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terça-feira, 17 de abril de 2012



Crianças doentes
Acalentas nos braços o filhinho robusto
que o lar te trouxe e, com razão,
te orgulhas dessa pérola viva.
Os dedos lembram flores desabrochando,
os olhos trazem fulgurações dos outros,
os cabelos recordam fios de luz e a boca
assemelha-se a concha rosada, em que
os teus beijos de ternura desfalecem de amor.
Guarda-o, de encontro ao peito, por tesouro
celeste, mas estende compassivas mãos
aos pequeninos enfermos que chegam
à Terra como lírios contundidos pelo
granizo do sofrimento.
Para muito deles, o dia claro inda vem
muito longe... São aves cegas que não
conhecem o próprio ninho, pássaros
mutilados esmolando socorro em
recantos sombrios da floresta do mundo!...
As vezes, parecem anjos pregados na cruz
de um corpo paralítico ou mostram no
olhar a profunda tristeza da mente
anuviada de densas trevas.
Há quem diga que devem ser exterminados
para que os homens não se inquietem;
contudo, Deus, que é a bondade perfeita,
no-los confia hoje, para que a vida,
amanhã, se levante mais bela.
Diante, pois, do teu filhinho quinhoado
de reconforto, pensa neles!...são nossos
outros filhos do coração, mendigando
entendimento e carinho, a fim de que se
desfaçam dos débitos contraídos consigo
mesmo... Entretanto, não lhes aguardes
rogativas de compaixão, de vez que, por
agora, sabem tão somente padecer e chorar.
Enternece-te e auxilia-os, quanto possas!...
E, cada vez que lhes ofertes a hora de
assistência ou a migalha de serviço, o leito
agasalhante ou a lata de leite, a peça de
roupa ou a caricia do talco, perceberás
que o júbilo do Bem Eterno te envolve
a alma no perfume da gratidão e na
melodia da bênção
.
Meimei

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