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quinta-feira, 23 de junho de 2016

SERVENTIA

                            



O homem moderno deixa a sua alma de tal modo apegada ao dinheiro, não se sabe se o mal maior é possuí-lo ou não tê-lo. Chega a um ponto em que a riqueza e que passa a ser a dona do usuário.
Ao longo deste texto, citarei pensadores, escritores e filósofos buscando, nesse sentido, uma luz maior, mesmo uma ajuda, um esclarecimento à complexidade que o tema se nos apresenta.  
Pondera Bion: Não é porque se tem mais cabelos sobre a cabeça que é menos desagradável sentir arrancá-los. E bem se expressou Diógenes, quando foi informado da fuga do seu único escravo: Sou eu que estou livre.
Na compulsão de adquirir e consumir o que o dinheiro pode comprar o usuário muitas vezes se torna um viciado. Um maníaco mesmo. 
O mal deriva do excesso e termina por nos fazer covardes ante os pequenos infortúnios, os quais, na verdade, se constituem em um bem; pois nos prepara para outros infortúnios maiores.
Falando sobre o rico, a escritora Rachel de Queiroz pondera ser ele: Tão temeroso arrogante e acovardado, astucioso, desconfiado - e tão solitário. Diz ainda que o dinheiro tenha a sua poesia, poesia brutal e direta, mas poesia, sim.
Embora seja um sonho universal, a riqueza em nada acrescenta aos extremos da nossa natureza. 
O corpo e a alma são instrumentos de atualização do espírito. 
Gorgi afiança que o corpo é tão somente um saco de tripas.
A moderação em tudo, independente das posses é o fio. Ligado à tranquilidade da alma. 
Foi bem pensado a conclusão do escritor argentino Jorge Luiz Borges, quando comentou: Ninguém pode provar um copo d’água ou partir um pedaço de pão sem justificativa.
Um mau combate outro mal. 
A posse e a leitura de muitas obras quase sempre sobrecarregam o espírito sem, entretanto, ilustrá-lo. Quem detém uma rica e majestosa estante de livros, corre o risco de se tornar um mero exibidor de volumes, ou um simples leitor de etiquetas.                                                                                             
O corpo é um catre para a alma emocional e o apego demasiado aos bens materiais nos prende ainda mais ao cativeiro.
A eternidade a tudo registra da mesma forma e o tempo é como um grande rio construído de pequenos nada. Na reflexão de Demócrito, a vida é tão somente uma opinião. 
O dinheiro propicia ao pobre engambelar a sua penúria, ao rico ficar mais endinheirado. 
O pecador, a satisfazer os seus desejos e taras e ao santo a praticar as suas caridades. É o denominador comum de tudo que tem valor material.
Bom conselho doutrinário nos dá Marco Aurélio quando ressalta que: Não embeleze os teus pensamentos com a finura; não sejas loquaz nem afanoso. 
E conclui ponderando: Do corpo são as sensações, da alma os instintos, da mente o princípio. Comentando ainda: A paciência seja uma parte da justiça.
E para finalizar, nos adverte o mesmo Marco Aurélio: O que não convém ao enxame, não convém tampouco à abelha.
*Raphael Reis.
                                                                 



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