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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

AS FRONTEIRAS MORAIS DO FUTURO





Alegoricamente, pode estar ocorrendo na Europa atual uma alteração na composição dos elementos que delimitam as fronteiras étnicas do continente. Centenas de milhares de pessoas em regime afoito e ininterrupto, do Oriente Médio e Norte da África principalmente, abandonam seu solo natal encharcado de sangue e violência, e invadem terras estranhas para se livrarem do medo e da perseguição e continuarem vivas. São refugiados que trazem consigo além da roupa do corpo e alguns pertences, a esperança por dias melhores, se espalhando por terras europeias.

Num paradoxo, o estado de guerra e ódio, que jamais abandonou o coração do homem, está fazendo misturar à vida e à cultura consolidadas de muitos países europeus, um contingente humano com características gerais bem diferentes. Estarão esses refugiados com suas línguas nativas, cultura, religião, hábitos e costumes contribuindo para o aparecimento dos germes de uma nova ordem social futura? Esse movimento de massas humanas pelo planeta estaria obrigando nações desenvolvidas e ricas, historicamente dominadoras, a exercitarem a humana solidariedade para com os desgraçados? São meras reflexões.

Nós espíritas sabemos que encarnados e desencarnados formam uma única humanidade. 

E que, embora os encarnados sejam os protagonistas das ações que fazem avançar ou estagnar o mundo, o plano espiritual superior, amparado pela alta justiça, no que tange ao progresso humano, elabora medidas para efetivar os avanços necessários no tempo certo, e homens, comunidades e povos, sob inspiração, concretizam essas medidas.

Ainda no campo das reflexões alegóricas, as linhas que demarcam os territórios dos países europeus estariam começando a ser sutilmente “apagadas” pelos dedos de Jesus, o coordenador do nosso planeta? Creio que Jesus não desistirá, apesar da rebeldia humana, da sua decisão de tocar a alma dos homens, fazendo-os olhar com brandura uns para os outros, enquanto Deus aplica as suas Leis.

Assim que as fronteiras terrestres, num futuro auspicioso, deixarem de ser impeditivas para os homens, os espaços aéreos e marítimos hoje controlados pela mira dos mísseis serão também livres e responsavelmente frequentados pela humanidade unida e pacífica, e a Terra será outra e de todos.

O homem, com o seu livre-arbítrio, julga poder tudo. Tem agido com sanha incontrolável ao longo dos séculos, utilizando o orgulho, o egoísmo e a ambição para conseguir o que quer. Nessa cegueira não consegue ver, objetivamente, a relação entre as suas ações e as consequências desastrosas que afetam a sua existência. É indiferente aos manuais de orientação espiritual que a humanidade tem registrado através dos milênios, mostrando que a fraternidade é um bem essencial para a união e a paz na Terra.

A lei universal de causa e efeito que permeia a vida dos homens se manifesta agora e sempre, em resposta às suas ações. Mas, para muitos, parece não haver uma força descomunal e branda que dirige o mundo. Por habitá-lo e serem livres, os homens pensam que tudo é deles e que por isso não precisam prestar contas. Então dominam, oprimem, dilapidam, perseguem, torturam, matam, provocando desequilíbrio geral.

Contudo, nestes tempos chegados, a Divina Vontade do Deus único começa a se impor sobre os destinos da rebelde e ingrata população da Terra para que as novas fronteiras que distinguirão os povos do futuro sejam apenas alinhavadas pelo traço moral. O amor ligará os seres, que respeitarão as nuances próprias de indivíduos e coletividades. O preconceito, o culto à pátria, o orgulho de raça, o exclusivismo de crença terão desaparecido. E o derramamento de sangue será o horror que os homens farão questão de esquecer para sempre.

Para tanto, as ordens divinas já foram expedidas e o tempo é de mudanças inapeláveis, pois o arbítrio desnaturado do homem tem limites controlados pela justiça de Deus.

O que ocorre hoje na velha Europa, diferente do que já ocorreu em outras épocas e em outros lugares, terá algo a ver com essas reflexões? Ou estas não passam de mera fantasia?

* Claudio Bueno da Silva.



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