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quarta-feira, 10 de abril de 2013

A PULGA




Entusiasmada com a revelação que lhe fora feita por um médium, a senhora informou  a Chico Xavier:
- Recebi uma notícia maravilhosa!
- O que foi, minha irmã?
- Minha identidade nos tempos apostólicos!
- Beleza!
- Fui mártir. Estive no circo Romano. Morri devorada por um leão!
Ante a admiração do médium, perguntou:
- E você Chico, já sabe quem foi?
- E daí? Estou curiosa...
- Ah! minha irmã, sei sim...
- Fui a pulga do leão.

O episódio, que nos fala da humildade e dom bom humor de Chico, remete-nos a uma curiosa tendência,
relativa ás famosas revelações.
Geralmente o iluminado foi rei, rainha, estadista, cientista, artista famoso...
Sempre alguém importante, que se destacou em determinado setor de atividade.
Não se ouve falar de lixeiro, operário, camponês, homem do povo...
Detalhe relevante, nesse assunto, amigo leitor: considerando que os que se destacam na política, nas
artes, na religião, constituem minoria, certamente há algo de equivocado nessas revelações que
privilegiam todos os consulentes.
A experiência demonstra que são produzidas por médiuns ou Espíritos espertos, interessados em
incensar a vaidade das pessoas, a fim de conquistar sua confiança e admiração.
Raros não sentem inflar o ego ante a informação de que foram figuras destacadas, em pretéritas
existências.
Daí sua disposição em oferecer créditos de cega confiabilidade em favor desses "reveladores".

Não é prudente, portanto, nem conveniente, estarmos devassando o passado á procura de títulos
e honrarias.
Destaque-se que a simples estima por notícias dessa natureza é um atestado negativo.
Os Espíritos esclarecidos, que realmente oferecem contribuições marcantes, aqueles que deixaram 
a Terra melhor do que a encontraram, não se interessam por glórias do passado.
Importa-lhes as realizações do presente, dando o melhor de si mesmos em favor do progresso e 
bem estar da Humanidade.
Mesmo sem procurar por revelações, podemos ter uma idéia do que fomos, analisando nossas
tendências, nossa maneira de ser.
Mas, é preciso cuidado para não interpretar de forma equivocada os sinais.

Alguns exemplos:

. Gostar de roupas elegantes e caras.
  Suposição: Dama da realeza.
  Realidade: Costureira de modista.

. Apreciar finas iguarias.
  Suposição: Rico e refinado gourmet.
  Realidade: Cozinheiro.

. Estimar a solidão.
  Suposição: Filósofo.
  Realidade: Solitário estágio no Umbral.

. Apreciar viagens.
  Suposição: Desbravador de terras novas.
  Realidade: Caixeiro viajante.

. Amor á primeira vista.
  Suposição: Reencontro com a alma gêmea.
  Realidade: Fantasia delirante.

Mais interessante deixar o terreno das suposições e encarar a realidade.
Se Chico se dizia a pulga do leão, é bem provável que tenhamos sido Dipylidium caninum,
o verme da pulga.
(Richard Simonetti - revista reformador - janeiro 2006).


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