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domingo, 19 de outubro de 2014

NÃO ADULES TANTO




A lisonja é campo aberto para o orgulho e a vaidade. Temos outros recursos para incentivar os companheiros de trabalho, livrando-os dos perigos ocasionados pela bajulação. 
Até o tom de voz deve ser educado, sem carregar profunda admiração no que tange ao cumprimento do dever. Quem cumpre o dever não faz mais do que sua obrigação diante da lei.

O adulador é ignorante no que se refere às coisas espirituais. 
Se queres ajudar a quem trabalha no Bem, faze o mesmo. 
Se tens intenção de incentivar a quem anda direito, sê reto. Se procuras estimular a verdade, não mintas.

A subserviência desconhece a educação e nunca ouviu falar na disciplina. 
É a vaidade dominando os sentimentos, em porfia com o interesse próprio. 
Todo bajulador deseja alguma coisa do bajulado e ambos, quando se sintonizam em seus ideais, integram-se perfeitamente com as sombras das ilusões. 
Não deves participar deste quadro, nem criticá-los, porque o adulador se revolta e o adulado odeia. Todas as idéias contra a sua coroação com as flores da hipocrisia, mesmo que esteja vestindo as falsas roupas ponteadas de espinhos, vão contra as dos que os advertem.
 E ainda têm o gabo em boca própria, como o símbolo da coruja, que fica somente no símbolo.

Não precisas badalar muito a tua própria vida. Qual é o interesse? 
Nós somos somente o que somos. Tudo o que buscamos a mais, fora de nós, sujeita-nos a duras corrigendas e a interpretações reais, que achamos falsas e injustas. 
Não queiras ser mais do que verdadeiramente és. Vê o que Cristo ensinou a Seus discípulos, quando foram tomados pela lisonja. Disse o Mestre: Aquele que quiser ser o maior, que se faça o menor de todos.
 E é sempre assim nas linhas da evolução espiritual: o verdadeiramente grande nunca se apresenta como tal, esconde sua grandeza na capa da humildade e a própria vida se encarrega de premiá-lo com maior fulgor e proeminente sabedoria. 
Tudo vem de Deus, somos iguais. Para que mostrar grandeza, se a irmandade nos nivela a todos?

Não adules tanto aquele que sabe um pouco mais que você. Depois passarás pela mesma escola. Trabalha e esforça-te, pois somos herdeiros da sabedoria universal e do amor de Deus. 
As forças que esperdiças nos elogios aos outros, usa-as na tua auto-educação. 
Vigia teus próprios impulsos e, se eles não expressam a verdadeira conduta - aquela ensinada pelos ideais de Jesus Cristo - muda-os, corrige-os, dando direções sublimadas aos teus sentimentos, porque fomos feitos para a luz e não para as trevas. 
Devemos fazer a nossa parte no que se refere à nossa iluminação espiritual e interior.

Temos capacidade de nos modificarmos perante as leis que nos assistem. 
Elas nos ajudarão em todos os nossos esforços. 
Tens dois pés para caminhar e o mundo está cheio de escolas de todas as ordens. 
Não podes dizer que não aprendeste por não encontrares quem te ensinasse. 
O Evangelho está sendo pregado a todos os povos, por inúmeros meios, fazendo convites para que a ignorância desapareça. 
Não adules tanto! Olha mais para dentro de ti mesmo, que os Céus te confortarão.

*
Do livro "Cirurgia Moral"
De João Nunes Maia,
Pelo Espírito Lancellin.


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