessa senda destruidora, nessa fogueira que queima nossa saúde, nossos sonhos, nossas vidas.






Vida, sempre!






Drogas, não!


Prevenção contra o suícidio








Livro: Pronto Socorro


Emmanuel & Francisco Cndido Xavier






Se a idéia perniciosa continua a torturar-te, mesmo que te sintas doente, refugia-te no trabalho possível, em que te mostres útil aos que te cercam.






Quando a idéia de suicídio, porventura, te assome à cabeça, reflete, antes de tudo, na Infinita Bondade de Deus, que te instalou na residência planetária, solidamente estruturada, a fim de sustentar-te a segurança no Espaço Cósmico.






Em seguida, ora, pedindo socorro aos Mensageiros da Divina Providência.






Medita no amor e na necessidade daqueles corações que te usufruem a convivência. Ainda que não lhes conheças, de todo, o afeto que te consagram e embora a impossibilidade em que te reconheces para medir quanto vales para cada um deles, é razoável ponderes quantas lesões de ordem mental lhes causarias com a violência praticada contra ti mesmo.






Se a idéia perniciosa continua a torturar-te, mesmo que te sintas doente, refugia-te no trabalho possível, em que te mostres útil aos que te cercam.






Visita um hospital, onde consigas avaliar as vantagens de que dispões, em confronto com o grande número de companheiros portadores de moléstias irreversíveis.






Vai pessoalmente ao encontro de algum instituto beneficente, a que se recolhem irmãos necessitados de apoio total, para os quais alguns momentos de diálogo amigo se transformam em preciosa medicação.






Lembra-te de alguém que saibas em penúria e busca avistar-te com esse alguém, procurando-lhe aliviar a carga de aflição.






Comparece espontaneamente aos contatos com amigos reeducandos que se encontram internados em presídios do seu conhecimento, de maneira a prestares a esse ou aquele algum pequenino favor.






Não desprezes a leitura de alguma página esclarecedora, capaz de renovar-te os pensamentos.






Entrega-te ao serviço do bem ao próximo, qualquer que ele seja e faze empenho em esquecer-te, porque a voluntária destruição de tuas possibilidades físicas, não só representa um ato de desconsideração para com as bênçãos que te enriquecem a vida, como também será o teu recolhimento compulsório à intimidade de ti mesmo, no qual, por tempo indefinível, permanecerás no envolvimento de suas próprias perturbações.
Irmão Francisco Portugal












Livro: Lindos Casos de Chico Xavier


Ramiro Gama






Nosso prezado irmão Francisco Portugal sentara-se a nosso lado e dizia-nos, entristecido, não ter ainda uma possibilidade para abraçar o Chico e falar-lhe. E, em virtude de ver tanta gente na Sessão e em redor do Médium, calculava que seu desejo não seria satisfeito.






Teria de assistir à Sessão e regressar no sábado à Petrópolis, onde reside, sem ao menos receber algo de que carecia, principalmente com relação a um irmão desencarnado.






Rápido como um relmpago, o Chico captou o anseio do seu Irmão, pois, deixando de lado alguns Amigos, já atendidos, chegou-se perto de nós e disse:






- Irmão Portugal, então, você pensava que não o abraçaria, que não o tinha visto! Está enganado, você, como outros Irmãos, está também dentro de meu coração.






Nosso caro Irmão Portugal chorou de emoção.






Depois da Sessão, o Chico lhe deu uma Mensagem que recebeu.






Mais se comoveu, o nosso irmão de Petrópolis, pois era de seu Irmão desencarnado, que lhe veio contar particularidades de sua vida quando na Terra e agora no Espaço, dando-nos, com isto, uma prova real da sua imortalidade.






Antena de Luz, em verdade, é o caro Chico Xavier, porque sempre suspensa, atraindo de mais Alto a misericórdia de Deus e sentindo, a todo instante, as nossas necessidades de galés, espíritos cheios de dívidas, buscando redenção.






Segue abaixo a Mensagem que o digno Irmão Francisco Portugal recebeu, em 1 de outubro de 1947, em Pedro Leopoldo, de seu Irmão Alfredo Portugal, por intermédio de Francisco Cndido Xavier:






* * *






"Francisco, meu querido irmão, aqui me encontro ao lado de vocês, rogando a Deus que nos ajude e nos abençoe.






Perdoe-me se lhes falo aqui, de alma aberta, decorridos tantos anos sobre a minha forçada libertação.






Sou o peregrino que chega de longe, cansado, desiludido...






Quero esvaziar o cálice do coração, tocado pela nova fé que estou abraçando em seu lar abençoado.






Compadeçam-se de meus pés feridos, de minhas mãos extenuadas, e ajudem-me.






A morte provocada é um caminho doloroso, que nós mesmos povoamos de espinhos.






Dizer-lhes das espessas trevas que atravessei é tarefa impossível.






As palavras da Terra, se não conseguem exprimir o verbo dos anjos, também não expressam a indescritível angústia de todos aqueles que, como eu, penetram a noite do horror.






Se eu pudesse, retornaria agora ao mundo para sentir-me feliz no corpo mais defeituoso da Terra.






A vida mais obscura, nos órgãos mais dolorosamente mutilados, constituiria, para mim, uma bênção e espero que vocês me amparem com o serviço das preces restauradoras.






Graças a Jesus, o orvalho das orações de seu ninho doméstico caiu sobre mim à maneira de chuva suave e benéfica.






Depois de longo tempo nas trevas abismais, com a força que me proporcionaram, emergi da escuridão aflitiva e meus olhos, inflamados de nova luz, vertem lágrimas de esperança, aguardando o novo dia de lutas terrestres...






Derramo lágrimas de renovação, porque compreendo hoje, em companhia de vocês, que a dor é um divino dom de salvação para a eternidade.






Sinto-me edificado porque, entendo na atualidade que o sofrimento é a única força capaz de reerguer-nos para Deus.






E aqui me têm vocês, agradecido e reconfortado, pedindo-lhes cada vez mais zelo na preservação dos tesouros que receberam.






Vocês possuem uma lm­pada que nos faltava noutro tempo.






Guardam, em casa, uma fonte de dádivas imperecíveis.






A paz da alma e a possibilidade de fazer o bem com Jesus, é, realmente, a verdadeira felicidade, agora, e sempre.






Perdoem-me se as minhas visitas, muitas vezes, lhes fizeram sentir indefiníveis amarguras.






Reconheço que Carolina e Jorge, principalmente, registraram, com mais intensidade, a minha presença e, em mais de uma ocasião, se deixaram dominar pela minha influência.






Creiam, porém, que meu espírito permanece transformado e rogo a Deus para que nenhum de vocês, por mais venenosos sejam os espinhos da luta a que foram chamados, jamais se deixem vencer pelas sugestões sombrias da morte provocada.






Abracem a cruz da existência humana com alegria.






As horas efetivamente preciosas da experiência material são aquelas em que podemos provar a nossa fé, o nosso espírito de sacrifício e a nossa vocação de renúncia.






E essas horas não são encontradas entre as flores que persistem apenas por um dia, não se abrem nas cmaras felizes das vidas sem trabalho digno e frutuoso.






Atendamos ao convite divino, aceitando o benéfico desafio do mundo.






Por não recebê-Lo, com serenidade e amor, quase sempre perdemos nossas mais belas oportunidades de evoluir para os lucros efetivos da experiência.






Fujam da tristeza, do desnimo, da desesperação.






Situem a mente no santuário da fé para vencerem os dragões da sombra, que rondam à porta.






Não respirem o clima da invigilncia e agradeçam ao Senhor tantas bênçãos de paz e luz, porque, em verdade, seu lar é uma fonte de graças que devem ser aproveitadas a benefício de muitos.






Agradeço a Carolina, Zoé, Zilda, Jorge, Sylvio e Malena, as alegrias que me despertam na alma.






Vocês receberam de Jesus um depó­sito sagrado e você, meu irmão, é a sentinela desses sublimes dons.






Reduza, quanto estiver ao seu alcance, os problemas que ainda o prendem à luta material mais intensa, para que a bendita claridade do Alto se reflita com brilho sempre mais em seus caminhos.






Sou apagado servidor da verdade, agora, esperando o ensejo de regressar à luta, mas estarei ao lado de vocês, recebendo o conforto de seu auxílio e pronto a colaborar, de algum modo, a fim de reve­lar-lhes alguma coisa de meu infinito reconhecimento."






ALFREDO






* * *






Como vemos, instrutiva e comovedora a Mensagem do irmão de Francisco Portugal, que se suicidara aos 21 anos, por motivos senti­mentais. O Chico ignorava por completo a existência de todos os fatos relatados.






Que sirva ela de lição preciosa para todos nós e para quantos, desanimados com a prova redentora, se deixem vencer pelas sugestões sombrias da morte provocada.








Suicídio sem Dor?








Livro: Temas da Vida e da Morte


Manoel P. de Miranda & Divaldo P. Franco


















A cegueira propiciada pelo materialismo, no momento da defecção da matéria, ora identificada como “energia condensada”, tem levado alguns teóricos das filosofias pessimistas a proporem o suicídio como solução para os dissabores, insucessos e sofrimentos defrontados.






Fórmula de efeitos contrários, apresenta-se simplista, como se fora constituída de elementos mágicos propiciadores para a equação final e definitiva de todos os acontecimentos da vida.






Sonho que se converte em pesadelo inominável, reaparece, na atualidade, sob emulações alucinadas, fascinando os desencorajados na luta e os fracos de resistências morais para os enfrentamentos inevitáveis.






Selecionam e propõem, esses investigadores da ilusão, quais as mais eficazes técnicas para o autocídio sem dor, induzindo as criaturas desnorteadas para o mergulho da consciência no grande sono, com o conseqüente aniquilamento do ser.






Tal comportamento, pelo insólito de que se reveste, demonstra a utopia em que foi transformada a vida e a ausência de finalidade a que foi reduzida.






Tomando o efeito pela causa, pensa-se em suprimir aquele sem alcançar esta, mais complicando a linha das conseqüências, por falta da cessação dos fatores que as desencadeiam.






Malabaristas do imediatismo, esses pensadores acreditam que a morte do corpo significa o fim da existência, desprezando, na sua rebeldia contumaz a ociosidade emocional contínua, todos os fatos probantes de que o ser real e primitivo é o Espírito, sendo o corpo a indumentária que o reveste temporariamente e de que se serve para um fim útil.






Se se detivessem a auscultar a Natureza, diminuindo o tresvario que se permitem, constatariam que o caos e o nada jamais fizeram parte do Cosmo, e que a ordem é a geratriz de todos os fenômenos, causa de todas as ocorrências.






Como efeito, nada ou pessoa alguma foge desse equilíbrio, sendo a fraude e a burla desconhecidas nos soberanos códigos da Criação.






Nada deve justificar o autocídio, porquanto a sucessão das ocorrências muda a cada instante o quadro em que se vive.






O que ora é desgraça, logo cede lugar à esperança; o que se apresenta como dissabor, de imediato se converte em bonança; o que se manifesta como desdita, a seguir se modifica para alegria; o que hoje é dor insuportável, amanhã é dor aceitável...






Passam as horas e alteram-se as circunstncias, gerando novos acontecimentos que mudam a paisagem emocional, física, social, econômica e moral do homem.






Lutar por vencer as vicissitudes é inevitável, desde que a própria injunção biológica é uma constante faina, em que nascimento, morte, transformação e ressurgimento se dão por automatismos na maquinaria fisiológica, ensinando à consciência a técnica do esforço para a preservação da vida.






O pretenso suicida, que consumou a trágica fuga da responsabilidade, jamais se libera, como é natural, dos resultados nefários do seu gesto, sempre tresloucado, por ferir, na agressão furiosa, o mecanismo do instinto de conservação da vida, que governa a existência animal e o possui como fator para sua preservação.






Orgulhoso ou pusilnime, irresponsável ou vão, o suicida não se evade de si mesmo, da sua consciência; torna-se, aliás, o seu próprio algoz cujas penas o gesto lhe impõe e que resgatará em injunções mil vezes mais afligentes do que na forma em que ora se apresentam.






A burla que se permite, através de supostos meios indolores para sofrer a desencarnação, hiberna-o por algum tempo, em espírito, até o momento em que desperta mais vilipendiado e agônico, vivo, estuante de vitalidade, padecendo as camarteladas que a superlativa imprudência provocou.






É óbvio que ninguém ludibria a Consciência Cósmica, que se expressa na harmonia do Universo e vige, pulsante, na consciência humana individual.






Necessário que o homem assuma as responsabilidades da vida e instrua-se nas leis que lhe regem a existência, aprimorando-se e reunindo valores de que possa dispor nos momentos-desafio, a fim de superá-los e reorganizar-se para os futuros cometimentos até o instante em que se lhe encerre o ciclo biológico. Estará, então, liberado da matéria, mas mantido na vida...






Nas aparentes mortes em dor, provocadas pelos que desejam fugir ou esquecer, o sofrimento moral tem início quando se elabora o programa da evasão e jamais se pode prever quando terminará.






A consciência humana é indestrutível, portanto, o suicídio de qualquer espécie é arrematada loucura, um salto no desconhecido abismo da imprevisível desesperação.


















Muita Paz






Gilberto Adamatti
Cinco Lembretes Anti-suicídio












Livro: Palavras Simples, Verdades Profundas


Rita Foelker


















1. A vida não se acaba com a morte. A morte não significa o fim da vida, mas somente uma passagem para outra vida: a espiritual.






2. Os problemas não se acabam com a morte. Elas são provas ou expiações. que nos possibilitam a e, evolução espiritual, quando os enfrentamos com coragem e serenidade. Quem acredita estar escapando dos problemas pela porta do suicídio está somente adiando a sua solução.






3. O sofrimento não se acaba com a morte. O suicídio só faz aumentar o sofrimento. Os Espíritos de suicidas que puderam se comunicar conosco descrevem as dores terríveis que tiveram de sofrer, ao adentrar o Mundo Espiritual, devido ao rompimento abrupto dos liames entre o Espírito e o corpo. Para alguns suicidas, o desligamento é tão difícil, que eles chegam a sentir seu corpo se decompondo. Além disso, há o remorso por ter transgredido gravemente a lei de Deus, perante a qual suicidar-se equivale a cometer um assassinato.






4. A morte não apaga nossas faltas. A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossas consciências até que a reparemos.






5. A Doutrina Espírita propicia esperança consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportamos as provas do presente.














































































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