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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A Fé: Mãe da Esperança e da Caridade, Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo



.Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.






A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?






Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.






A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma. ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.






Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. – José, Espírito protetor. (Bordeaux, 1862.).

Um comentário:

  1. CORAGEM DA FÉ



    "Todo aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei e confessarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus; e todo aquele que me renegar diante dos homens, eu o renegarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus". (Mateus, 10, 32 e 33)

    Uma vez consolidada a fé nos dizeres do Evangelho, o discípulo sincero deve atender ao chamamento do seu coração, seguir as determinações da sua consciência e enfrentar as adversidades da vida. Há oportunidade que surge apenas uma vez; saibamos aproveitá-la, refulgindo a nossa luz diante dos homens. A luz, invariavelmente, sofre o assédio das sombras. Não temamos, pois nenhuma idéia nova foi até agora implantada sem lutas, sem esforço. Observe a vida dos grandes homens. Quantos deles não morreram em fogueiras?

    Recuar, justamente no momento em que formos chamados a exemplificar o Mestre Jesus, é uma covardia sem tamanho. Para tanto, busquemos forças no âmago de nosso ser. Caso nos sintamos fracos para tal empreendimento, peçamos o auxílio dos benfeitores espirituais. Eles estão sempre prontos a nos ajudar. Lembremo-nos de que "aqueles que tiverem medo de ser confessar discípulos da verdade não são dignos de serem admitidos no reino da verdade". Assim, convém anular a nossa personalidade, o nosso ego, a fim de que o "eu divino", o "eu cósmico" sobressaia e interpenetre tudo o que for de nosso usufruto.

    A coragem da fé implica em carregar a cruz, nem mais leve e nem mais pesada. Carregar a cruz é sofrer os reveses de uma sorte adversa. Assim, quando estivermos sendo massacrados pelos nossos adversários, quando falarem mal do nosso nome, quando nos ofenderem, regozijemo-nos, pois, o mal que nos fizerem reverterá em nosso benefício. Esta foi a tônica das ações dos discípulos ao longo do tempo. Por que hoje seria diferente? Convém, para o nosso próprio bem, aceitarmo-nos tais quais somos, atendendo de bom grado as imposições do mestre a nosso respeito.

    Enfrentemos corajosamente as tribulações que nossa fé acarretar. Nada de pusilanimidade no momento em que Jesus estiver nos chamando para a salvação; a admissão no reino da verdade exige a perda da própria vida. Nesse mister, coloquemos tudo nas mãos de Deus, renunciando aos nossos gostos, à nossa comodidade e à nossa preguiça. Calemos as discórdias, soframos as incompreensões e esperemos onde todos desesperam. Suportar a nossa sina é vencê-la.

    Por maiores as dificuldades que a vida se nos impõe, prossigamos no firme propósito de levar aos semelhantes uma parcela do muito que estamos recebendo da Bondade Divina.

    SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO

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