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terça-feira, 1 de março de 2016

NECESSÁRIO E DISPENSÁVEL

                                                          



As indústrias do supérfluo apresentam no mercado da vacuidade um sem-número de produtos desnecessários, que aturdem os indivíduos. 

Estimulados pela propaganda bem elaborada, desejam comprar, mesmo sem poder, o que vêem, o que lhes é apresentado, numa volúpia crescente. 

Objetos e máquinas que são o último modelo, em pouco tempo passam para o penúltimo lugar, até ficarem esquecidos em armários ou depósitos de coisas sem valor. 

No entanto, se não fossem adquiridos, naquela ocasião, a vida perderia o sentido para quem os não comprasse. 

Consumismo é fantasia, transferência do necessário para o secundário. 

O consumidor que não reflete antes de adquirir, termina consumido pelas dívidas que o atormentam. 

Muita gente faz compras, por mecanismos de evasão. 

Insatisfeitas consigo mesmas, fogem adquirindo coisas mortas, e mais se perturbando. 

Enquanto grande número de indivíduos se afogam no oceano do supérfluo, multidões inteiras não possuem o indispensável para uma vida digna. 

Abarrotados, uns, com coisas nenhumas, e outros vitimados por terrível escassez. 

São os paradoxos do século e do comportamento materialista-utilitarista da atualidade. 

Confere a necessidade legítima, antes de te permitires o consumismo. 

Coisas de fora não equacionam estados íntimos. Distraem a tensão por um momento, sem que operem real modificação interior. 

Quando o excesso te visite, reparte-o com a escassez ao teu lado. 

Controla e dirige a tua vontade, a fim de não seres uma vítima a mais do tormento consumista.

* JOANNA DE ÂNGELIS - Psicografia: Divaldo Pereira Franco - Livro: Episódios Diários. 

                                                             



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